segunda-feira, 26 de novembro de 2007

OLIVAIS-SUL EM DISCUSSÃO

...
[Reprodução de artigo publicado na revista "Arquitectura" nº 127 - 128, 1973]

Olivais-Sul constitui o maior e mais ambicioso conjunto habitacional realizado entre nós. Na sua concretização, a vários níveis de intervenção, estiveram envolvidos numerosos técnicos (mais de uma centena de arquitectos); ali tiveram lugar formas de organização e métodos de trabalho que até então não houvera oportunidade de tentar em Portugal, pelo menos na escala de uma unidade habitacional urbana, planeada de raiz.

Contudo, como antes acontecera com Alvalade, nenhum esforço crítico sistemático se verificou (para lá de alguns esforços de promoção pessoal, de que Olivais-Sul foi pretexto), para entender os resultados obtidos e situá-los na linha de uma evolução possível. Dir-se-ia que é nossa vocação começar eternamente a partir do zero.

Por nosso lado, devemos confessar que tivemos muitas dúvidas em iniciar esta discussão e talvez até - honestamente o reconhecemos - tenhamos perdido a melhor oportunidade para nela interessar os nossos leitores. E isto porque, nesta altura, Olivais-Sul constitui um projecto referenciável no tempo, e, naturalmente, «datado».

A própria evolução da construção daquela unidade contribuiu também para isso. Realizada a parte habitacional, as infra-estruturas e em parte o equipamento escolar, muita coisa resta ainda fazer para que Olivais-Sul seja aquilo que o plano inicial previu. Falta, principalmente, dar forma ao centro cívico-comercial principal, coração de todo o conjunto e elemento motor da vida social.

Seja como for, tardiamente embora, daremos início, já no próximo número, (assim o esperamos), à publicação do uma série de depoimentos sobre Olivais-Sul, de acordo com um questionário entretanto elaborado, que abrangerá uma vasta gama de problemas. Terminaremos com a publicação de uma mesa-redonda para a qual serão convidados alguns dos responsáveis pela realização do plano.

Entretanto, e para documentação prévia dos nossos leitores, que a ele não tenham tido acesso, publicamos neste número os elementos do plano de urbanização original, tal como constam de uma publicação do Gabinete Técnico do Habitação da C. M. L., editada em 1964.


CONTINUE A LER O ARTIGO . . .
. . .

38 comentários:

Beira disse...

Bem, este "post" é de longe o mais ambicioso.

Não terá provavelmente 200 comentários mas é só para corredores de fundo.

Boa ... boa...

Beira disse...

Enviado por tal de anónimo que assina no fim ;-)
e devidamente "limpo" de algum vernáculo desnecessário por mim:

ouçam lá. isto é um blog ou um bocejo? daquia bocado assustam todos os interessados...
deixam lá essa merda.
os olivais eram (são?) giros porque misturavam gentes e ideias.
QUE SE (bip!) OS ÂNGULOS RECTOS E OS TRIÂNGULOS ISÒSCELES...
oliviais não são arquitectura!
(bip!)
nunca vi bairro mais feio!
prédios brutos, edifícios bisonhos.
mas havi gente.
e a gente éramos nós.
e um coração que batia no peito da cidade.
e uma cidade diferente em cada um de nós que saía e regressava a essa nossa aldeia por entre as oliveiras.
e Tejo e tudo.
e tudo e tudo e tudo...
não transformem agora o tudo em nada.


Barão do Talho
(Brisa do Tejo)

Beira disse...

A minha resposta ao Anónimo Barão do Tejo é:
se não te agrada o melhor é mesmo ires procurar noutro lado ou mesmo fazer um blog teu com o que te interessa dos Olivais.
(e fico curioso de ver um blog formatado por ti, apesar de não saber quem és!)
(...e envia a morada para ser colocada ao lado dos outros "links"!)

Este "post" poderá afastar alguns (como tu que, na minha opinião, não percebeste o que os Olivais têm de diferente) mas tem interesse para outros.

Não esperamos que todas as mensagens agradem a todos.

Se não te interessa salta a mensagem e espera que apareça outra que esteja dentro dos teus interesses.

Volta sempre!

Anónimo disse...

Ok, eu tenho interesse, mas isto não é para passar os olhos assim entre dois telefonemas ou e-mails, e mandar umas bocas e já está. Tenho que imprimir isto e ler com calma, uma noite à lareira afigura-se-me aconselhável. Eu que moro nos olivais há pouco tempo e antes nunca tinha tido contacto com os Olivais quero mesmo perceber de onde isto veio e, se possível, para onde vai. Tenho aprendido bastante com o que aqui tenho lido e espero dentro em breve sentir-me habilitada a poder dar alguns palpites. Gostava em particular de discutir o novo centro comercial (e edifícios) que está a ser construído porque aquilo cresce assustadoramente de dia para dia.
Se já o anterior centro comercial me parecia ter pouca afluência como será um maior ainda? Vamos "importar" pessoas para povoar as lojas?

Fulacunda disse...

eu passo. admiro o empenho do bengas mas é o tipo de coisa que para tratar com rigor e objectividade ... só mandando uns bitaites com uma imperial à frente.

beira, não me pareceu que o barão do tejo tivesse dito mal do blog (a seu jeito terá aconselhado outro tipo de post), nem dos olivais, (apenas da sua arquitectura, na sua opinião, e ressalvando os seus habitantes). parece-me até um comentário bem interessante encarnando aliás aquilo que ele próprio refere s/b os olivais: "os olivais eram (são?) giros porque misturavam gentes e ideias." não em parece por isso merecedor de tanto (bip) nem hostilidade(?)... digo eu

bolama disse...

Beira acho a tua resposta um bocadinho abespinhada. O Barao do Talho representa um pouco o espirito olivalense - deixem-se la de conversas serias. E nao esta muito distante do muito que se passa no blog. Mas mais, representa muito do que ha nos blogs - eu sou leitor donde tambem sou proprietario. Ate nem acho mal.

Barao do talho, se isto tem tanta gente a escrever, post e comentarios, qual o mal de quem o faz ca discutir o que lhe apetece?

Quanto ao post: ler em ecra eh dificil, isto precisa de ser arranjado (paragrafos, ajustamento de texto) para facilitar quem nao queira imprimir. O Joao Belo ja disse, tem que haver categorias. E porventura sera interessante no proprio post colocar ligacoes para outros posts que se relacionem com isto.

Nao tera 200 comentarios, mas seria interessante que tivesse uma meia duzia. Ja agora, vamos por estas referencias bibliograficas na coluna da direita, mesmo que nao tenham ligacoes electronicas (hiperligacoes, nao eh assim?) Eu acho interessante. Voltarei ah noite, a ver se ha respostas

Beira disse...

Bem da próxima respondo-lhe com 2 bips e a coisa deve ficar menos hostil... ;-)

... ou pelo menos tão bonita como o bairro (na opinião dele!).

Deixei a opinião (que respeito, mas que é a opinião dele e não de todos os interessados!) e retirei os 2 desnecessários palavrões (o post perturbou o rapaz? ou será estilo olivalense? ;-D.

E repito, gostava de ver um blog feito por ele

Fulacunda disse...

responde-lhe com o que tiveres à mão, se forem (bips) que sejam, mas não no comentário dele. Se há censura apaga o comentário, simplesmente, senão ... olha, no dia em que me mexerem numa vírgula de um comentário meu ... deixarei de comentar.

pois, não sei se sou eu armado de blogoético se é só do meu mau feitio ... mas sou muito cioso da minha propriedade intelectual, enfim

Beira disse...

Há certas palavras que não têm propriedade intelectual.
Só censurei essas palavras não a opinião dele!
Tudo o resto apareceu.

Os "bips" também servem para dizer que para exprimir opiniões não é necessário certo tipo de linguagem.

É pena que os comentários desta mensagem sejam pelo motivo errado.

bolama disse...

Bem ... eu acho que um insulto pode ser censurado. Tipo "o benguela [autor do post] é (bip)". Mas uma interjeição tipo "os olivais são (Bip)" é diferente, não me parece que ofenda. Mas é a minha opinião, apenas

Anónimo disse...

ouçam lá. isto é um blog ou um bocejo? daquia bocado assustam todos os interessados...
deixam lá essa merda.
os olivais eram (são?) giros porque misturavam gentes e ideias.
QUE SE FODAM OS ÂNGULOS RECTOS E OS TRIÂNGULOS ISÒSCELES...
oliviais não são arquitectura!
foda-se!
nunca vi bairro mais feio!
prédios brutos, edifícios bisonhos.
mas havi gente.
e a gente éramos nós.
e um coração que batia no peito da cidade.
e uma cidade diferente em cada um de nós que saía e regressava a essa nossa aldeia por entre as oliveiras.
e Tejo e tudo.
e tudo e tudo e tudo...
não transformem agora o tudo em nada.


Barão do Talho
(Brisa do Tejo)

Fulacunda disse...

Barão do talho,

agora que voltaste em versão integral, explica lá esse alquimismo de "transformar o tudo em nada".

Anónimo disse...

Barão do Talho: este pode ser o princípio de uma grande participação.

No entanto, não eram só pessoas, era também o bairro, as ruas, as árvores, os prédios. Que não são tão feios como isso, tendo em consideração a época em que foram construídos.

A geografia e a organização espacial do prédios também influencia as relações e as vivências pessoais, mas quem sou eu para mandar bitates... venham daí os arquitectos.

Abraços.

benguela disse...

Desculpem interromper, mas é só para dizer que o bip do post não é para ser discutido por aí além, eu sei que saiu ergonomicamente mau, queria pôr assim uma coisa do género (como já vi em outros blogues) “ continue a ler (se quiser)” e esconder o texto, mas depois daquela bipada toda do scaner e da correcção da scanada e de o meter na “nova mensagem” é que vi que não sabia fazer tal, e como tal, saiu assim. (faltam uns quadros com números e umas plantas ilustrativas)

O artigo, são dados concretos retirados da “memória descritiva” do que foi o “projecto/conceito” dos Olivais-Sul, com todas os meios das várias profissões envolvidas.

À data (1973, altura em que os Olivais já iam em adiantado estado de…), foi ponto de partida para uma discussão do estado e da direcção que o “projecto/conceito” seguia, com todas as partes envolvidas.

Como tal, este artigo para mim, simplesmente contém dados que funcionam apenas como “informação/documento histórico” daquilo que foi a génese do Bairro dos Olivais.

Podemos sim, observá-los e tecer conjecturas comparativas… presumir o que os “carolas” pensaram ou queriam que fosse… e aquilo que é!

Para mim os Olivais é muito bom e foi melhor ainda, quanto mais não seja por ser o Meu bairro, o único que tive. O calhau em que tropecei há pouco ali no jardim é maravilhoso só pelo simples facto de ser apenas um calhau.

Já lá não vivo, mas visito-o frequentemente… e é sempre bom, aliás, se estou muito tempo sem lá ir começo a ficar com ideias, e, rumo aos Olivais… pra calmar.

(bocejo! a outra na volta é que tem razão quando diz que isto é um blogue de não sei quê intelectuais! )

Bip, bip!


Fula, tás a dizer que se te mexerem na vírgula nunca mais bipas!
Hummm… sensível!

Anónimo disse...

Olha, olha, havia um Eng. Guterres.

Anónimo disse...

25 páginas impressas, ainda bem que encomendei meia tonelada de lenha... E agradeço ao Benguela a pachorra do "scananço" pelo menos para mim vai ser proveitoso.

benguela disse...

intrusa, diz para descarregarem a outra meia e compra mais umas resmas, porque ainda faltam scanar para aí mais uns sete números desta revista e outros tantos da "Binário".

Fulacunda disse...

oh bengas, na 'terminologia' sensório-motora isso (de mexerem na vírgula e não bipar) chama-se de retracção auto-eréctil

ou então também se pode chamar ... bippppppppppppppp

Timor disse...

E sempre era a célula G!

Boa Bengas e eu que não sou nada técnica, fiz um copy & paste (ainda me vai cair o Bolama em cima com o estrangeirismo) para um processador de texto e a coisa ficou muito apresentável. E pronto, mais leitura para a minha passagem (um eufemismo) diária pelos tramsportes colectivos (e estou quase a acabar o livro que ando a ler).

Bip-bip

Anónimo disse...

Ok. Compreendido.
Este que se assina, convidado a meter-se na sua vida e a ir para outros lados, despede-se com amizade, como diria outro engenheiro da nossa praça.
Sejam felizes. Vou fazer um blog...

Barão do Talho
(Brisa do Tejo)

Fulacunda disse...

Barão do talho,

o único gajo que aqui tem livre-transito para o amuo sou eu - como toda a gente sabe - e não condescendo na sua partilha que eu gosto de amuar por inteiro

além disso parece-me que ouvidas as vozes que aqui tão caracteristicamente são dissonantes esvaziam-se os teus motivos de amuo

mas essa de mais um blog parece-me bem. depois diz qual a graça dele (graça de seu nome ein)

Anónimo disse...

ganda polémica!

joão belo disse...

obrigado Bengas! excelente contributo.

quanto ao resto, questões de hips e bips, passo.

[é claro que o Fulacunda tem mau feitio, mas também é verdade que isso faz parte do seu bom feitio.]

Anónimo disse...

Acabei de imprimir 25 páginas, em rascunho, para ler calmamente este opúsculo histórico, do nosso Olivais.

Obrigado Bengas.

xai xai disse...

bengas: premonitório o título. claro que para se discutir os olivais com alguma profundidade estas opiniões (quem é o autor?)são importantes. ainda não li tudo, mas já sei que "A vegetação espontânea é quase exclusivamente herbácea..." o que deverá ser para todos nós uma grande novidade...
o "barão da brisa" põe em causa a qualidade das obras concebidas pelos arquitectos e parece-me que não tem razão se as enquadrarmos na perspectiva do binómio habitação económica/construção económica.
o mesmo já não direi dos paisagistas. penso que deveria haver uma maior preocupação na colocação do arvoredo. ainda não há muito tempo, tropecei numa oliveira, lindíssima por sinal, que me deixou meio azamboadoa.

benguela disse...

O autor é o Gabinete Técnico, não está destacado ninguém em particular. Mas é provável que a responsabilidade principal vá para o Carlos S. Duarte, que escreveu muitos outros artigos e Director da revista.

Anónimo disse...

É curioso atentar que os edifícios altos (as torres), segundo este estudo, eram construídos nos morros, para lhes darem continuidade e não haver cortes na paisagem terrestre. Exactamente ao contrário do que aconteceu com as torres do novel centro comercial, que estão construídas num vale e que cortam os Olivais Sul, afastando a zona Oeste da zona Este, e cortando completamente a paisagem num vale.
Não se aprende nada com os antigos...

joão belo disse...

faço minhas as palavras do mamadu, esse para mim é um dos aspectos mais chocantes para mim na ocupação do terreno do centro actual, a forma como se cria uma separação entre uma zona e a outra.

xai xai disse...

é muito interessante a observação do mamadu quanto à forma como foi implantada a edificação em torre. a expressão no texto é admirável: "...leitura rítmica das cumeadas".
De qualquer modo, provocando a volumetria actual, a barreira citada, considero que verdadeiramente chocante é a utilização quase exclusivamente comercial e habitacional (apesar de bem ocupada) que se permitiu ao Sr. Lopes aprovar. O plano era claro, CENTRO CÍVICO-COMERCIAL.

xai xai disse...

Para a já clássica discussão do sucesso ou insucesso dos olivais, permito-me citar o que escreveram em 1973, os próprios autores do plano e que se mantém válido até hoje:
"Falta, principalmente, dar forma ao centro cívico-comercial principal, coração de todo o conjunto e elemento motor da vida social."
e sem coração...

Fulacunda disse...

"para quem nã conhece os olivais não se fica a saber muito à primeira incursão no bairro. Primeiro perdemo-nos no labiritno, irremediavelmente. Depois, devagarinho, começa a perceber-se o sentido das ruas, a lógica das praças, a descobrir entre prédios as árvores, a fixar-lhes as cores, a identificar os montes de relva onde as crianças fazem surf em pranchas de papelão, a espreitar o quotidiano às compras no mercado e finamente a compreender a vida muito particular do bairro..."

extraído de "Olivais, Retrato de um bairro",
de Helena Torres, Catarina Portas e Adriana Freire

exemplar simpaticamente oferecido a esta casa (na verdade foi à D.ª Fulacunda mas tomo-o para o casal, sem a parte do beijo) por amigo (em boa sorte) reavindo

joão belo disse...

tens razão Xai-Xai, já estava a dar de barato isso.

Anónimo disse...

Fulacunda: Revejo-me tanto, mas tanto, nesse parágrafo... prinicpalmente a parte :Primeiro perdemo-nos no labirinto, irremediavelmente.

Anónimo disse...

E se alguém me pudesse dar uma ideia de quais são as células (A, B, etc, só percebi que a G é a do centro comercial) ajudava-me bastante.

Rua Cidade de Inhambane disse...

Olá

Ontem estive a dar uma vista de olhos pelo texto... tem muita referência a um vale de cheias, malha de cheias... não será engano??? Provavelmente será Chelas. Às vezes o programa que transforma a foto em texto prega-nos partidas e nem damos por elas

Anónimo disse...

Inhambane porquê?
Também fui até aos meus 27 anos. Idade a que casei e agoro moro nos Olivais Norte.
Temos a mesma idade, mais um anito que eu.

A indecisa disse...

Inhambane porque o que?
Porque Inhambane ou porque o programa que transforma a foto em texto prega-nos partidas e nem damos por elas?
Se for o porque do Inhambane, foi porque morei nessa rua até os meus trinta e tal, agora também moro nos Olivais mas não naquela rua.
Se for por causa do texto, já não me lembro.
Como sabes a minha idade Anónimo?

Rua Cidade de Inhambane disse...

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