... da rua 4 zona nascente antes de ser alcatroada, das carrinhas da escola, da manhã do 25 de abril e como gritámos que não havia escola nesse dia, lembro-me dos muros e como espreitávamos os decotes das raparigas, das festas nas garagens, lembro-me de épicos derbies contra ruas de longe, de comprar sg's a 5$60 e piratas a dois ou cinco tostões, lembro o caminho a pé até ao d. dinis, da judite e sua incomparável beleza, do pão de açucar supermercado depois pingo doce centro comercial, lembro os guimós e seus perigos, a piscina dos olivais, dos grandes e dos pequenos, a malta das outras ruas, as motas, as ganzas, destas lembro pouco, era mais menino da bola, das bebedeiras, estas lembro melhor, ou melhor não lembro melhor se calhar, lembro de quem esqueci no tempo, da Tosta e sua inauguração, foi do meu Pai o café, trabalhou lá mais tarde um empregado a quem pedia as empadas de encanto, era meu Pai esse empregado, lembro o Tó e a sua rua, o Cheira e as tardes onde começávamos sem perceber a crescer para a nossa saída, lembro tudo e de tudo, lembro a minha vida e de onde sou.
Sou de duas coisas, assim sabe quem me conhece, sou do Benfica e sou dos OLIVAIS. E lembro-me ... de como foi tudo, lembro também com quem dividi os primeiros tempos dos Diabos Vermelhos, Facadas e Paleta, como iria esquecer ? ...
Tenho andado meio arredio ... mas fiquem sabendo ... todos os dias me lembro ... de onde SOU !!
terça-feira, 17 de junho de 2008
Os pais dos nossos amigos
"Esta noite vieste visitar-me, como o não fazias há muito tempo.
Enquanto dormia voltei a ser filho.Entraste sorrateiro, tal como fazias para me
mostrar uns versos novos que tinhas congeminado na véspera, desta vez não
bateste de mansinho na porta do meu quarto, entraste e sugeriste tomar um chá de
cidreira, às dez para as cinco da madrugada..."
Ao ler Um chá, pelas cinco da madrugada, ao estremecer diante desta evocação que um filho, um amigo, faz da memória de seu pai apercebi-me, da importância que tiveram para mim os pais dos meus amigos mais próximos e da forma como, sem o saber, fui completando neles a ânsia de referências, de modelos e até do sentimento de protecção que, enquanto cria, precisava . Foram bastantes. Lembro-me das mães lá da rua: a do Xai-Xai, a da Mocha, a do Marco. Dou-me conta de que, excepto a Arlete - mas a Arlete foi essencialmente uma amiga que muitas das vezes esqueciamos ser a mãe do Pedro - nos primeiros tempos as principais referências eram as mães e depois, na juventude tardia, os pais. O pai do Zé, o Maestro Oliveira. O Manuel Alpiarça. O Costa Malheiro, que me fez lembrar - pelo à vontade com que se dava connosco - o meu tio Joca. Entre todos eles este homem franzino, com "esse ar de principe da Baviera", que recordo de tantas conversas e de tantas vezes.
à(s)
17:02
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