quinta-feira, 4 de outubro de 2007

RRRRRRRRRRR................TÓTIL!!!!!

Sou só eu que reconheço esta expressão ?
(chiu! confesso que por vezes ainda hoje a uso)
Quem é que nunca ouviu alguém de outros bairros dizer: ... vê se logo que és dos Olivais! ?
O que é que nos distingue? O que nos caracteriza? O que nos torna diferentes?
Ocupávamos o tempo de modo diverso?
Ouvíamos músicas diferentes?
Falávamos de modo especial?
Éramos mais unidos?

Mais cultos?
Violentos?
Dir-me-ão, mas existiam muitos "olivais" dentro dos Olivais, claro, conheci muitos. Moradias da Policlínica, Bafatá, Bolama, Tosta, Vila Fontes, Cidade da Beira, as Sete Mamas, etc.

Tudo começava nos muros e nas escadas, em seguida, a escola baralhava ruas e protagonistas. O país, gaseado de liberdade, absorvia os nossos pais. Esta era a circunstância.

E nós? Nós moldámos afinidades, interesses comuns, afectos e cumplicidades. Tudo natural e puro.

como um clube ..

.... grande era a terra , muitas as gentes, o que era , o que foi, espalhado em ilhas de vida que ainda e para sempre flutuam, longe umas, de volta outras, mas as mesmas que um dia nos receberam quando, nadando pela vida, aprendemos a parar e descansar num bocado de gente nossa, o mesmo cheiro, musica e vontades, a mesma loucura e ansiedade de ter e conhecer ... de partir e recomeçar, de gritar quem éramos nós, de olhar e perceber ... E tantos eram os mundos ... foi a p .. da loucura, o rebentar da liberdade, do antes e depois, longe foram sem saber como voltar, ou ficaram sem saber ... não havia como escapar, foi dar, ter e tirar, crescer, gritar, descobrir e morrer, voltar e partir .... muito que rimos, escondidos chorámos .... e fomos e fomos, guardámos o vale e o tó, o cheira, os candeeiros, a piscina e os viveiros, o dom dinis e o maracangalha, tanta escada ,tanto muro, tanta gente que aquela terra entranhou, tanta vida ali começou ... tanta gente que nunca acabou !
Está lá hoja a terra ... aqui hoje as caras ! Como um clube... de poetas vivos !