sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Do "rock" alguém(uns) deverá(ão) continuar a falar. Muitas mãos cheias de memórias, as de cada um, algumas entrecruzadas, outras dessas do cada um como cada qual. Uma pré-matinée - coisa de liceal veterano, a já poder entrar antes da hora -, casa ainda vazia, um Style Council inteiro a tocar é, talvez, a mais viva dos tempos iniciais

Mas assim para agora, outros que avancem, que para mim é dia de recordar uma noite de 31 de Julho, "escort" de uma "mais velha", a sermos coro de disco. Heróicos os tempos, a noite.
Timor nesse teu "nunca é demais ir recordando" recordei-me de um tipo que "comemorou" o dia dos quarenta anos assim:



Sozinho na noite
um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito
ofusca as demais.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo do mar
jazem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos
descanso eterno lá encontraram.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...
-------------------------------------

José Cabral [foto] /