Se pudesse, quero dizer, se soubesse, escreveria um texto para colorir. Diria apenas: Tardes dos Viveiros. Diria, são 16:52. Fechem os olhos. Imaginem-se lá, nas tardes dos Viveiros. Algumas daquelas horas encostadas à parede do corredor entre pavilhões foram vossas. Abram os olhos para dentro. Abram os olhos para dentro, para essa imensidão que é o tempo todo da nossa vida. Imaginemos o espaço. Um corredor largo, principal, por baixo de um telheiro (o que para alguns irá certamente fazer acudir a memória do abrigo durante uma forte chuvada, da forma como tudo se alagava). Também um pátio. Um pátio que era uma montra com o seu banco de cimento corrido, ladeando todo o corredor. Nesse pátio jogava-se à bola. Ou faziam-se rodas de conversa (de certeza de que alguém se está a lembrar das rodas de conversa. Do tempo que ficávamos nestes circulos que eram os nossos grupos). Ou ao pé das motas, no muro cá debaixo. Ou à porta dos cafés. Na pastelaria. São as nossas horas que estão lá. Não sei como é que estávamos vestidos. Muitas modas dentro de um curtíssimo período de tempo, era assim. São 16:58, do dia 26 de Março de 2008. Vamos recuar trinta anos nos nossos relógios, ao dia 26 de Março de 1978. São 16:58, faltam dois minutos para o intervalo. De certeza que este dia existiu, sabemos isso do passado, esteve lá. Há-de ter havido um dia 26 no mês de Março de 1978. Timor, Bolama, Fulacunda, Lobita, Lobito, Vila Pery, Draivimpe, eu sei que pelo menos vocês estiveram lá. Eu vi-vos lá. Eu também lá estava. Peguem na caneta, quer dizer, neste polígrafo digital que abre as portas para este bairro virtual (e para além de todos os outros marcadores que queiram colocar, vamos uni-los por mais um marcador comum, Tardes dos Viveiros).
[E a Rapariga que Veio da Província, o Maracangalha, o Rua 2, o Bengas, o Beira, o Xai Xai, o Moçâmedes, a Inhambane e o Lourenço Marques, este desafio também é para vocês. Escrevam sobre esse vosso dia de 26 de Março de 1978, com ou sem Viveiros por perto.]
37 comentários:
com essa do concurso é que já me lixaste o enquete!
... vamos lá ver se sai alguma coisa (ei! psstttt, acerta lá essa roda do tempo Belo. Fui lá atrás, onde dizes, e dei comigo em 1988 enforcado numa gravata cujo nó nem sabia dar e a fingir que não achava estranho que me chamassem sr. engenheiro! acerta lá as horas a anda lá com essa tua máquina do tempo mais lá para trás)
sim, claro. acho que em 80 ainda estaríamos por lá...eu estava...
nopes.
Em 80 já em andava com o Xai em outras lides. Tu és cá um somítico com o tempo Belo!
ok, vamos mesmo até aos trinta...mas deve ter sido o primeiro ano lá...
lá está! só lá andei no ano de estreia.depois tu continuaste e eu ... continuei
Eu cá nunca meti os butes nos Viveiros...
abrir os olhos para dentro. Abri os olhos para dentro, para essa imensidão que é o tempo todo da nossa vida.
aos 14 anos, em 78.
está combinado, joão belo.
Eu ainda andava na Fernando Pessoa nos anos experimentais, mas acho que fui para os Viveiros no ano a seguir. Vamos ver o que sai.
Bem em 26 de Março de 1978, tinha 15 anos e acho que estava nas Piscinas, em 26 de Março de 1979 sim estava nos Viveiros.Mas de certeza ao fechar os olhos e recuar até essa data acho que o ambiente seria o mesmo.
Obs: Já recordaram o professor Roxo, a Profª de Fisica, o Professor Alvim e outros professores, mas e do Carlinhos o Porteiro, ninguém se lembra? Até tenho pena das partidas que lhe faziamos....
Dacosta
26/03/2008
Bem... fazendo as contas e se não estou errada em 78 já estava no D. Dinis. Estreei os Viveiros mas só andei por lá 2 anos. Mesmo durante esses 2 anos, praticamente só tinha aulas de manhã ( mas lembro-me das bolas de berlim ;) e das aulas de trabalhos manuais numa sala grande ) e à tarde ia (tinha que ir) para casa.
Timor, lembras-te por onde eu andava nessa altura?
[não queria deixar de responder ao desafio, mas a minha mémória anda muito selectiva...]
Onde estaria eu no dia 26 de Março de 1978?
Lembro-me bem desse dia.
Nos Viveiros não estava ninguém.
(eu não estava de certeza que nunca lá andei)
;-)
Lembro-me que era domingo e se não me engano fui até Sintra.
Um almoço em família.
Belos dias esses em que se ia até Sintra...
Estou estarrecido com alguns dotes mnésicos! O Beira até se lembra que era domingo ... e olha lá, estava a chover lá por sintra ou nem por isso?
lembro-me do professor de desenho que 1 dia alguem diz " prof. acabou a tinta branca e ele responde bate á punheta" o mesmo prof. que manda va parar o 21 para perguntar se demora va mto o 44 ou o 45......... e tb levou a turma para 1 visita de estudo a 1 fabrica de sumos (sem avisar a fabrica que ia mos de visita) e ainda por cima obrigou os tipos a fazer sumo para a maltra toda.......e qd deu tilt final anda va pla escola com sua maquina de barbear a perguntar a toda a gente aonde havia 1 tomada......
isto sim era 1 prof
era domingo, Beira?
ok, adiante-se um dia, dia mundial do Teatro...parece-me bem...
:)
Maracangalha, olha que nao tenho a certeza. Em 78 andavamos no 4 ano do ciclo/oitavo. Ja nao sei se tambem ficaste 4 anos na Fernando Pessoa ou so 2. Eu fiquei ate ao oitavo com o grupo das arc en ciel (Leonor, Catarina, a outra ginasta), Susana, Joao L. Em 75 estavas na Fernando Pessoa de certeza, quando foi o 11 de Marco e tomaste o gosto de faltar as aulas no dia dos anos. Ah, e tinhas aquela franja que te fazia tao popular com as miudas. Mas para onde fostes depois? Piscinas? Eu acho que voces so foram para a Antonio Arroio quando nos fomos para o Dom Dinis no decimo ano, pois o Belizinho andou pelos Viveiros (quando namorou a Bien Etre). Teras andado no Padre Antonio Vieira como o Beira e o meu irmao?
Fula, o Beira sempre teve diarios, muito bonitos por sinal.
Que e feito do Bafata?
Obrigado Timor, sendo assim estava na Fernando Pessoa [só fui para o D. Diniz no 9º]. Quanto à franja ainda hoje é um sucesso, como sabes!
grupo das arc and ciel...hum...cheira-me a possível post...
JB
A Timor é a memória oficial - a única que se poderia lembrar de tão arqueológica franja
caro Fulacunda,
agora queres transformar-me no Anthímio de Azevedo do blog?
Pois bem, nesse belo dia primaveril (há dias que não conseguimos esquecer) o dia amanheceu enublado mas ao fim da manhã abriu e apareceu um belo sol. A meio da tarde caíram umas pingas que não foram suficientes para o estragar.
Um belo domingo em Sintra, volto a repetir.
Apesar de nunca ter frequentado aulas nos Viveiros tenho que admitir que nesse ano de 1978 fui lá algumas vezes.
Normalmente ia aos intervalos com um vizinho que mordia tomadas eléctricas mas que agora está bem mais atinado.
Parece que as raparigas mais novas eram muito interessantes e era nos Viveiros que elas estavam.
Lembro-me de uma vez ter sido "apanhado" a sair pela rede, já o intervalo tinha acabado, por um funcionário da escola que me perguntou porque não estava nas aulas e eu, para não ser posto na rua e assegurar a entrada na próxima visita, disse que o professor tinha faltado e precisava de ir a casa buscar um livro para a aula seguinte.
Hoje em dia nem sei o que me poderia acontecer, talvez me transferissem de escola... ;-)
Nunca andei nos Viveiros...passei directamente da antiga Fernando Pessoa para o D. Dinis, o primeiro liceu misto de Portugal...
Nesse dia longínquo e tão perto (o tempo possui essa faculdade, contrai-se)de Março, imagino que estaria em casa, a estudar ou, então, a dar uma volta pelo bairro, com amigos, talvez tivesse ido a casa da Ana ou da Zita ou do Zé Ernesto, ou do pedro Serrão......como tinha amigos em Alvalade, também é provável que por lá estivesse, a tomar um café e a pensar a que concerto iria...
Em casa do João Pedro ou da Ana...
Sei lá...deve ter sido um belo dia, talvez algo chuvoso, manhã de inverno, tarde de Verão...ah, sim, devíamos estar a pensar na viagem ao Gerês...ou a Torrelemolinos..
Sei lá...
a maria correia lembrou-me uma outra coisa: o ano em que passámos a ter turmas mistas...para mim foi o de 74/75, na Damião de Góis. e também me recordo desses nomes de rapazes, o do pedro serrão e o do zé ernesto.
eheheheheh...e também me lembro, Beira, de andarmos a passar pelos buracos na rede para fintarmos a vigilância...
jb
A única escola dos Olivais que frequentei foi a Fernando Pessoa/Damião de Góis (a mudança de nome aconteceu entre o 1º e o 2º ano do ciclo quando a nova Fernando Pessoa abriu).
No 1º ano turma de rapazes à tarde e no 2º fui promovido para a manhã e ainda acrescentaram as raparigas.
Foi no ano lectivo 73/74 e a irmã do Draivimpe era uma das raparigas.
No dia 25 de Abril o meu pai não nos deixou sair de casa e no estilo Marancangalha nunca mais fui à escola nesse dia. ;-))
OOOOOOOh, Beira, então o que é que lhe aconteceu???? :)
JB, nao tanto um post sobre as arc en ciel dos tempos da Fernando Pessoa, mas mais tarde quando fizemos o decimo segundo ano naquela escola nova ao pe de Cabo Ruivo. Um belo romance, ate sou madrinha. Depois conto.
Bolama, nao sejas malvado. O rapaz e a franja tinham imenso sucesso.
Eu estaria no 6º ano, 2º do preparatório, como se dizia na altura. Na Damião de Góis, quando era ainda pavilhões provisórios.
Talvez estivesse a jogar à bola naquele campo inclinado, ou talvez a esquivar-me a um grupo de gandulos que andavam sempre a gamar coisas aos putos mais novos, ou talvrez estivesse a ver uma brincadeira de um grupo que consistia em ver com conseguia atirar uma pedra mais alto, se ao 5º, se ao 6º, se ao 7º andar dos prédios brancos que ficavam (e ficam) mesmo por trás da escola.
Nessa Damião de Góis, não tive tempos que me d~e gozo lembrar... tempos ruins...
Depois, nos Viveiros, a coisa melhorou!
Ó Bolama, ainda não lançaste esse tema, à Baptista Bastos: «Óóó...Onde é que estavas no 25 de Abril?»
rua 2 (33) eu não lancei nenhum tema, foi o joão belo. limitei-me a comentar as memórias capilares da Timor
Bora enquetar as memorias capilares da Timor?
(eu armado aos cucos)
benguela, sobre franjas seria melhor evitares comentários
Pá, não chateies... tou a ler o teu post!
(eu cá não tenho franja... sou careca.)
Em 78 ainda não era nasciso,
Eu divia andar de samarra,,,estava frio na altura? Se sim.... mas nunca usei os Lowden popularizados Amarelismo.
Eainda não ia ao Tó, ao Tosta... mas de certeza que fui gastar uns cinco escudos ao "Luís" nos flippers.
Isso é que era vida. Batiamos nas máquinas em vez de batermos nos colegas ou nos profs. E ainda tirávamos bónus. Pelo menos alguns
outros davam tilt...
Damião de Góis... Viveiros.... Chumbei no 8º (escola da piscina). Profs: Orquidea (Mat), Noémia (história), Lemos (Português, Manuela Perry (FQ), Miss plump...
Colegas: Marta Byrne, Belo e São (casaram), Zé Fontes, o Barbosa...
Lembro-me dos buracos na rede, de não termos ginástica por não haver ginásio, das bolas de berlim..., da sílica do chão... terminei o 11º em 82/83. Margarida Lima Santos
Enviar um comentário