quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Olivais 4 ever



Um motivo improvável trouxe-me a almoçar ao bairro. Tudo com grandes vagares. O ficanço, o deixar-me estar. E na hora de voltar o mesmo caminho, o centro comercial, as traseiras da igreja velha, o café da esquina. Numa mesa cá fora encontro o Lourenço Marques com uns amigos, entre eles uma cara que eu já não via há muito tempo mas que, mesmo com todos os anos passados, me lembrava um convívio um pouco mais próximo nas tardes do olival. Era o Dani, um bafatá radicado na Suíca, um tipo que nos conhece por dentro como nenhum Freud será uma dia capaz de o fazer. Ou seja, um patologista. A certa altura fala-se na Olivesaria e percebemos todos que ele ainda se mantinha um assíduo.
- Mas aquilo já está parado há tanto tempo? - diz o Lourenço Marques, interpretando o sentimento geral . E é aí que o Dani revela o seu segredo:
- Eu ando para trás, ando a ler coisas mais antigas e aquilo liga-me ao bairro.
Nunca me passou pela cabeça que esta folha de couve plasmada no tempo da nossa pasmaceira olivalense ainda rendesse créditos para alguma coisa mas se assim é, pensei, depois de uma hora e tal a descascarmos a árvore das nossas vidas, vou tirar uma foto, esta, e vou empurrar esta pagela para o infinito onde nos colocamos sempre. Como dizia o Miguel Guilherme ao Lourenço Marques quando este foi ver o seu espectáculo com o Bruno Nogueira, Olivais 4 ever.





3 comentários:

Fulacunda disse...

bela acendalha João Belo, é assim mesmo!

Beto disse...

...diria mais "bela acendalha"!

maria correia disse...

Ontem, num jantar com amigos dos Olivais, lembrei-me do Olivesaria...lembrei textos, dizeres, recordações, fotografias que por aqui vão passando. Os meus amigos ainda não conheciam este OLivais virtual plasmado para sempre no tempo até ao Eterno Retorno. Vão passar por cá, em breve.

E eu também, vou passar a vir novamente mais vezes. Abraço a todos e saudades!