sexta-feira, 30 de novembro de 2007

"A promessa do Olival"





Tudo começou com Songs from a Room um álbum do Leonard Cohen que andava a dar cabo da cabeça ao John Lennon dos Dustra. Uma tarde, daquelas tardes ocas que nós aviávamos ali no Tó e que se preenchiam de imperiais, ganzas e bocas - conversas de muro dizemos nós agora aqui no blogue - o nosso Lennon atirou para o ar que havia um disco bestial de um cantor completamente fora, lá seguimos para os prédios do posto da Caixa, era por lá que, espalhados por aqui e por ali, moravam os Dustra. Não sei se foi para casa do Lennon, acho que fomos. Foi uma tarde memorável. Eu pelo menos lembro-me dela. Ou recordo-me da que se lhe seguiu, já no entusiasmo destas audições públicas. Um dos do grupo traz uma proposta envolta em grande secretismo. Uma cena marada dos cornos, foi assim que ele a apresentou e isso naquele altura era salvo conduto para um imediato bora, ainda estão aí à espera de quê?!, e lá fomos todos, para casa do Homem da Flauta Transversal. Chegamos lá e o impulsionador da audição diz que tem de ser um ambiente muito especial que a coisa não é para menos. Apagam-se as luzes e deitamo-nos no chão. E eu a pensar cá para os meus botões, se calhar se fumasse uma ganza não estava para aqui a pensar no que isto vai dar, eu era o careta, o Obélix das ganzas, tinha caído dentro do caldeirão quando era puto, adiante.
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dos olivais a oeiras ...

... passa-se por vila franca ?

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A destruição dos Olivais Velhos

Pelo desenho anacrónico da rua com um sossego quase aldeão e o prédio a querer trepar ao céu, escolho esta foto do Beira para ir lá, aos idos de 83, quando o Apicultor me levou a participar no meu primeiro movimento de azeitona que se reconhece enquanto tal, um movimento contra a destruição do núcleo antigo dos Olivais Velhos.
Abaixo assinados, manifestações no Largo da Viscondessa, happenings no Coreto, um pouco de tudo. E foi por essa nobre causa que eu descobri o caminho para um não menos nobre ideário, o do movimento-de-saboreio-da-ginginha-e-do-queijo-de-ovelha, numa tasquinha ali no Largo da Viscondessa. Foi sobre esse tema aliás que eu comecei uma das minhas primeiras colaborações com o DN Jovem. Chamava-se A Destruição dos Olivais Velhos e falava das nossas tardes passadas ali a derretermos o tempo ouvindo aquelas conversas urbanas com travo rústico. Ou, quando o etílico da ginginha já subia até ao armazém das ideias, divertindo-nos com o vaivém naquele mictório público de ferro, a um canto da praça, que deixava ver, pelo saracoteio dos pés, as diferentes técnicas utilizadas.
Mais tarde, já no decorrer do lastro deixado por alguns projectos de animação, entre os quais os Olivais Vivos, o largo foi utilizado para alguns concertos e propostas de agitação nocturna. Não vingaram entretanto. O betão é mais fértil. E é só juntar água. Há pouco tempo fui lá, ao velório de uma amiga, a dona da casa das paredes de nós. Há lá umas capelas mortuárias. Tristes, soturnas, lúgubres, como se julga que devem ser as coisas ligadas à evaporação da vida. E talvez por ser assim que a ele retornei, que me pareceram inexistentes os Olivais Velho que tanto me encantaram. Nem sei se ainda têm a ginginha, o queijo seco, as horas esquecidas no fim das tardes.

Olivais Velho








Algumas fotografias tiradas nos Olivais Velho, em Janeiro de 1983.

. . . VER MAIS FOTOS > > >
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2º Opíparo e 1/2 ... à volta de uma entremeada !!



Na presença de dois ilustres ( sói dizer-se !! ) membros da secreta Olivesaria, realizou-se o 2º repasto e 1/2. De inicio com a fraca aderência de dois personagens presentes na Roullote da Esquina, seguiu-se uma estrondosa comparência de Olivalistas, tresmalhados entre os mais de 50000 ( isso, são quatro zeros, cinquenta mil !! ) que se quiseram juntar ao evento ali para os lados da Catedral. Não podemos jurar que seriam todos Oliveiras, mas que haveria muiiiiitos, lá isso haveria !!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

o muro (1970)


O muro onde abancamos nos intervalos das brincadeiras e que ladeia a entrada do prédio é, do lado oposto, muito alto. Mais alto que o meu pai. Para se olhar para ele lá debaixo, por onde se sai da cave, tem de se esticar o pescoço todo para trás.

Acho que foi o Miguel quem teve a ideia. Como é ele o mais velho está sempre a ter estas ideias que eu acho servirem para nos ir mostrando quem é o chefe do grupo. Nem hesitou. Num instantinho foi parar à relva, rebolando-se para amortecer a queda. No resto da tarde, um por um, desafiados, todos foram saltando o muro. O Paulo trincou o lábio e foi a correr para casa, em choro. Foi o herói da tarde. Olho para as gotas de sangue que ficaram na calçada e desejo que não seja nada de grave. Ele é o meu melhor amigo.

Já está quase na hora do lanche, e já saltaram quase todos. Só falto eu. Mas a altura assusta-me. Ao princípio ainda tinha deste ou daquele palavras de incitamento, mas agora começo já a sentir a troça deles. Já sei o que vai acontecer a seguir - que sou o bebé do grupo, que assim nem sequer devia poder fazer parte do bando, que sou sempre quem os deixa ficar mal. É quase verdade isso. Mas é porque sou o mais novo, muito mais novo. Tenho quase menos 2 anos que o que vem a seguir, o Tiago, que já vai já fazer 9 anos.

Estou inseguro, e magoado. Apetecia-me agora não estar ali. O meu irmão, o único que me podia ajudar, pôs-se do lado deles, também ele rindo de mim. Sinto-me muito sozinho. E com uma enorme raiva por não o ver tomar o meu partido. Bastava-lhe que contasse como ontem eu tinha feito frente à malta do Lote C, e talvez eles reconsiderassem. Mas ele nada disse, juntou-se a eles. Estou furioso com ele. Isso nota-se e serve para ele cochichar qualquer coisa, lá no meio do grupo. Sei que é sobre mim – oiço os risos - mas não sei o que ele disse. Estou afastado uns dois metros deles, uma distância agora intransponível, por isso, o que eles falam, torna-se ininteligível para mim. Sinto-me mesmo muito sozinho.

Chegou a hora do lanche. É a minha última oportunidade, mas mais uma vez não consigo. Aquilo é muito alto, é alto demais para mim. Começamos a destroçar. Eu retorno para casa sob um insinuante coro de troça. Estou envergonhado e sinto-me frágil. Mordo o lábio para não chorar, que isso ainda agravará mais a chacota que já sinto sobre mim. Agora o alívio de chegar a casa. A Srª Bia pergunta-me porque choro enquanto me dá o lanche. Mas eu estou chateado, não respondo. Não respondo a ninguém. E está-me a custar imenso estar ali, a tomar o lanche com o meu irmão. É dele que esperava auxílio. Eu ainda sou muito pequeno, e ele já é grande. Devia estar do meu lado.

...

A minha mãe está enfurecida. Nem repara a força com que carrega no algodão. Ardem-me imenso os joelhos, e assim ela não está a ajudar nada, mas nem me atrevo a queixar. Pergunta-me insistentemente sobre o que me passou pela cabeça para ir lá abaixo já ao cair da noite e atirar-me daquele muro altíssimo. E que se me tivesse aleijado a sério? Assim, sozinho, quem haveria de dar comigo? Eu ainda tento explicar que era uma aposta, nada mais me ocorre para explicar a importância que aquilo tinha cá dentro de mim. Mas ela não percebe as minhas palavras, não percebe como aquilo foi importante para mim, nem tem orgulho em mim. E ver-me assim tão insuflado ainda a encoleriza mais. Dobra-me o castigo. Sorrio indisfarçavelmente - àquele castigo sinto-o como o reconhecimento da minha façanha. Está furiosa. E eu não lhe consigo explicar que gosto muito dela, que me sabe muito bem tê-la ali a tratar de mim. Que nestas alturas ainda gosto mais dela.

O meu irmão está lá ao fundo, a ver televisão. Mas sei que olha pelo canto do olho. Também agora ele finge que não é nada com ele. Que nada sabe do assunto. Sei que ele agora me admira um pouco, mas também sei que nunca mo dirá. Eu não vou dizer aos nossos amigos que saltei, estou chateado com eles, mas queria imenso que ele lhes contasse isso. Mas sei que ele não o vai dizer. Agora que já me sinto melhor (e não precisei dele para nada), já só me falta acertar contas com ele, ele vai ver. E não lhe vou falar pelos menos durante 2 dias.





(rascunho do Fula escrito nos tempos em que connosco partilhava a casa das máquinas... agora, de perdido lá nos confins do blogue vem a lume publicado por Benguela)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

OLIVAIS-SUL EM DISCUSSÃO

...
[Reprodução de artigo publicado na revista "Arquitectura" nº 127 - 128, 1973]

Olivais-Sul constitui o maior e mais ambicioso conjunto habitacional realizado entre nós. Na sua concretização, a vários níveis de intervenção, estiveram envolvidos numerosos técnicos (mais de uma centena de arquitectos); ali tiveram lugar formas de organização e métodos de trabalho que até então não houvera oportunidade de tentar em Portugal, pelo menos na escala de uma unidade habitacional urbana, planeada de raiz.

Contudo, como antes acontecera com Alvalade, nenhum esforço crítico sistemático se verificou (para lá de alguns esforços de promoção pessoal, de que Olivais-Sul foi pretexto), para entender os resultados obtidos e situá-los na linha de uma evolução possível. Dir-se-ia que é nossa vocação começar eternamente a partir do zero.

Por nosso lado, devemos confessar que tivemos muitas dúvidas em iniciar esta discussão e talvez até - honestamente o reconhecemos - tenhamos perdido a melhor oportunidade para nela interessar os nossos leitores. E isto porque, nesta altura, Olivais-Sul constitui um projecto referenciável no tempo, e, naturalmente, «datado».

A própria evolução da construção daquela unidade contribuiu também para isso. Realizada a parte habitacional, as infra-estruturas e em parte o equipamento escolar, muita coisa resta ainda fazer para que Olivais-Sul seja aquilo que o plano inicial previu. Falta, principalmente, dar forma ao centro cívico-comercial principal, coração de todo o conjunto e elemento motor da vida social.

Seja como for, tardiamente embora, daremos início, já no próximo número, (assim o esperamos), à publicação do uma série de depoimentos sobre Olivais-Sul, de acordo com um questionário entretanto elaborado, que abrangerá uma vasta gama de problemas. Terminaremos com a publicação de uma mesa-redonda para a qual serão convidados alguns dos responsáveis pela realização do plano.

Entretanto, e para documentação prévia dos nossos leitores, que a ele não tenham tido acesso, publicamos neste número os elementos do plano de urbanização original, tal como constam de uma publicação do Gabinete Técnico do Habitação da C. M. L., editada em 1964.


CONTINUE A LER O ARTIGO . . .
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o outro jantar...

... que me impossibilitou de estar presente no do blog, prolongou-se até às tantas.

Este ano não contou com a presença de ninguém dos Olivais.
Excepto eu, claro!
(por isso não coloco outras fotos...)

Só depois do último conviva se retirar é que pude ir até ao jardim e fotografar à luz da lua cheia a oliveira que lá se encontra.

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Quantos de vós podem dizer que têm uma oliveira no jardim?
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domingo, 25 de novembro de 2007

Reportagem fotográfica do 2º Opíparo jantar do Olivesaria





































em agonia ...

a Si me dirijo

Excelentissimo Novo Membro do Conselho de Admnistração do Olivesaria :

É na mais pura agonia que me encontro neste momento, vivido por força de uma emigração, de curta mas penosa duração, a alguns milhares de quilómetros de distância. E a que se deve tal facto ? - perguntar-me-á ! Pois bem, passadas que estão longas horas do final do Repasto Opíparo, ainda que tal pelo tempo e outras actividades se tenha espraiado, é com pesar e perplexidade que deparo com o esmagador vazio no que à reportagem fotográfica do evento concerne !
Tendo tido o cuidado de adaptar o fuso horário, marquei e degluti às pressas um pequeno almoço que a custo me entrou em virtude da ânsia pelo momento que meu corpo invadira, sem respeito que fosse pelas mais básicas necessidades alimentares. Finda que estava a coisa, em estugado passo me dirigi à escadaria que me levaria ao 11º andar com que me brindaram, não fosse o falível mecanismo elevatório deitar a perder o deleite oftalmológico que se avizinhava. Eis senão quando, e após as demoradas démarches de entrar numa wireless insensível que os nervos fazia questão de me arrasar, eis senão quando dizia, entro no Olivesaria e ..... PAS VOILÁ !!

Cristo !!!!!!!! Mas o que teria acontecido? Rápida passagem numa net sempre actual, tomo conhecimento de que tragédia alguma acontecera com bando Olivalista por terras de Lisboa. Refeito do susto, logo a apreensão me toma de assalto !! Não teria havido momento captador de imagens ? Não quis crer, no meio de tanto e prevenido repastante ! Dando desconto ao ressacador acordar matinal, sequência lógica de mesa farta e abundante em licores e espirituosos, ainda assim colado me mantive ao écran, num frenesim de refreshments que chegou a dar dó..

DESISTI pois e passo à fase da indignação. Por isso a si me dirijo caro Johny Beauty, cuidando que o pouco tempo no cargo não lhe tenha ainda amaciado a acção que se lhe requer e exige na identificação da gigantesca falta de prontidão, para não lhe chamar outra coisa, com que os Olivalistas Voyeurs se depararam na exibição em chapa cibernauta dos melhores momentos do Opíparo.

Certo de que esta lhe merecerá a melhor atenção, certo ainda de o sentimento de contida revolta ser extensivel a outros conterrâneos, grato pelo tempo que lhe tomei,

Atentamente

Bafatá ( esperando que a presença ameaçadora do ' b ' agilize a sua resposta )

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O "falhanço" dos Olivais

Neste post, cuja ligação já aqui foi feita, começa a discutir-se o falhanço dos Olivais. A discussão segue, de forma aprofundada, pelos comentários que são, na sua maioria, suculentos. E a certa altura alguém diz, "Sem pôr em causa o facto de não se ter atingido o sucesso urbanístico, tal como o definiram os urbanistas dos e para os Olivais, parecer-me-ia mais interessante questionar os seus habitantes sobre a forma como vêem o seu bairro e como o comparam com outros de Lisboa."

É esse debate que eu propunha que continuássemos aqui. Mas antes, e porque somos uma comunidade de bloggers e leitores avivados por um sentimento crescente de pertença a um espaço comum, é melhor que arrefeçamos o impacto negativo que esta ideia de falhanço nos pode provocar e a relativizemos, não a dramatizando, nem a personalizando. Quando se fala do falhanço dos Olivais fala-se sobretudo, das consequências que teve, como refere Teresa Valssassina Heitor, o adiar durante décadas da construção do núcleo central do bairro. Ou seja, para que sejamos mais claros ainda, quando se fala de falhanço dos Olivais fala-se no falhanço de uma certa ideia (projectada) dos Olivais.

Xaidivinha e o eclipse lobital...

A grande vencedora da adivinha sita 5 degraus abaixo é:

{ Xobita }
que com a sua brilhante dedução, ultrapassou e eclipsou a própria realidade.

E foi assim:

DESCOBRI
DESCOBRI

Ora bem, cá vai a brilhante dedução:

Botelho - Botelha
Botelha - Garrafa
Garrafa - Vinho
Vinho - Vinagre
Vinagre - Azeite
Azeite - Azeitona
Azeitona - Olivais

Boa?????

Olé olé olé

And the winner is... D. Lobita

JÁ À VENDA
Caso pretendam, já existem: a versão declamada por Vítor de Sousa em DVD, em HTML, Cassette do Lelo na Feira do relógio, Free Software e Fascículos Planeta do Agostinho.

Menção honrosa especial para o Fula a quem bastava apenas + 1 botelho para…vender o sofá que está por baixo do “pintor de Lisboa”.

Não interessa nada, mas a resposta certa era:
Plano dos Olivais SulLisboa 1959


GTH: José Rafael Botelho e Carlos Duarte"

(...) surge na sequência da zona norte como uma operação mais vasta destinada a 186 hectares e a uma população de quarenta mil habitantes, igualmente promovida pelo Município. Para o efeito foi criado o Gabinete Técnico de Habitação (GTH), onde José Rafael Botelho, depois com a colaboração de Carlos Duarte, desenvolveu um plano na linha das experiências inglesas das new-towns, organizando o espaço em unidades de vizinhança e valorizando o espaço livre verde. (...)"
in " Arquitectura do Século XX: Portugal", 1998
Retirado da mensagem Publicada por "a rapariga que vinha da província" em 7/10/07

Carlos Botelho “Pintor de Lisboa” é pai de...

José Rafael Botelho

Obs. O prémio será entregue no decurso do 2º Opíparo, onde será obviamente assinado por todos os presentes

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

a + b = c & d




IGUAL A .......







Triste mesmo por não estar no Opíparo .... desejo a todos os insignes Olivalistas um FANTÁSTICO momento nocturno !!!!

Bafatá

2º GRANDE OPÍPARO JANTAR DO OLIVESARIA



TÁ MARCADO









Sábado, dia 24 de Novembro de 2007 pelas 21h no EntreCopos, Rua de EntreCampos nº 11


Lobita
Vila Pery
Vilo P.
Xai xai
Benguela
Benguelita
Fulacunda
Dona Fulacunda
Moçâmedes
Inhambane
João Belo
J. Bela
Bonanza
Bonanzo
Rio
(se mais alguém quiser morfar no opíparo jantar... a malta aperta-se)

Comunicado

Os membros do Conselho de Administração deste prestigiado Blog (organização sem fins lucrativos) na sua última reunião deliberaram (por unanimidade e aclamação) cooptar o Mui Ilustre Olivalense João Belo para administrador executivo do Olivesaria. Esta importante decisão fundamentou-se numa cuidada e profunda apreciação dos meritórios serviços que o Senhor João Belo tem oferecido à comunidade Oliveseira bem como da excelência que tem patenteado neste seu exercício Olivalesco, sem se poder deixar de referir o exímio currículo bloguístico que ostenta noutra "Encarnação". Sopesados todos estes factores tornou-se fácil assumir a correcta decisão, agora e por este meio tornada pública com evidente satisfação por parte dos elementos destes Conselho, a qual se espera venha a alastrar aos restantes membros Oliveseiros, activos bloguistas, ocasionais comentadores ou, até, silenciosos leitores..
Ultrapassadas as formalidades necessárias informa-se que esta lustrada azeitona tomou posse aos 21 de Novembro de 2007, momento desde o qual ficou o superior Conselho de Administração do Olivesaria, constituído por quatro Administradores Executivos, os Exmos. Bloguistas Benguela, Beira, [João]Belo e Bolama.
22 de Novembro de 2007
Beira
Benguela
Bolama

Farol Museu de Santa Marta inaugura amanhã





Uma das obras de promoção pública mais destacada no núcleo Cascais XXI no âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa, o Farol Museu de Santa Marta, vai finalmente transformar-se num equipamento de referência no perímetro cultural da Vila de Cascais.

Situado junto à Casa de Santa Maria, projectada por Raul Lino no início do séc.. XX, o Farol Museu de Santa Marta integra-se no perímetro constituído pela Cidadela, Museu Castro Guimarães, Centro Cultural de Cascais, Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, Museu do Mar e Casa Henrique Sommer (futuro Arquivo Histórico Municipal).

Com projecto da autoria de Francisco Aires Mateus e Manuel Aires Mateus, o Farol Museu de Santa Marta nasce a partir de uma parceria entre a Câmara Municipal de Cascais e o Estado Maior da Armada Portuguesa. As obras de recuperação e adaptação às novas funções tiveram início em 2006, promovendo a adaptação do Forte e Farol de Santa Marta a espaço de cultura e lazer, mas mantendo as suas funções de sinalização costeira.

Adivinha...

momento lúdico
que relação existe entre a génese dos olivais
e o que segue?:

Ramalhete de Lisboa, Carlos Botelho, 1935

o primeiro(a) comentador(a) a adivinhar receberá o prémio

(apenas serão admitidos comentários de postadores com nick começado por X)

Prémio

Exemplar de "Para Além dos Olivais"

Data limite de participação: Sábado 24 Novembro 2007 - 18:00H.

Este concurso realiza-se sob supervisão e controlo do Governador Civil de Xai Xai

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Cada um come do que gosta

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O 2º GRANDE OPÍPARO JANTAR DO OLIVESARIA irá cumprir-se no Sábado, dia 24 de Novembro de 2007 pelas 21h (tá bem a hora?) no comedoiro EntreCopos, Rua de EntreCampos nº 11.



As inscrições para comensais continuam abertas…




Devo dizer, que a “central” informa haver ilustres olivalenses aqui à espreita sem nunca terem tido pronuncio no blogue. Estes, se o quiserem fazer no opíparo (gramo mesmo desta palavra) jantar, só terão de me comunicar da sua vontade.

Um abraço para eles!


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Ora bem, o post de baixo é deveras interessante oh João Belo, mas o amigo vai concordar que está na altura de arrebitar as gustativas em direcção ao

2º GRANDE FESTIM OLIVESEIRO a cumprir-se no Sábado, 24 de Novembro de 2007

seja lá onde vai ser morfado, há-de ter que ser marcado.

CONTERRÂNEOS PRONUNCIAI-VOS!

Fulanqueta: TÁ FECHADO

ONDE

Cervejaria Ramiro ?
e vai: 0
Pano de boca ?
e vai: 0
Entrecopos ? Rua de Entrecampos, 11 tel. 217 966 638
e vai: 21


QUEM
é favor corroborar ou descorroborar

  1. Lobita
  2. Vila Pery
  3. Vilo P.
  4. Xai xai
  5. Benguela
  6. Fulacunda
  7. Dona Fulacunda
  8. Lobito
  9. Moçâmedes
  10. Inhambane
  11. João Belo
  12. J. Bela
  13. Bonanza
  14. Bonanzo

Outros, digam…

Bor'apagar os pontos de interrogação!



Tirem as mãos dos Olivais II (1)


"Dos vinte anos que vivi nos Olivais-Sul, dois foram decisivos para o conhecer como bairro, como ecossistema comunicacional único. Foram os anos de 88 a 90 em que a minha actividade como animador teatral e sócio cultural veio dar um novo efeito de sentido ao conhecimento do bairro adquirido durante os dezoito anos anteriores. Foi por essa altura que me confrontei mais sériamente com o projecto do Centro Cívico e Social dos Olivais (hoje já construído e conhecido por Shopping dos Olivais), tentando perceber o efeito benéfico ou prejudicial das alterações a serem produzidas.

Principalmente porque, fosse qual fosse a avaliação, uma coisa era certa: as alterações seriam tão radicais como irreversíveis. Radicalidade e irreversibilidade que provém de uma fonte comum : gigantismo da intervenção e localização da mesma .

Sobre a localização, e porque o gigantismo salta aos olhos, o novo Centro Cívico e Social irá ser instalado num espaço antes ocupado por um Centro Comercial e Supermercado, por uma escola primária em situação provisória (há mais de vinte anos) e por um espaço devoluto ocupado por pequenas hortas e por um depósito de material.

É importante referir que o actual Centro Comercial (neste momento já não existe) foi um desenvolvimento de uma Grande Superfície que veio, gradualmente desde há vinte anos, a afectar a própria vida do bairro. Esta afectação manifestou-se no aumento da oferta de trabalho (a baixo preço e precário), na resposta de algumas economias familiares menos consistentes a este apelo ao consumismo que lhes era feito do outro lado da rua ( apelo que é também uma proposta de ocupação de tempos livres), na inevitável concorrência com o supermercado de bairro ( ele próprio forte concorrente da mercearia de bairro), no aumento de tráfego automóvel na zona e, finalmente, na centralização da vida quotidiana dos Olivais Sul.

Ocupo-me com tanto pormenor deste antigo espaço porque o novo Centro Cívico parece-me uma continuação pervertida e ampliada do discurso subjacente à construção da grande superfície de há vinte anos ( à qual foi adicionada um Centro Comercial) . E demonstra que a política de intervenção seguida hoje, em vez de analisar as alterações produzidas com a instalação do anterior Centro Comercial e de instruir orientações correctoras dos seus efeitos nefastos ( em vez de as pensar , apressadamente, como custos do progresso) , reafirmou e sublinhou o modelo anterior.



Com algumas diferenças substanciais. O Centro Comercial foi criado para satisfazer as necessidades da população do bairro e embora tenha produzido alterações de vulto neste ecossistema territorial e comunicacional - enfraquecendo-o- não o destruiu. Como sublinhou Paulo Varela Gomes (no Expresso de 22.5.93) a estrutura urbanística dos Olivais tinha, pela sua excelência, qualidades que se mostraram decisivas no enfrentamento desta e doutras agressões. Onde outros aglomerados populacionais sucumbiram, os Olivais mostraram possuir notável capacidade de recuperação .

Não totalmente, saliente-se. O bairro evidencia sequelas de alguns tratos de polé a que foi sujeito ao longo dos tempos: realojamentos (de vítimas de catástofes naturais) não acompanhados; destruição de parte substancial dos Olivais Velhos; construção e abandono durante anos a fio do imóvel onde mais tarde veio a ser instalada a super-esquadra; modo como foi implantada a referida grande superfície ou ainda, pela construção da nova igreja, um verdadeiro bunker desporporcionado e mal engendrado; abandono do pulmão do bairro, o Vale do Silêncio.

O novo Centro Cívico não é por isso um disparate pegado. É um rosário deles, tecidos, entretecidos, como uma malha de onde o bairro poderá não sair vivo. O mais grave disto tudo é que zurzir o pau de marmeleiro sobre tão megálomano atentado a este ecossistema territorial e comunicacional não equivale a construir um discurso nostálgico ou saudosista sobre os malefícios do futuro. Como se pode lêr no texto de P.V.G. - e como ambiciono que se conclua do meu - é apenas expôr algumas das mais elementares regras de bom-senso misturadas com outras tantas boas ideias sobre o espaço comunitário .

A primeira delas é a de que num determinado ecossistema comunitário as intervenções devem ter em conta os equilibrios anteriormente realizados . Depois, devem ser realizadas quando e como esse espaço carece delas. E por outro lado devem definitivamente perceber que uma construção urbanística é um organismo vivo e que todos os organismos vivos necessitam de se alimentar para sobreviverem. E que quanto maior é o organismo mais avassalador é o seu apetite.

E ainda, que uma comunidade deve de qualquer modo ser envolvida nas alterações a serem feitas. E este envolvimento deve ser participativo. A comunidade deve sentir que tem voz e é escutada. Que os interesses maiores em jogo são os seus. É o bê-á-bá do desenvolvimento comunitário.



Bastaria o confronto com algumas destas questões tão essenciais como básicas - que ainda poderiam ser multiplicadas - para se compreender que os Olivais não vão ser destruidos pelo BigCenter que aí vem mas pela inconsciência daqueles que decidem o lugar - e o nome- das coisas (2). Inconscientes e felizes com o beneplácito da população (3) e com a conivência das instituições e organizações da comunidade que não querem perder o comboio, ou melhor, um lugarzinho nesta barca de Noé (4).

E se os Olivais necessitam de uma intervenção, que necessitam isso ninguém duvide, uma intervenção quase cirúrgica de revitalização do seu espaço, ela deveria ser dirigida para o descentramento do bairro (. Ou melhor, para a sua pluricentração (passe a expressão) . Antes de lançar um só tijolo averiguar da capacidade dos já existentes - mesmo que modificados- contribuirem para o restabelecimento do equilibrio comunicacional ( o que, por paradoxal que pareça, está a ser feito em alguns espaços).

Uma intervenção desta natureza, que obrigaria a voltar a pensar os Olivais como um todo e simultaneamente como um espaço fragmentado, privilegiaria a pequena cirurgia e teria de observar como as várias grandes artérias que atravessam o bairro foram estruturando diferentes espaços com problemas e necessidades tão diversos que não faz sentido propôr a big solução. Pequena cirurgia valorizando a rede de organizações, e associações, estimulando a frequência do espaço rua e dos espaços verdes, cultivando o amor e o humor, a cultura e o prazer.

Os exemplos seriam muitos mas de tal forma estranhos ao maior número de leitores que perderiam toda a eficácia. O que importa é salientar uma ciência da intervenção na comunidade que a propôe como ecossistema onde o território é estruturante da comunicação. Os espaços falam e condicionam a fala.

Onde esse peso discursivo dos espaços e das instalações (das mais perenes às mais irreversíveis) tem de ser integrado. Se virmos as coisas deste ponto de vista conseguiremos visualizar o Centro Cívico como uma fala amplificada, ensurdecedora de toda a comunicação anterior. Assemelhando-se aqueles abafadores gigantes ( os olho de Boi) com que os matulões de bairro roubavam os bilas, os pirolitos e as estrelinhas aos putos do berlinde. O Centro Cívico é um gigantesco Olho de Boi Comunicacional. Um Plátano enfiado dentro de um vaso. Pronto a quebrá-lo e a estender as suas raízes tentaculares absorvendo toda a comunicação em redor. O Centro Cívico e Comercial resolve os problemas dos Olivais na exacta medida em que os destrói.

Estamos a falar do que os Olivais precisam (e do modo como Lisboa precisa dos Olivais). O problema é que os Olivais não existem. Ou pelo menos, neste caso, não foram tidos em conta. O Centro Cívico e Comercial não é para os Olivais. É para a cidade. É para resolver os seus problemas (como se os seus problemas não fossem aumentar com a destruição deste ecossistema) (4).




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(1) Este texto foi escrito em 1993 e o seu titulo associava-se a um outro, "Tirem as mãos dos Olivais", de Paulo Varela Gomes, publicado no Expresso de 22.5.93. Republico-o agora (com anotações actualizadas e imagens retiradas do blogue Viver na Alta de Lisboa) porque o nosso Olival Virtual me parece ser uma boa oportunidade para discutir este tema. É claro que entretanto passaram-se catorze anos e muita coisa mudou, até mesmo no meu modo de pensar. Mas no essencial, mantenho-o como pontapé de entrada na discussão sobre a ideia de que nos Olivais - tal como é discutido aqui por Teresa Valsassina Heitor, - o atraso na construção do núcleo central (equipamentos culturais, serviços e outros) ter moldado negativamente o desenvolvimento do bairro .

(2) No jornal da Junta de Freguesia o seu Presidente proclamava em letras garrafais, "Maior do que as Amoreiras", para falar do Centro Cívico, mostrando, através deste embasbacamento pacóvio e saloio pelo tamanho do novo Centro, que os Olivais não tinham autarcas cujo sentido de responsabilidade pudessem tranquilizar o bairro de que a intervenção em causa seria o mais integrada possível.

(3) E por outro lado, na discussão sobre o Centro, muitas organizações, de natureza cultural, recreativa e religiosa, esperavam ter acesso a este espaço e essa expectativa condicionou o debate existente.

(4) É curioso também de referir que um dos argumentos à época para a justificação do centro seria o de um hotel de apoio à Portela. É claro que hoje sabemos qual a discussão sobre o actual aeroporto.






segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A uma das autoras acho-a uma mulher girissima, ainda que só a conheça fragilmente de vista.
Ao livro não conheço, mas decerto que fará parte de uma estante olivográfica que se preze: "Olivais, Retrato de Um Bairro", de Helena Torres e Catarina Portas, Liscenter, 1995. Na internet nem uma imagem - alguém tem o livro para ajudar a colorir esta entrada?

Desculpem interromper o aprazível chat - um Percurso na freguesia de Santa Maria dos Olivais proposto pela Câmara Municipal de Lisboa (o qual, perdoem-me, seria mais indicado como proposta de convívio do Olivesaria do que um passeio até S. Pedro de Moel, mas enfim ...).

post repetido sem querer .. .mas já agora !!




Filha de Bafatense... olivalista de genes... anda a votos em video de culturas, terras e gentes.

Parece que vai bem classificada, mmmmm ,cheira-me a mãozinhas do pessoal do Olivamos ! Já vi posts com quase 200 comments, dá para almejar metade em votos para a nossa Olivalense ?



http://videos.sapo.pt/35EWolGMZH2IZV2cgDDQ

domingo, 18 de novembro de 2007

Para além dos Olivais

Um livro editado em 2000 pela Bedeteca de Lisboa, instalada no Palácio do Contador-Mor, situado na Rua Cidade do Lobito.

Projecto coordenado por Nuno Saraiva.


(design e ilustração da capa © Carlos Guerreiro)




(texto © João Paulo Cotrim)



(texto © Nuno Saraiva)



(© André Carrilho)



(© Pedro Cavalheiro)



(© Pedro Burgos)



(© Nuno Saraiva)


sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Quem é que alinha numa Kartada?

A pedido do Fula Teresa, aqui fica o réptil:
Quem está a fim de alinhar?
O que é que preferem? À noite durante a semana ou num fds durante o dia?
Palmela, pista maior e mais larga, a 50 kms?
Campera, pista menor e mais estreita, a 25 kms?
Estrago à volta de 40 aérios, para 10 minutos de treinos e 35 de corrida!
Eu fico a beber umas jolas e a rir um bocadinho!

Ontem prometi...

... que partilhava isto!

Olivais Vivos: a Malta das Ideias


Na semana seguinte voltei à Quinta das Laranjeiras como prometido. E voltei já com uma animadora da equipa de rua. O grupo tinha aumentado. Sentámo-nos na relva em frente e eles apresentaram-me o plano de voo: íriamos para o lado norte, seguindo a linha do comboio. Desta vez traziam lanche para fazermos um pequeno piquenique.

E começámos a definir a alma do grupo: seríamos um grupo de aventuras. Todos os fins de semana íriamos descobrir um sitio novo na cidade. Nas primeiras duas semanas fomos a pé. Calhou-me também a vez de lhes mostrar os meus sítios. O Vale do Silêncio em primeiro lugar, tinha de ser. O mais importante era a sensação de sairmos, de uma aventura, de sermos um grupo e de podermos brincar e fazermos o que nos apetecesse (por vezes eu próprio fazia coisas disparatadas e inusitadas, mas que me apeteciam, como subir às árvores ou desatar a cantar ou a dançar no meio da rua). Ou de repararmos nas coisas, de sairmos da nossa ignorância de de preenchermos o mapa das nossas vivências com as novas descobertas. Estes miúdos não conheciam Lisboa. Não só os museus, os jardins, também os bairros antigos, e principalmente, esta sensação de passear na cidade. E eu aprendia nesses dias uma coisa decisiva para o meu trabalho de animador, a necessidade de me apartar das técnicas e de ser o João, o pequeno joão pé de feijão. É uma aprendizagem do teatro e da vida: a única coisa que de verdadeiramente luminoso podemos dar uns aos outros é a totalidade da nossa presença no mesmo espaço-tempo, sendo que o estarmos realmente presentes resulta de um trabalho laborioso de refinamento e decantação, de busca pessoal.

Depois escrevemos uma carta à Junta de Freguesia, donde o projecto emanava, e pedimos que nos apoiassem as deslocações. É claro que não passava de uma pequena estratégia para eles se comprometerem com a dificuldade de arranjar recursos. E assim a Junta passou a fornecer módulos. Um dos primeiros sitios onde fomos foi ao Jardim da Glubenkian, que eu conhecia de olhos fechados, por lá ter animado, há muitos anos, no Centro Artístico Infantil, a aventura no jardim, um jogo de pista.

Gradualmente fomos fazendo cada vez mais coisas. Inclusivé um jornal. O que nos permitiu adoptarmos uma atitude mais relacional com quem encontrávamos, fazendo entrevistas. Os grupos são o grande espaço de crescimento mas é preciso abri-los, torná-los abertos. Muitas vezes quando saíamos eu sentia que eles queriam ir contra a tentação de ficarem no seu pequeno grupo, de não se confrontarem com os outros. Quando faziam aqueles amigos ocasionais - e as crianças e os adolescentes são pródigos a fazer amigos da minima actividade em comum - chegava sempre um momento complicado, que era o de dizerem de onde vinham. E aí, tantas vezes que isso aconteceu, ao dizerem-no, adoptavam uma posição agressiva, fechavam-se. O mais interessante para mim - e a partir de certa altura a pretexto de querem que eu fosse falar com os pais para que estes os deixassem ir, o que eles queriam era introduzirem-me nas suas casas, nos seus problemas, nas suas vidas - é que eles sabiam, principalmente os mais velhos, que havia um circulo vicioso a pender sobre os seus caminhos e que estas pequenas oportunidades eram muito importantes para eles. O grupo começou a ser um lugar onde também falávamos deles próprios.

E tal como na Olivesaria, o nome da malta das ideias surgiu do delfim do grupo. Para ele era lógico que se aquilo que nos unia era termos ideias para sair do bairro, deveríamos ser a Malta das Ideias. Um deles fez o símbolo, o logotipo do grupo. Fizemos fotocópias com o símbolo no canto superior esquerdo e passámos a ter folhas timbradas. Numa delas pedimos um espaço. Nova pequena estratégia, claro: a possibilidade de termos um espaço tinha surgido com o aproximar do Outono e com o eu ter levado para a assembleia do projecto a pergunta, e agora, onde nos encontramos?.

E foi-nos cedido um barracão. E tintas, e trinchas. Fomos nós que escolhemos a cor e que pintámos. E começámos a ter rotinas de organização do espaço. Não tinhamos luz eléctrica, funcionávamos com velas, o que dava um ar mais engraçado às nossas reuniões. A mim fazia-me lembrar os clubes da minha infância, em Mafra, quando ocupávamos moinhos abandonados e faziamos grupos decalcados das experiências dos Sete.

O projecto entretanto tinha-se tornado a coqueluche dos Olivais Vivo, para o qual também muito tinha contribuído a sua presença na televisão, num programa sobre o Contigo Vais Longe. Meses mais tarde, em pleno crescimento da Malta das Ideias, depois de um fim de semana em S. Francisco da Serra (onde eu tinha alugado uma pequena casa de campismo de habitação) em que delineámos a programação para os próximos seis meses, o projecto Olivais Vivo termina de forma abrupta por causa de irregularidades financeiras detectadas na gestão do projecto e arrasta consigo o cancelamento de todos os seus projectos.

olivalense a votos ....




Filha de Bafatense... olivalista de genes... anda a votos em video de culturas, terras e gentes.
Dá para dar ? Uma mão, um voto, um olivalismo !!



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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Olivais Vivos: intervir na Quinta das Laranjeiras



Já o projecto Olivais Vivo tinha algum tempo de desenvolvimento, foi sugerido que fossêmos a uma zona problemática. Até aí tinhamos andado por zonas mais ou menos amenas, Vale do Silêncio, Largo das Mamas, Largo do Ferrador, Largo na Rua Cidade da Beira, desta vez sugeriram-nos uma intervenção na Quinta das Laranjeiras, numa zona dominada por dealers e consumidores. Reunimos o quartel-general das expressões e do desporto, íriamos todos em conjunto. Começámos por uma pequena animação - as velhotas diriam, uma pequena palhaçada - e depois fomos tentando pegar os jovens para o trabalho connosco. A certa altura percebo que não posso continuar ali. Das varandas há olhares hostis, a medirem-nos, a ver se temos medo, se amedrontam estes doutores da mula russa. O chão está cheio de seringas, os dealers estão com ar desconfiado, tudo aquilo me deprime. Tenho de fugir e o mais rapidamente possível. Como sempre, faço-me de tonto, olho para uma pequena abertura entre os prédios, vejo uma espécie de descampado, pergunto para um grupo de miúdos que estavam ali (entre o medo da chacota que vinha das janelas e das varandas para o pátio e a fuga à realidade que aqueles tipos esquisitos pareciam poder porporcionar) :
- Aquilo vai dar aonde?
Os miúdos ficam orgulhosos. Aquilo é o bairro deles, o ponto de fuga para a zona oriental, para os contentores, para o brincar vadio à beira rio.
- E vai-se por ali? - insisto, com o meu ar de deslumbrado.
- É já ali embaixo.
Afasto-me, na direcção do caminho, sei que vêm atrás de mim. Faço sinal a uma das animadoras da equipa de rua, ela percebe que eu saio com eles. Já estamos fora do pátio, dos olhares trocistas, das vidas rodadas num vira-destinos que quase nunca cai para o lado do sol.
- E pode-se ir a pé?
Passam a ser eles a explicar. Eu já sinto o cheiro da terra, da folhagem, o rio ao fundo reorganiza-me, a partir de agora, há medida que os passos nos afastam da zona mais tensa do bairro também mando eu:
- E se escolhessemos cada um o nosso personagem?
- Um quê?
- Quando eu era puto tinha um grupo de aventuras e todos tinhamos um nome de guerra...
- Claro, eu sou o...
E começaram aí a escolher o nome. Ainda não tinhamos chegado aos contentores, já tinhamos uma canção e um grito comum.
- Podemos fazer uma bandeira, João?
Claro que podemos, podemos fazer tudo. E fazemos quase tudo. Eu troco brincadeiras antigas, atirar pedras ao rio, escondermo-nos, com outras, que eles me trazem, subir aos contentores, dizer palavrões, gritar. E ao fim de uma hora e tanto voltamos. Eles inventam cada vez mais promenores sobre o grupo. Eu sinto-me feliz, muito feliz. Não fiz nenhuma das actividades de expressão dramática que deveria ter feito, mas tinha conquistado o grupo:
- Voltas, João?
- Só volto se vocês me mostrarem um sitio giro.
E marcámos logo ali um novo encontro. Ainda não sabíamos mas tinha nascido ali a Malta das Ideias.

Olivais Vivos: animar o Vale do Silêncio


imagem:josé soudo

No princípio dos anos noventa surgiu nos Olivais um projecto vinculado ao Contigo Vais Longe, o Olivais Vivo, que tinha várias componentes: animação desportiva e animação da área das expressões (dança, expressão musical e dramática) e algumas características distintivas, entre as quais uma equipa de rua, que apoiava o trabalho dos animadores das várias áreas, investindo na relação e na informação. Fui chamado a colaborar na área da expressão dramática embora, dada a dinâmica criada, tivéssemos todos nós participação num colectivo que integrava todas as valências do projecto e em que era discutida muita da estratégia seguida. O Olivais Vivo acabou por ter um final diferente do previsto (irregularidades financeiras imputadas à vereadora responsável pela coordenação do mesmo levou à alteração abrupta do modelo que estava a ser seguido), e independentemente do constante processo de análise crítica que fazíamos, funcionou para mim como um espaço de experimentação de práticas de animação que ainda hoje valorizo, como por exemplo, a da articulação entre actividades de rua (grande parte delas no Vale do Silêncio) e actividades em espaço fechado (ateliês, prática desportiva, ginásios, escolas). E mais do que isso, um regresso aos Olivais, local do qual eu estava, por causa da minha actividade profissional, muito afastado, acabando também por ser nessa altura que desenvolvo, com o grupo de teatro da paróquia, um projecto teatral a partir de vivências e histórias dos olivais. Para além de ter sido aqui que, através do projecto Malta das Ideias, a minha intervenção deu um salto qualitativo muito grande (eu nesta altura ainda estava muito preso à minha afirmação profissional, era actor, animador de expressão dramática, e precisava que essa distinção técnica marcasse as minhas relações não só com a entidade que me pagava, o que até seria natural, mas também com o grupo). Creio que foi muito por estar a trabalhar em casa que eu senti um outro tipo de apelo e ligação e é assim que a partir do projecto Malta das Ideias percebi realmente o que é que realmente queria andar a fazer pelo território da animação sócio cultural.

and today, 15th of November

HAPPY BIRTHDAY LOURENÇO MARQUES !!!!!


Ilustre Olivalista & a very good friend !!!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

FAZ DE CONTA

Ora aqui jaz um blogue onde o dito cujo só postou uma vez porque se esqueceu da password e jamais lá conseguiu entrar… nunca mais quis nada com a net.

É só style!!


Mais gaiijos giros, ou com pinta, sei lá... os dois são casados com Oliveiras!!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Olivais Novos

Hoje que há um blogue sobre os Olivais e onde, como diz o Afonso, a Santa Maria dos ditos reconhece os seus frutos, apetece-me dizer a alegria que sinto por saber que a Alexandra Lucas Coelho (jornalista do Público, que recebeu recentemente o prémio Gazeta de Jornalismo, e aqui na posição que lhe é menos habitual, a de entrevistada) é moça criada nestas terras vastas do Olival. A Alexandra para além do seu trabalho na área cultural (leia-se esta conversa roubada a Sophia de Mello Breyner), tem sido também, com outra azeitona, o Pedro Caldeira Rodrigues, um dos mais interessantes jornalistas a trabalhar em zonas de conflito. É aliás daí, das longas temporadas em Israel e na Palestina durante o ano de 2002 e seguintes que retirou o material para o seu livro Oriente Próximo.

Grande prazer não escusa comer

2º GRANDE BANQUETE DO OLIVESARIA

Lisboa, dia 24 de Novembro no ano 2007
(Dia de St.ª Flora, Lua Cheia)





















Lista de comensais (Provisória)

  • Lobita
  • Vila Pery

  • Xai xai

  • Benguela

  • Fulacunda

  • Lobito

  • Moçâmedes

  • Bafatá (? por razões esvoaçantes)

  • Intrusa (? por razões familiares)

  • Inhambane (? só se for em Lisboa)

  • Pedro Venâncio (? no caso de se encontrar em Lisboa)
  • Bonanza (? caso passe por Lisboa)
  • Manafá
  • Dona Manafá
  • João Belo

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

24 de Novembro (sábado)

Aproveitando a frase do Benguela, botem lá os vossos nomes para a janta, cujo lugar não está ainda definido:

Lista de Comensais (por definir se vêm os apêndices...):
Lobita
Vila Pery
Xai xai
Benguela
Fulacunda
Lobito
Moçâmedes
Bafatá (?)
Intrusa (? por razões familiares)
Inhambane (? só se for em Lisboa)
Pedro venancio (? no caso de se encontrar em Lisboa)

Muitas das motas Olivalenses eram arranjadas no quintal deste menino...

domingo, 11 de novembro de 2007

Picasso ? ? ?


Picasso porque baseado na arte de Kiki Picasso, membro do Bazooka, grupo de acção artística gráfico-punk francês dos finais de 70.

(©1982, Pepe Picasso)
(d'après photo prise par Dguiól)

p' rá lagartada do burgo .... que lindos são sem riscas!!



- Alguém à frente ??
- Os do costume, porquitos dragões e ... a ÁGUIA
ALTANEIRA!!







© Vasco Croft
in Arquitectura e Humanismo - O papel do Arquitecto, hoje, em Portugal, 2001