quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Unhas

Para dar cor às unhas, lavá-las com sabão e depois esfregar com uma mistura de cinábrio e esmeril em pó. Untar as unhas com óleo de amêndoas amargas. Com este tratamento, passado algum tempo, as unhas adquirem brilho e transparência.
- Lavar as unhas com água de marroio-branco e esfregar com pó de Chipre.



terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O bairro do arco-íris

"As casas habitam-se. Com resguardo soalheiro ou batidas pela chuva, as casas vivem-se, uma a uma, no seu abrigo ou incomodidade. Quando mais do que uma se reunem em seu nome chamamo-las de bairro. Os bairros são assim casas que responderam ao apelo do poeta."






A discussão sobre o bairro que cada um de nós tem na cabeça parece que caiu num impasse. Não tem um sentido único, este impasse. Para mim ele resulta de um entroncamento de razões. Talvez com perda de prioridade para a mais importante, a que mantém a fogueira acesa. É talvez altura de olharmos para dentro deste blogue e tentarmos, em conjunto, perceber o que se passa quando aqui comunicamos. Porque se este espaço não servir para criar opinião, opinião partilhada, serve para quê?


Nós temos um problema terrível quando discutimos: somos filhos da dialéctica, da guerra fria, da oposição entre contrários. Julgamos, porque assim nos ensinaram, porque assim nos adestraram, que uma discussão visa o convencimento de um através do outro. A razão é assim uma bola que pingue, vai daqui para aí, pongue, vem daí para aqui. Ora hoje duvido que essa metodologia sirva para mais do que entretenimento, mostra de habilidades retóricas ou consolidação do grupo em hostes. Até porque ela nega duas evidências que vamos descobrindo com a experiência: duas pessoas podem sobre o mesmo assunto ter razão, e ao mesmo tempo, não é por uma pessoa estar a discutir comigo e se vir a descobrir que eu não tenho razão, que ela passa a ter razão. Hoje acredito que a discussão, mesmo mantendo grande dinâmica lúdica, é um trabalho entre dois, entre mais, entre pares, em que estes vão superando os juízos provisórios de que são portadores, construindo em comum evidências, provisórias sempre. Por exemplo, nunca seria capaz de tentar convencer o Bolama da justeza das minhas ideias porque não acho as minhas ideias justas. Nem mesmo que ele achasse as dele o suprasumo da batata. Um dos problemas maiores da dialética é que a partir do momento em que um começa o jogo parece que é impossível sair dele - ou que só é possível sair dele por mimetismo - senão por cansaço ou derrota. O mais engraçado de tudo isto é que sendo o pensamento um requintado exercício amoroso com um espaço, com uma comunidade, com uma história, o tornamos numa demonstração de violência.
Por isso ainda acredito que esta discussão sobre o bairro ainda pode vir a quebrar os nós que a impedem de soltar-se. Em que cada um se consiga colocar diante da sua experiência, da sua vivência. Do modo como vê as coisas. Conseguindo entretecer-se de razões mais do que travar-se delas. Até porque a maior parte das nossas razões, manda a humildade reconhecê-lo, não são verdadeiramente nossas.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Torre do Tombo








Estava eu a vêr o tratado de tordesilhas na torre do tombo, quando me deparei com um conjunto de documentos que trazem uma nova leitura sobre a História do nosso Portugal mais recente.
Se é verdade que alguns pretensos "historiadores" ou talvez mesmo astrologos do pós Abrilada, tentam desesperadamente e despodoradamente refazer a história à sua medida, estes e outros documentos que por lá vi demonstram cabalmente que urge repor a verdade.

Eu, porque obviamente não possuo as capacidades técnicas (vulgo estudos) para o efeito (não sou historiador nem astrologo, nem mesmo designer), vou limitar-me a divulgar variadissimos documentos, que espero, sejam esclarecedores do que de facto se passou nesses idos de 1987.



sábado, 26 de janeiro de 2008

do alegre memorialismo ... ao cinzento urbanismo

o que vale é que vem aí alguém dentro em breve trazer de novo a esta ribalta a verdadeira e incontornável arqueologia dos olivais

(estão a ver b.b.b. e jb., é justamente para poder mandar assim umas fisgadas aos passarinhos e depois assobiar para o lado que a mim não me apanham mais como administrador deste blog; que um gajo assim na plebe, se não gosta queixa-se e pronto)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Abaixo um belo texto, em registo estruturado. Aqui, num registo leve, um mero contributo que se quer contestário da tese implícita, ainda que concordando com o sumo exposto (contradição? não tanto):
Junho, verão a começar. Chegam as férias e, como pai separado, aboleto-me em casa dos pais com a minha filha sob o alibi de que é preciso que eles convivam, criem laços. Os dias passam, cinema ali, teatro acolá, passeio, muita brincadeira com os avós - culinária e enologia (ginginha e tudo) iniciáticas - mas faltam-lhe as crianças, que isto de ter 5 anos sempre no nosso meio também cansa. Concordo, e de manhã avançamos ao (triste, diga-se) parque infantil do Largo das Mamas.
Abundam as crianças, para aí umas 25. Escoltadas pelas mães, algumas muito credoras de me deixar eu a imaginá-las também em condições de solidão conjugal, e um batalhão de avós - eu, claro, o único homem por ali. O tempo passa, a manhã vai escorrendo, os meus jornais abandonados, convocado pela C. (aqui não se podem dizer os nomes verdadeiros ...) para brincar no entre-baloiços e escorregas, no entre-escorregas e baloiços. Está feliz, mas não esfusiante - talvez pelo silêncio entre-miúdos, muito certinhos ali, imagino, sabendo-a nada tímida nestes meios. Corre por ali descalça, enceta brincadeiras com outros mas logo regressa ao apaixonado pai.
À certa altura uma das mães, simpatia no sorriso, avança para mim: "ali ao fundo estão umas sandálias, estive a ver de quem seriam e só podem ser as da sua filha". Adivinho-lhe alguma complacência diante deste pai ali de serviço, obviamente em férias, a esforçar-se ao máximo mas com as desatenções ou descuidos em que os homens sempre são pródigos, dirá ela. Agradeço-lhe a atenção, logo olho em volta e, claro, constato, a C. é a única das crianças que ali corre e brinca descalça na borracha.
Avanço para ela, não vá a prestável mãe pensar que a ignoro. Faço-lhe uma festa na cabeça. E, claro, deixo-a descalça. No meio dos calçadinhos.
Depois, já à tarde, a C. perguntar-me-á, como quem não quer a coisa e entre outras conversas: "papi, por que é que em Portugal os meninos não brincam?"
(rio-me, sai-me um "é tudo relativo, filha" que ela não compreende - mas, felizmente, não terei que explicar, pois ela já está a fazer outra coisa - dançar com o avô? lavar os móveis? pintar tudo? criar licores com a avó? ah, descalça, claro ...)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Ecossistema comunicacional

Foi no princípio da década de noventa que, na actividade de formação em animação sócio cultural, comecei a explorar este conceito, o de ecoterritório para tentar organizar as ideias sobre as possibilidades de intervenção num determinado contexto comunitário. Associado a este, surgiu-me um outro, o de ecossistema comunicacional, que me permitia propor aos meus alunos a ideia de que o animador sócio cultural mais não era do que alguém que, munido dos seus conhecimentos técnico-cientificos e face a uma comunidade, que enquanto sistema de comunicação apresentava alguns problemas de funcionamento, iria trabalhar para tentar restaurar os elos e as ligações quebradas, potenciando, valorizando e implicando os diferentes elementos da comunidade.

Folhetim de feição epistolográfica

Black Bombaim V Boi Vermelho


Eu cá concordo mais com uns do que com outros, mas o que não quer dizer que não concorde menos com os outros do que com os uns. Há coisas em os outros que têm o meu acordo, também e naqueles com quem mais concordo estão coisas com as quais menos concordo. Rasurando daqui e dali e colando acoli, era bem capaz de arranjar uma carta com a qual concordaria na totalidade!

Que bela horta...


... ou o Maracangalha actualizado.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Parabéns Rosita

Epílogo para um bairro?

Epílogo do texto É para os Putos que não querem comer a Sopa, criado a partir de histórias dos Olivais.

Ler mais aqui.

IDEIAS PARA A ZONA CENTRAL DOS OLIVAIS, LISBOA

TRABALHOS DE ALUNOS DA ESCOLA DE BELAS-ARTES DE LISBOA NO ANO LECTIVO 1966-67

Docentes: Arq. Nuno Portas, Arq. Carlos M. Ramos


(o resto tá aqui...)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A olhar para uma mescla de posts e comentários, e um pouco a sério:

1. A Rapariga Que Vinha da Província continua, como é natural face à sua origem, a desconhecer a Cidade - aquilo que está aqui a ser discutido é a cidade. O que poderemos discutir é se deve ser ou não deve ser a cidade: uma discussão ética, com conteúdos técnicos (e mesmo científicos). Mas nunca poderá negar o real - a cidade é aquilo, as cidades são aquilo, o país proliferou naquilo.

2. Não desmereço as questões éticas. Mas não me posso surpreender com o real quando ele é omnipresente. Nem tampouco zangar-me quando intervém nas minhas memórias (paisagísticas e lúdicas) privadas e achar normal quando o resto involui assim.

3. Há questões éticas (até meta-deontológicas). Os arquitectos são profundamente responsáveis do que se tem passado no Portugal do poder local. Há sobre eles um discurso que sempre os desculpabiliza (são os desenhadores, são os engenheiros, são os empreiteiros - que projectam; são os donos - que obrigam). É uma classe que mantém status social - não tanto como nas gerações anteriores quando secundavam o juiz, engenheiro, médico e coronel, mas isso porque a sociedade mudou e as outras profissões de toga (e farda) perderam estatuto e distinção. É uma classe que mantém status social e alguns recursos - muitos estão proletarizados, os jovens parecem caídos nas guildas medievais. Mas não é só com essa corporação que isso acontece.

Esta é uma lengalenga para insistir num ponto: que eu saiba não há nem houve um único movimento corporativo para combater estas tropelias. Se tal existe não passa à opinião pública medianamente informada. É, sistematicamente, uma classe que se quer escapar ao escrutínio público na mistura de duas reclamações: a auto-desculpabilização referida; a tecnicidade do seu ofício, nada atreita a leigos (argumento repetido que deixa entrever a sua superioridade sobre todos os outros ofícios, claro está). Mais, assume as mais execráveis posições e afirmações públicas sem qualquer pudor ou crítica corporativa - abaixo, em registo corrido falei do Siza sobre Alcântara: têm que me dar muitos pormenores do contexto para que eu aceite a sempre presente desculpa da descontextualização. Na realidade o que se passou foi que o guru (e também guru ético, tamanho o mito do Arquitecto e da Personagem que vão alimentando) referiu que se não fosse ele a fazer uma torre outro o faria - e nenhum colega berrou indignação com tamanha miséria moral.
Não há planos, não há leis, não intenções, não há ideais que valham por si mesmo. Valem executados e imaginados por pessoas. Portugal formou gerações de técnicos desta actividade que se portam no seu próprio país como criados de bárbaros. Alguns, quando ganham peso, são bárbaros. Confesso que prefiro os bárbaros aos lacaios. E se vamos discutir o que se passa não vale a pena agarrarmo-nos a hipotéticos velhos planos ou a ideais cristalizados. Apontar causas muito gerais também serve de nada (alguém se lembra de uma crónica do MEC sobre o "eles"? aqui "eles" como políticos, como pato-bravos, aqueles que são culpados, mas que são uma mole mais ou menos indistinta e, portanto, indemonstrável).
4. Isto não tem preto e branco nenhum. O preto e branco é apontar as desgraças e não encontrar os contextos em que brotam - ou então apontá-los amputados, denunciando almas tenebrosas em busca do dinheiro à custa de toneladas de betão. Claro que sim, que as há. E dão os restos aos técnicos para que eles idealizem este Portimão de norte a sul.A primeira barreira, com saber específico e tudo, é essa gente. Que não cumpre...
5. OK estou fora dos Olivais, já. Mas como no blog já se falou, e ainda bem, do esforço arquitectónico do bairro aqui fica a minha opinião - mamarracho a mais ou a menos (vide por exemplo a magnífica Pantera Cor-de-Rosa, que era um exemplo e se tornou um demónio) essa geração de arquitectos (das quais a elite vai papando prémios, reconhecimento, vénias e, até, trabalho no estrangeiro, para orgulho e espanto do portuguesito, sempre atreito aos cristianos ronaldos e figos) formou uma escória. Esta mudou o país. Essa é a grande obra que fizeram - podem encher livros e mais livros com o fruto da sua obra geracional. Mas não o farão, ficaremos apenas com albuns das obras-primas de cada um - perdidos no meio da tralha que fizeram medrar.
6. Depois o pessoal irrita-se e lamenta que não haja parques. Eu aí retrocedo - é claro que é melhor que não haja prédios e que haja parques, em especial se silvestres. Pelo menos haveria menos dinheiro para pagar a estes de quem tenho vindo a falar.
7. Um remoque à Lobita - ninguém saiu dos Olivais porque não tinha trabalho ou condições, etc. Não estamos a falar da desertificação do interior de Bragança ou do Alentejo. O pessoal saíu dos Olivais para ir para a Almada, Telheiras ou Castelo. Tem a ver com casas disponíveis e seu preço. E uma minoria saíu quando viu instalar os primeiros semáforos, ali pela Lourenço Marques. Percebeu que chegado o arame farpado tinha chegado a altura de ir para oeste. Ou, até, para sul.

De fundamentalismo em fundamentalismo…

Esta história do tabaco dá-me cabo do sistema.

Mandam o pessoal deixar de fumar em sitio fechados, mas as infra-estruturas pró pessoal se auto-mutilar nem sinal delas. O que eu quero dizer com isto é que é igualzinho ao que se passa quando se fazem grandes centros urbanos no meio da cidade e se esquecem de criar suporte logístico que os apoie.

Ora bem, vamos a ver se é desta que eu consigo explicar a minha revolta. Há duas vigas mestras a suportar a minha esta minha raiva e são elas:

Saio de casa e os passeios estão cobertos de uma nova matéria. Em vez da pedra da calçada há agora um mar de beatas (bia, grita alguém) que a cobre na sua quase totalidade.

É impressionante…

Com certeza que tudo isto foi largamente pensado e já há uma máquina qualquer que, enquanto dormimos, silenciosamente vai apanhar este novo resíduo e aproveitá-lo para um novo e nada poluente combustível.

Digam-me, por favor, que isto é assim…


Passear já não é a mesma coisa. Há, neste campo, também um novo conceito no que toca ao vulgar passeio. Fazer uns meros 500m, por exemplo na Av. 5 de Outubro, (que é com certeza um espelho do que se passa por toda esta nossa terra à beira-mar plantada) é sermos bafejados (e o termo é realmente este) de 3 em 3m por uma nuvem branca/cinza e morna acabadinha de sair do pulmão de alguém que está a morrer de frio e a fumar à porta do seu escritório, em vez de estar a dar cabo das facturas que estão em cima da sua mesa (ia dizer secretária, mas pode sempre dar origem a más interpretações). Podemos sempre ir para o meio da estrada e então sim, as vítimas mortais causadas pelo tabaco iriam aumentar consideravelmente.


Ideia brilhante em jeito de conclusão, arranjem-se uns cinzeiros grandes e coloquem-nos dentro dumas redomas de vidro – tipo tubo com cerca de 1,5m de diâmetro e 3m de altura, haverá uns um bocadinho maiores para os mais gordos ou para os que gostam de ir aos pares, onde o pessoal vá, à vez, fumar - deixam de haver beatas no chão, o fumo é canalizado para cima em vez de ser na cara dos transeuntes (sempre gostei desta palavra) e os fumadores não terão tanto frio… quando chover é que vai ser um problema… chamem lá um engº para resolver isto, s.f.f.

Ufa!

todos os carreiros iam dar ao Cheira

Aquelas terras tiveram vários carreiros, todos plantados até sobrar um único. Balizado pelas amanhadas cercas das hortas que não davam gozo nenhum trespassá-las, o carreiro só servia para nos passar de um lado para o outro e para os “proprietários” obrarem as couves que ali plantavam. Bastante puto atravessei aquilo todos os dias, morava do lado de cá, frequentava do lado de lá um colégio/apartamento no prédio do canguru... (Também lembro em dias de chuva dar a volta por baixo)

Brincadeira ali, lembro de quando aquilo ainda não estava minado de hortaliças inventarmos pista de ciclocross, de pouca dura. Não era território para grandes brincadeiras, mesmo para pedalar a bicla havia outros que davam muito mais gozo. Lembro também o recreio da escola barracão eternamente provisória.

(isto dos links é giro... não vos quero é chatear muito se não, punha o mesmo link em todas as palavras)

Enquetafula:

Se a horta pariu um monstro? O monstro cresceu-se Portugal? E Portugal defecou na horta?

e eu acho que ...

... isto já merecia um enquete
lenha para a fogueira
(ou de comment a post)

ó meus caros amigos a quem nunca faltou educação nem sustento
(nem umas viagenzitas pelos trópicos ou pela neve, se calhar, eh, eh)

tudo é MELHOR do que o que lá está neste momento.

a arquitectura é

a densidade urbana TENEBROSA

o nível de impermeabilização do solo é de 100%!

o espaço público AUSENTE

a especulação deu MUITO LUCRO

aquilo NÃO É CIDADE

pelo menos, nas hortas, havia alguma biodiversidade!

e, desculpem lá, permito-me duvidar que os vossos filhos prefiram o shopingue a umas corridas no meio das ervas daninhas e das couves, à falta de um parque ou de um outro lugar decente para brincar.

um dia (até a nós) isto teria de acontecer

Enfim, reconheçamos que até um inocente tópico, vestido de fotografias aéreas, pode ele também espoletar a cisão num grupo tão unido quanto esta olivalesca tribo. Sejamos agora corajosos e frontais, antes que tudo isto se transforme numa batalha campal (bem à moda dos olivais) de onde voarão as palavras aguçadas e as inconfidências desagradáveis, e assumamos que estamos perante duas facções que no âmago do projecto do nosso bairro jamais verão os seus pontos de vista conciliados.

Aqueles que pretendem habitar um passado ermitão que insiste em empurrar a sua contrariada descendência para a horta do sô manel, que se quedem por aqui, já que afinal - e reconheçamos o direito dessa propriedade - tal perspectiva arrola o romantismo que esteve na fundação deste blog. Já essoutros que como eu preferem a lycra esbranquiçada e brilhante dos fatos-de-treino da adidas para as suas caminhadas culturais pelas galerias do centro comercial, que sigais comigo então. Abriremos um outro blog, mais urbano, mais sofisticado, um reticulado rigoroso que reclamará da modernização que os nossos filhos merecem, talvez até decorado nas suas margens com anúncios da macdonalds, e preenchidos aqui e ali com post's úteis sobre as dicas para a playsation3 e ofertas de bilhetes para estacionamento gratuito, mas sem que os obriguemos a serem empurrados para os espaços esconsos, sombrios e desabitados das nossas memórias hortícolas.
1. eu acho que finalmente isto atingiu o estatuto de blog colectivo - há discussão interna ("ó hííílda, mete os putos em casa qu'á porrada no beco", diziam os das hortas ...). Mais um bocadinho e até os entre-carolos ascenderão a posts e, então sim, teremos BLOG... (oops, então por que é que não trago o comentário a post?).

2. eu apoio o post do benguela que (....) me apoia a mim. Gosto ainda, e particularmente, da história de que em carreiro trilhado não se cria tabaco, o que é uma chatice

3. os meus pais são octogenários - estão a envelhecer como todos os pais da rapaziada da geração que enche as memórias que animam este blog, geração essa que também se apresta a cair da tripeça, tamanha a rapidez do circuito. Habitam eles na Bolama, ao cimo de umas escadas que só uma torpe visão da História continua a denominar como do "prédio do Barão".
Vão ao correio logo ali. Têm multibancos e bancos à frente de casa. Têm praça de taxis sempre disponível. Têm (interrompido agora, por obras) cinemas (ainda que da Lusomundo). Têm uma Bertrand, uma papelaria para os jornais todos e mais as revistas que pululam, um supermercado decente (muito fraco de vinhos, aviso), restaurantes vários até mais ou menos.
E agora vêm-me dizer que o bom é que tivessem posto ali um parque (ainda por cima a 500 metros do Vale do Silêncio?!!?) para que o pai António (posso deixar o nome verdadeiro, senhores administradores?) andasse por lá a ver os rapazes da sua geração a babarem-se nos bancos enquanto jogam dominó - sim, porque a ele sentado a virar as peças não o estou a ver - e a resmungarem sobre o tempo do peyroteo, do salazar e das tipas com buço?
Um bocado menos de tijolo e betão por ali? Claro - mas não está Lisboa toda assim? Não está todo o país assim "urbanizado"? Como é que haveria de ser diferente à porta da (nossa) rua? Devido ao espírito do "sô manel", a assombrar os empreiteiros e os cabo-verdianos/eslavos gritando-lhes "com o dedíínho é que ééé!!!", e fazê-los fugir dali não lhes fossem desfalecer outros apetites menos betonais?
4. Para além disso o Gordo ainda lá está, confirmei recentemente - um gajo pode ir do Gordo ao Ferrador sem passar por aquela tralha, basta dar a volta. E assim se desermerdar sem quaisquer problemas ...

Poesia num Carreiro?


















Grande Bolama! Poupaste-me muito tempo ao escrever o que escreveste. Era exactamente isto que eu queria dizer. E que escrito por ti fica muito melhor.
"Poesia num carreiro"?
Nos arames? nos bidons ferrugentos?, na "escritura virtual" do Sr. Manel. Seria aquilo mesmo nosso? Brincava-se ali, ou passávamos ali por mera economia de pernas e tempo?
Desde a criação dos Olivais, nunca ninguém concretizou ali projecto algum, apenas abandono. Corporativismo, Comunismo, Socialismo, Social-Democracia, ninguém para aquele espaço produziu uma solução.
Ganhou o capitalismo! Viva o capitalismo!
Agora tem pessoas, tem empregos, tem vida!
Se gosto do modelo? Não gosto!
Prefiro o abandono? Não prefiro!
E já agora uma pequena "farpa" aos "poetas do carreiro". Este projecto teve duas fases. A primeira pode ter sido a "sangue frio" mas... quem foi capaz de, depois da primeira intervenção, criar um movimento para salvar a parte norte?
Ninguém pois não?
Devíamos todos (salvo honrosas e admiráveis excepções) ir para a escola da intervenção cívica e aí ganhar o direito a intervir deste modo tão "alapado no sofá".

o fim das hortas...

(1996-97)


...
(2007)

. . .
É preciso não esquecer o que as hortas representaram para a economia doméstica de muitas famílias do bairro.
. . .

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

o Poço da Morte

ou
A MORTE DAS HORTAS
De Abril 1993...











... a Março 1995.

Uma "morte" bem documentada!

Ainda a grande muralha de betão

Aquelas imagens que o Beira aqui colocou e essencialmente o título, dando-me conta de que afinal o meu percurso de vida me aproximou de uma visão comum sobre o espaço, sobre o lugar, sobre a forma como os habitamos, com pessoas que até aqui só conhecia por fora, deram um novo alento a esta ideia de pertencer a um blogue como a Olivesaria que, por vezes, se assemelha a um grande café virtual que reune os diferentes botecos de venda de tempo livre que se ocuparam das nossas adolescências comuns. E que nos revestiram a todos de um película, uma pele, multiresistente à erosão do esquecimento. Eu não sei de onde me vem esta pulsão para um sentimento comunitário face a estas oliveiras, a este linguarejar olivalense. Nem o sei medir ou qualificar. Só sei que por vezes me atrai, outras me afasta. Mimetizando assim a vivência que tinha com os cafés reais do bairro. Onde na mesma tarde podia ir de uma tremenda seca até a uma enorme aventura. Eram lugares de ócio, de vazio, mas também de febre, de febre azul, amarela, verde, lilás, arco-íris. E naquela altura não lhes havia alternativa. Quer dizer, crescemos assim. Podíamos mudar, chatearmo-nos de outro modo e de outra maneira, combatíamos com uma imaginação e denodo que já não temos hoje a grande instituição que nos acompanhou o crescimento, a seca, o tédio ( e que se limitava as mais das vezes ao tempo em que tinhamos de ir aos consultórios médicos) mas, enquanto adolescentes, estávamos presos a um estádio de desenvolvimento em que a liberdade era uma metáfora, uma utopia, um sonho. Agora já não é assim. Tenho quarenta e cinco anos e a única vez que apanhei uma seca nos últimos anos foi quando estive à espera de uma consulta no Centro de Saúde. E embora faça, com um sorriso nos lábios, muitas coisas que os meus dezoito anos achariam entediantes e insuportáveis, congratulo-me com tudo isso. É a minha vida, a vida que tenho para viver. E não é só isso, claro, já me perdi no que estava a dizer. É aliás por isso que muitas vezes evito cá vir. Sempre que cá venho começo a falar, a falar e depois perco-me. Eu estava a dizer que o post do Beira me relembrou de que há uma zona do pensamento onde eu me reconheço próximo de um sentimento comunitário com o Olival. É o rememoriar, o tal remurmurejar, isso é a seiva, mas há mais qualquer coisa: a ideia de que o trabalhar sobre uma determinada percepção do que foi viver nos Olivais possa ajudar ao próprio ofício de construirmos os lugares, os bairros, as próprias cidades. E de facto a metáfora da grande muralha é perfeita - e poupa-nos tantas palavras- para explicar porque e onde é que se foi longe de mais na ocupação volumétrica das antigas hortas, porque é que se foi longe de mais no negócio especulativo.

A Grande Muralha...



antes as hortas que tal sorte...

domingo, 20 de janeiro de 2008

draivimpe

bem que podias chegar-te à frente

... nem que fosse para mandar um piropo a uma qualquer feijoada ein?
Não foi bem nos Olivais, mas lembro-me da última vez que assisti a um concerto dos Xutos e Pontapés. Não tenho bela memória do evento todo -, mas Xutos são Xutos e lá avancei. Lembro-me, já bem trintão, de estar com um tipo chamado Hernâni (um "heavy", cabedal, correntes, alguma obesidade e farta cabeleira, para além da barba ainda maior do que a minha) ali à segunda fila, fazendo o X. A rapaziada à volta não percebia bem, nem a nossa diversão, nem o barulho em cima do palco - que a praga ainda não tinha levado a Zaida Lhongo, e ela é que aquecia. Lembro o espanto, no final, do Kalu "eh pá, estes tipos não gostam de rock?". Pois não ... mas também ninguém tinha perguntado a quem sabia.

Antes, ali ao fantástico Mercado do Peixe, ofereci (passe a falta de humildade de o dizer agora) um grande jantarada. O Vitorino (afinal um gajo porreiro) fez uma bela massada de peixe, eu e a Isabel R. carregámos os vinhos. Os Xutos todos juntos à mesa, nítida banda rock. O resto a misturar-se, um pouco no "quem és tu?" um outro "como é que é isto tudo?", uma conversa porreira com o Sérgio Godinho sobre o onde estávamos - óptimo, alguém com interesse pelo onde vai. O Juca santomense, noutro registo, a oferecer discos, a cair no goto à gente ...
Acabados os tintos, assim para o meio-marados, que era o que se arranjava por ali, avançámos para uma "festa privada", que é a maneira de dizer que o Andrea não estava, ido a Itália a ver a família, e assim a Nice, a "Princesa de Pemba", para aí a miúda mais bonita de Maputo e já o era em Pemba, sacana, carregou-nos lá para casa, a sermos quais teenagers, acho, ainda que a cortar-me a ser como antes.
Daquela tenebrosa semana foi o melhor. Não digo mais ainda porque eram tempos fantásticos ...

nos Olivais havia oliveiras que davam marmelos

Sempre te desejei… total.
Mas não totalmente… nua?
De alguma parte… sim.
Mas não de todas.

Algumas quero.
De opacos mas sedosos panos…
Escondidas.

Recônditos sítios a explorar…
Preconceitos a despir…
Pecados a consumar.
Virgem! Assim te quero.

Experiente é como te desejo.
Para te despir…
No acto amoroso de te tapar,
Aos olhos cobiçados dos demais…
Demónios infernais,
Estupores que me habitam

sábado, 19 de janeiro de 2008

Radar Kadafi - Eu sei que nao sou sincero

Mandaram-me isto e acho que fizeram bem...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Do "rock" alguém(uns) deverá(ão) continuar a falar. Muitas mãos cheias de memórias, as de cada um, algumas entrecruzadas, outras dessas do cada um como cada qual. Uma pré-matinée - coisa de liceal veterano, a já poder entrar antes da hora -, casa ainda vazia, um Style Council inteiro a tocar é, talvez, a mais viva dos tempos iniciais

Mas assim para agora, outros que avancem, que para mim é dia de recordar uma noite de 31 de Julho, "escort" de uma "mais velha", a sermos coro de disco. Heróicos os tempos, a noite.
Timor nesse teu "nunca é demais ir recordando" recordei-me de um tipo que "comemorou" o dia dos quarenta anos assim:



Sozinho na noite
um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito
ofusca as demais.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo do mar
jazem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos
descanso eterno lá encontraram.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
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José Cabral [foto] /

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

nunca é demais ir recordando ....




... já está marcada a próxima tertulia, no mesmo local, Fábrica Braço de Prata, sala Eduardo Prado Coelho, desta feita. Quando ? Domingo, 10 de Fevereiro às 15 horas do costume . Com quem ? Connosco à volta de duas Oliveiras, uma biografia e histórias de rock..

Helena Reis, a autora, Zé Pedro, o Roqueiro ..

wrong words

A paixão que mantive com a minha namorada mais gira durou apenas 3 meses. Um dia deambulávamos pela Av. Roma e cruzámo-nos acidentalmente com uma turba de olivalenses. Depois de trocadas efusivas saudações - acompanhadas devidamente com as bocas foleiras da ocasião – recuperei de novo a compostura que por breves momentos me abandonara e retrocedi para junto dela que se afastara uns passos, claramente acabrunhada com o tumulto. Já ao longe seguíamos os dois em passadas gémeas e ainda se ouvia a algazarra que ficara para trás. O resto da tarde passava-se então como de costume, passarinhando por lugares de ocasião (não queirais saber tudo) a desfiar conversas distraídas até que, ocasionalmente, fez-me ela saber da sua apreciação: que tinha achado o pessoal com um bocado mau aspecto.
Nunca mais a vi.

Templos Modernos




( bem gostaria de ter conseguido fotografar um cão preso a uma das oliveiras ;-(

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

gasolina, água, superbock???????????????


café do Tó, camisola da avó



Natal no Roma


Fim! Soava por aí, nisso das famílias já descendentes. Tudo apertava nas quadras, as festas natalícias então ainda mais, apelando ao jovial responsável entre filhozes e filhotes. Renitentes, alguns defendiam-se como podiam, e não era muito. Em véspera de Natal combatiam como se em Estalinegrado, tasca a tasca, copo a copo. Caindo a tarde ao ocaso fechava-se o Pinto, já barris e garrafas meio cheios ou vazios, corriam, no lesto de já trôpegos ao "Tó" talvez já Arcadas para mais uns "por favor ..., temos que fechar". E aí, astro-rei já mergulhado, fugiam, atrasando consoadas e adulteses, refugiando-se no último palco

umas rodadas valentes ao café Roma, frequência só desse dia, fingindo ali a verdadeira festa, sem criancinhas, essas pestes, sem pai natal, sem farófias, que os doces eram etílicos, os palavrões muitos e as zangas e amuos, essas de qualquer família que se preze, ali ausentes tal como as tralhas das prendas da obrigação

e os empregados já, do hábito do ano-a-ano, num "estávamos a ver que não vinham este ano". Copo a copo lá iam eles desistindo, rabo entre perna saindo rumo à respeitabilidade. Um dia o Roma, feito fronteira de um olivalismo afinal imperialista, fechou. E algo se quebrou.

o fula já teve 19 anos...



terça-feira, 15 de janeiro de 2008

afinal havia outra ....



... e eu sem nada saber ... postava !

Ei-lo aqui, moço enfastiado com fumo de cigarro alheio sobrevivente à sanha persecutória do novo ano ! Ei-lo ou ei-los, que se juntam quais Oliveiras solidárias e que mais ao lado usufruiram ainda de outros postadores do Olivesaria encartados, investidos até !!

Ei-lo pois em seu esplendor e calça de ganga !!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Eras eram em que já se lhes cresciam as memórias, vaidades passeadas. Mas ainda livres, sem requebros e enleios das parcas exposições públicas que as teclas iriam deixar imaginar. Livres, sem medos - pelo menos quando de líquidos se faziam as forças. Um dia viriam a blogar, mais medrosos do seu nariz. Nesses tempos ainda não ... apenas seguiam

brasuca, vésperas de alguma partida

e foi assim .... a tertulia !

... do melhor. A tal de Tertulia, onde o ponto de partida era falar sobre um livro, edições e palavras em mundos de blogues. Por lá vi Oliveiras, por lá tive essa sorte. Umas que falaram, outras que abrilhantaram a coisa com a sua presença. Uma saiu escondida neste documento relembrador do evento, está ali para o canto direito, reconheçam-lhe os jeans ...

Já está marcada a próxima ... presentes Oliveira ilustre & sua irmã, que lhe escreveu e editou uma biografia. Oliveiras nortenhas, mas nossas. Zé Pedro dos Xutos e Helena Reis ...

domingo,10 de fevereiro, 15 horas, fábrica braço prata, sala eduardo prado coelho ...

Bute lá pessoal ??

Mais uma foto para ...

... juntar ao post aí debaixo

agora!!!
e nisto um dos que estava no banco detrás tapava de imediato os olhos ao barão enquanto o que seguia no lugar do pendura puxava então pelo travão de mão.

agora!!!
e lá se ia repetindo a cena, com o carro a andar de pandeiro para o lado em que estivesse voltado e pelos mais inoportunos caminhos. (coisa de sobredosagem nas inalações dos "vapores e fumos exóticos" certamente)

Mas nunca se despistou. Do que me lembro houve apenas um furo. Um bom carro portanto.


albufeira ... around 1970 !


Fula .. esta a foto de que te falei ontem na ' Tortura ' .... eram os tempos de férias no Inatel ! Vês-te por lá, ou algum mano/a ? Eu ando por ali com cabelos desgrenhados, educação hippie me parece pois !

Estádio da Luz, Portugal-Austrália (1-0), campeonato do mundo de futebol, 1991. Uma revolução sociológica no Portugal de então, as mulheres deixaram de ficar ao tricot aos carros, ali a encherem as tardes na 2ª circular enquanto os (seus) homens, mine emborcada e coratos no goto, viam a bola - e os putos, nós, passando a espreitar aquelas caniches rotundas fechadas no automóvel. Bem ... sempre passeavam.
Então, apanhando a boleia do futebol júnior e do "sucesso queiroziano" de Riad, elas invadiram os campos da bola - e, claro, os olivais estavam à cabeça do movimento. (Atente-se na excelência da camisola do adepto à direita)

domingo, 13 de janeiro de 2008

Antipiréticos






Carnaval na Oura em 84. O Fula estava lá de férias e nós apanhamos boleia do Barão, que cravou o R5, à prima (que já apareceu neste blog e casou à pouco tempo), e arrancámos para o Sul.

O Barão tirou muitas fotos. Tirou umas espectaculares numa piscina que terminava sem borda, no lado virado para o mar. Tirada de um certo ângulo, parecia que estávamos a andar na água.

Eu estava completamente entupido com uma constipação, andava todo agasalhado e creio que tive alguma febre.
Sempre cheios de boas ideias, iniciamos o tratamento completo assim que a viagem começou. Tratamento com vapores e fumos exóticos, em ambientes fechados, para todos. Tentámos várias vezes, mesmo já no Algarve tentámos sítios diferentes, mesmo ao ar livre, inclusivamente o Fula juntou-se a nós para dar a sua contribuição.

A única conclusão a que chegámos foi que o tratamento melhorou, em larga escala, a nossa percepção em aspectos como os cheiros, as cores, o apetite, a própria percepção do tempo mas acima de tudo, a capacidade de um entendimento sem necessidade de muitas palavras. Mas não contribuiu em nada para melhorar a constipação.

Estes dias acabaram em beleza. Jantámos em casa do Fula com os pais e foi uma célebre e dramática noite em que consegui por ambos a chorar à mesa. Disse tanta parvoíce e fiz tantas palhaçadas, que o pai Fulacunda já não conseguia comer. Grande noite.

Eu gosto é do Verão...





Verão de 82 em Albufeira, naquela fase em que acordávamos na praia todos babados. Basta olhar para as nossas expressões para ver que estávamos em universos alternativos.
A fotografia foi tirada pela Lobita.

sábado, 12 de janeiro de 2008

... a um cão. (1994-2007)



Douro




sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Notas (fotográficas) sobre o povoamento dos Olivais


No outro dia fui ver um espectáculo ao teatro da Malaposta e encontrei lá esta exposição. O post tinha ficado adiado, como tantas outras coisas.
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