Também fui um dia parar à esquadra da polícia dos Olivais como o Benguela, por causa de uma fogueira. Já não me lembro da história toda, mas fomos um grupo grande para a esquadra e pode ser que outros se lembrem melhor. Acho que era também uma noite de Verão e como era habitual nesses anos da adolescência nos Olivais, passávamos horas na rua. Andávamos nessa noite entre a Rua Cidade de Bolama e o maracangalha e às tantas apareceu um grande caixote de cartão de uma máquina de lavar ou coisa do género, material apropriado para uma fogueirita a que o maracangalha tanto se prestava. E entretidos com o nosso lume, não demos pela aproximação de um polícia que nos intimou a acompanhá-lo à esquadra - não sei se é fantasia dos anos que passaram, mas lembro-me de irmos todos em fila indiana com o polícia atrás de G3 (preocupado talvez com a gravidade do delito ou com a perigosidade dos marmanjos e marmanja). Chegados à esquadra, já não me lembro bem do que aconteceu, devem ter passado algum tempo a identificar-nos. Não havia mais raparigas, coisa que constrangeu os polícias, pois as que estavam na rua nessa noite tinham ido ao lado da Bolama fazer já não sei o quê. Passado pouco tempo, uma grande excitação e comoção e trouxeram mais uma data de gente para a sala, fruto de uma rusga ao Gordo. O pessoal do Gordo fartou-se de rir da causa da nossa visita. O meu pai lá me foi buscar e presumo que os outros também. Na semana seguinte, ao passar ao pé do Gordo, ouvi uns gritos lá de cima: "Olha a pirómana! Oh piróoooooooomana!! Ah, Ah, Ah". Claro, estive depois uns meses a evitar passar por aquelas bandas.
Outras visitas mais curtas tiveram lugar durante um período no Dom Dinis. Vinhamos todos à hora de almoço no autocarro 50 que ia para Algés. Autocarro apinhado, tudo na gritaria e havia por vezes alguém que acendia um cigarro ou uma ganza o que irritava de tal forma o condutor (seria sempre o mesmo?) que este fechava as portas e arrancava, só parando à porta da polícia onde desembarcávamos todos a rir. Era uma manobra de diversão jeitosa para o pessoal que morava nos Olivais, pois a esquadra era uma paragem muito mais central que a do 50.
Por vezes a esquadra ainda foi útil. Regressando de saídas à noite já tarde, por duas vezes fomos seguidas por outro carro e, não querendo arriscar parar à porta de casa nessas circunstâncias, lá fomos directas até à esquadra, que como ficava num largo sem saída não dava jeito a quem andava supostamente a perseguir um carro com raparigas.
A Vespa e a Gestão
Há 2 dias