sábado, 23 de janeiro de 2010

Pó, poeira, livros, Olivais




Tinha ido ao lançamento do caderno de memórias da Isabel Figueiredo. Na Pó dos Livros. De repente percebo que o dono da livraria era o Jaime, que eu não via há milhares de anos, desde os tempos em que habitámos o mesmo bairro (onde a palavra tinha outros significados que não aquelas partículas que se alojam nas páginas dos livros). Desde as festas da garagem do Johnny, ou da Vila Catió. A fotografia é reles, eu sei. Os combinados, nos telemóveis, fazem de conta de que são um pouco de tudo, não sendo quase nada daquilo que nós esperamos que eles sejam. Mas são o que temos para agarrarmos no real e o trazermos para aqui, dizendo, olhem, é o Jaime. E saudarmos - nós que vimos aqui apalavrarmos a nossa identidade - uma vida ao pé dos livros.