quer dizer, recordo-me de ver o Xai-Xai, a Xai-Xai, o Benguela, a Rua 3, o Fula e a Fula, a Inhanbane, lembro-me do prazer que isso me deu, disso lembro-me, do prazer, alembro-me muitas vezes do prazer, lembro-me dos nossos risos, lembro-me dos nossos risos na tarde, o sol a a entrar pela janela e os nossos risos, os nossos risos, sorrisos, o que nós crescemos entretanto, e aquele gajo também, o Zé Pedro, há agora sim, esta m. da memória começa a engrenar, lembro-me de uma epifania que guardei, já sei,
era assim que eu ía começar o post, o texto, quando o Zé Pedro falou sobre os Olivais, em registo de rádio pópular,
daqui em directo para a Olivesaria quais são as suas impressões como filho pródigo? , e o gajo a coçar-se, os Olivais dele são o mundo, de repente, a memória dele fez um brilharete naquela tarde de sol na
Fábrico do Braço de Prata, ele disse qualquer coisa àcerca das tribos, das guerras da secessão dos Olivais, dos escritos murais na Encarnação,
Olivais Norte ou Morte, foi porreiro, o Zé Pedro ainda se lembrava do Olival, e é disso que eu me lembro também, quer dizer, agora que já me sosseguei e que posso tentar fazer com que o Xai-Xai me aceite isto por vez de um texto até me lembro de mais coisas, lembro-me da forma como entre Xutos e Pontapés o Zé Pedro disse que tinha de ir para casa praticar umas invenções que cria propôr ao bando, que, tal como se fosse um principiante, tinha de preparar muito bem as suas propostas porque senão elas não seriam devidamente apreciadas, que tinha até de ver o estado de humor dos companheiros para encontrar a melhor altura, gostei da humildade dele, não sei se foi chauvinismo mas pensei cá para os meus botões,
é oliveira, lembro-me também da forma como foi difícil, como foi dificíl ser Xutos e Pontapés, como andaram pela estrada, e a gente a pensar que esles estavam defuntos e enterrados e os tipos a fazerem a sua caminhada no deserto até à entronização final,
os senhores comendadores no dia de Camões, aquilo foi lindo de se ver, das coisas que eu me lembro, ai, repito, ai, não é lamento, é alcunha, e agora vou ali ao armário buscar as fotos do meu repórter de imagem, o Xai-Xai, ajunto-lhe este texto,
e cá vai, em geito de desculpa rimada,
Xai-Xai.