sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Quando ainda não havia coca no bairro



O éden

A rotunda para o paraíso


Saída do paraíso

Jogos do meu tempo.



Ainda se lembram?

mix



Mix de 2007 em CD.

Mas 4 músicas que rodavam muito quando aí vivia:

9 - Perfect Day _ Lou Reed (aqui ao vivo com o Anthony)

12 - Funky Disco Pops _ Ian Dury

14 - Down in the Hole _ Rolling Stones

e principalmente
17 - Counting _The Motels
...muito rodou o primeiro dos Motels
para desespero do Maracangalha (que ainda hoje é alérgico)

Andanças 3

Insónia

Uma vez por ano tenho uma insónia e foi anteontem. Não conseguia dormir e tinha uma música na cabeça: Absolute Beginners do Bowie (nem sequer é a minha preferida e o rapaz até diz que Bowie só até 1976), mas o som ia crescendo e eu dei umas cotovelada ao rapaz a perguntar se ele se lembrava da letra e meio a dormir lá ma foi dizendo uns bocados. A música e o filme são de 1986 e da época que aqui andamos a evocar. E uma das coisas dos Olivais era a música (e devia ser também dos outros bairros, mas para o caso não interessa).

E lá passei parte da noite com canções díspares a assaltarem-me a memória:
- o Bobby Brown do Zappa que só lembra férias. Mas sobre o Zappa a autoridade suprema é mesmo o Beira que aparecia de vez em quando em Lisboa (isto depois de ter saído dos Olivais e só por força de grande amor) e ia lá a casa de cassete na mão, Zappa claro.
- Femme Fatale (versão Velvet Underground) cantada pelo Gino no Rock Rendez Vous. Não é justo que me fosse lembrar da única canção que não era original, mas era de noite.
- O disco Too Late to Die Young dos Departure Lounge, o único CD que comprei só pelo nome, mas com um passado tonto e adolescente como o nosso, quem resistiria ao título (o rapaz ainda me goza de vez em quando: “morrer jovem e de rosas coroado”, particularmente cruel quando estou vestida de fatinho do trabalho)? O disco é óptimo e acompanhou-me umas semanas do Verão em que nasceu a minha primeira criança.
- You Can Have it All dos Yo Lo Tengo que só pode ser escutado acompanhado de uma dança pateta que eu vi ao vivo na viragem do século.

Estava sem forças para me levantar e ir beber um leite com chocolate e devo ter adormecido. Mas ele há noites muito irrequietas, mas normalmente dou por elas e nem me apetece ir para a cama.

Venha a próxima lista olivalense.

Gajas giras! (Era "Re: o meu par é o mais bonito que anda aqui no Olival)

Estava eu aqui a pensar em como aquele pedaço de mar a esgueirar-se pelo fundo da foto do post da Lobita me fazia voar e de repente - porque não sendo o bafatá, nem Ícaro, se voasse em trabalho só se da janela deste velho teatro fizesse um lopping encorpado com mortal literal à retaguarda - tudo aquilo que vejo ou que sinto se resume a esta etiqueta, ou marcador, ou seja lá o que for, "Gajas Giras". Não é post marialva este, nunca bati sarapitolas em grupo, sempre achei isso uma artesania do sujeito, do próprio, cada um com soi même, um dia havemos de falar disso, se para tanto me sobrar o engenho, a arte, e a coragem, claro. É mesmo uma obsessão momentânea, compulsiva. Agora não consigo deixar de pensar em Gajas Giras. O meu chefe está a olhar para mim, a pensar que eu estou a trabalhar que nem um cão e ainda por cima feliz, com os dentes para fora, a sorrir, e eu sem conseguir deixar de pensar, gajas giras, gajas giras, gajaaaaaaaaaaaas giiiiiiiiiraaaaaaaaas. E nem estou com falta de carências. Foi um ar que apanhei, qualquer coisa que comi, que vi. Já nem sei quem inventou este marcador, nem estou para ir lá atrás ver, mas há tipos que merecem ser felizes pela felicidade que nos dão e a mim aquele gajas giras é simultaneamente épico, catártico, lirico, resumindo, que estou mais para pensar em gajas giras do que em estar aqui a encher linguados digitais: os Olivais podiam ter a petroquímica, a aldeia dos macacos, o gordo e os candeeiros, porrada às sextas-feiras nos Pobrezinhos, mal viver durante a semana nas esquinas do Tó e do Cheira Mal mas tinham o maior viveiro de Gajas Giras que eu já vi na vida. Algumas até cresciam em quartetos deslumbrantes dentro da mesma casa. Quem nunca teve um delírio de espírito com aquelas mocetonas lindas que moravam no inicio da Bafatá? Um dia a mais nova olhou para mim uns dez segundos que fosse, está bem que ela morava em frente do meu primo e ao sair de casa tinha forçosamente de me cumprimentar, e foi tal a faísca que se produziu dentro de mim que eu fiquei duas semanas sem sair de casa, a chá de ébano com hortelã, poejo e coentros. E o que dizer daquelas quatro princesas germânicas ali ao dobrar da Catió com as terras do Fulacunda? Loiras, morenas, com ar nórdico, eslavo, oriental, as raparigas dos Olivais eram lindas, modernas, atrevidas, faziam dos nossos dias ( e noites, aquela claridade lusco fusco da luz amarelada dos candeeiros do bairro elevava-as a um olimpo terreal) vidas a sério. É claro que também havia gajos giros, eu por exemplo que sempre fui muito mais uma oliveira enxertada com um plátano andante para sonhar com as gajas giras inspirava-me muitas vezes nos gajos giros e pintas como o bafatá, o xico, o matos ou o manuel amorim, não sei porquê, se fechasse os olhos e imaginasse que andava como o matos, que tinha aquele ar louro balsé do amorim, a tez bronzeada do xico ou as piadas do bafatá, as gajas, as gajas giras, mesmo em sonhos, olhavam-me de outra maneira. E agora vossas excelências coloquem lá aqui os pixels da gaja gira que se vos aprouver! E se houver por aí platónicos como eu, deixem-se enredar pela fantasia de que são um daqueles pintas podres de giros que à sua passagem deixavam soltar uma sinfonia de ais juvenis. Ah, e bom fim de semana que agora o patrão sou eu!

Outras andanças 2


Se uns se estreiam com grandes prosas literárias, eu é mais bolos - é este o meu 1º post...

Havia lá carro mais bonito que este?

Outras Andanças

deve ser dos olivais !!




... a preto e branco uma austera e alentejana avó segura o neto e parece perguntar o que faz o rapaz com tão pouca roupa por ali !! A côres um conjunto de abraços em que o bebé parece ter trocado de colo !! As coisas passam-se na praia e há alguém sempre a olhar em frente e a pensar como é bom atirar-se à vida ! Dassssss, devem ser dos Olivais. Um por aprendizagem de rua, outro por inerência filial ou genética !

Atropelos