quinta-feira, 26 de novembro de 2009

as festas de sábado à tarde

Não há muito a dizer sobre elas, já que aqui me escuso a evocar os tremores dos primeiros namoros que por elas se semeavam, que esses sim, poderiam facilmente escrevinhar largos capítulos de uma sequela sem fim. A rotina era quase sempre a mesma. Entravamos pelas festas adentro arrogados de valentões. Depois comíamos, bebíamos e dançávamos espaventosamente, sem que nenhum miúdo mais destemido nos interpelasse. Marcado o território retirávamos então em glória, foliões, deixando um rasto de ruído alarve. Eram assim as nossas pândegas de sábado à tarde, quando tínhamos a sorte de encontrar uma festa desabrigada. As tardes menos boas eram quando os mais velhos entravam pelas nossas festas adentro, arrogados de valentões, até delas saírem saciados, deixando atrás de si um rasto de ruído alarve.

por Fulacunda