quinta-feira, 20 de março de 2008

Para além da escuridão...

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Da pista de dança só sombras...
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[fotos de joão belo]
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(até parecia a gruta do venâncio a bombar outra vez!)

Para além do humor

Algumas, péssimas, fotografias mostram o peso nas caras de velhos amigos e conhecidos. Imagens que já não servem para o sorridente esconjuro do "estamos velhos!". Pois o estamos, e já - e desconto o peso do inverno do norte, agora a marcar nos rictos masculinos, esses desprovidos dos empacotamentos que as nossas belas companheiras de jornada sempre alinham. Estamos já, dizia, velhos. Felicidade de nessa velhice haver espírito, até jovem ainda, de juntar e festejar, felicitar a vida, rememorar o termos sido num longínquo dia do mesmo sítio e apesar de tudo ainda o sermos um pouco. Também por isso, para além do prazer quase diário, é fantástico o Olivesaria - este não termos problemas com o hipotético ridículo do carinho memorialista (não é assim minha querida Timor?), de o deixarmos fluir, de o podermos utilizar - mesmo nós, os da distância - para congregarmos e sermos alegres e até felizes, um momento hoje como ontem, mas acima de mais hoje mesmo.
Sem malevolências, mas também sem humor ou ironias, também por isso o meu lamento pela pobreza das imagens - porque faziam parte. Não para o blog! Por causa, também por causa, do blog! É um lamento não uma "boca".
bolama

Finalmente a festa da fábrica

O resto da reportagem fotográfica foi o que se salvou do computador do Bengas, daí o mau estado das fotos. É claro que há alguns cromos para quem isso é uma boa desculpa, mas adiante, é a vida.
Começamos pela zona do bar, onde se aviavam cervejas e liquidos tão etílicos que se evaporavam a meio caminho, entre o copo e a goela e depois, a horas tantas, se compensou o desgaste com uma sopa das boas, mas mesmo boas, assim como às de ermesinde.




Da pista de dança só sombras. Era movimento a mais para a pobre máquina. Aqueles corpos parecia que tinham saído de um armário e reencarnado o gingar bailarino que nunca se perde, muito dele cultivado nas hortas e nas garagens do Olival. A polaroid ficou translúcida ao ver os risos, as voltas, o agitar dos passos naquela garagem decorada com motivos ruprestes.


À porta os negócios, o diz lá isso outra vez, o falar ao ouvido,
e as conversas de roda. Era a festa da fábrica, os operários, o cigano, o sindicalista caprichoso na semiótica da sua farpela. Agora só falta mesmo o enq... quer dizer, ok, ok, não se fala mais nisso.