Nada. Não me inspirou nada. Esta pintura que deixámos ficar nos muros de Carvalhais, em S. Pedro do Sul, no Andanças, não me fez surgir nada. Um vazio macio, mas vazio. E agora tenho sono. Mais sono ainda. Espero que ela vos inspire. Amanhã a ver se volto cá mais cedo. Ou com menos sono. Ou com algo para dizer. É difícil. Ando mais para o lado do ouvir. Nas férias acontece-me sempre isto. Fico mais para o lado do ouvir. Os sons dos lugares. Os sons das pessoas. O que elas dizem. O barulho dos passos no chão. Não sei do que é mas sou assim, nos tempos de verão. Sabe-me bem a vida que me entra pelo lado do ouvido. Parece-me música. Se calhar é porque vou a sítios que me quebram a rotina. Não estou à espera e de repente há um sino a ecoar no vale. Ou os reclamistas de Teresina, apregoando tudo, picolé, candidatos, celulares, suco de caju. Vim com vontade de ir de novo. Não sei se vos acontece o mesmo. Ando ainda alguns dias no fim de férias a percorrer as ruas da minha cidade como se fossem ruas de uma cidade estranha. Os seus sons novos, inesperados. E mesmo aos meus vizinhos, aos meus amigos, ou aos colegas de todos os dias, hei-de surpreender com um olhar pausado, demorado, como se os estivesse a olhar pela primeira vez e a pensar de mim para mim o quão estranhos são.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Olhar de novo
Não devia vir assim com tão pouca inspiração e tão tarde. Mas é sempre tarde. Ou será sempre tarde, a adivinhar pelo tempo que vai e vem sem nenhum texto para animar a blogosfera do olival. Por isso, sigo em frente. Alguma ideia, tal como se fosse uma bolota, há-de cair no caminho para me ajudar a levar a conversa por diante. É um pouco a custo que venho aqui. Tal como naquele fim de férias dúbio em que já não era férias mas em que meio mundo ainda não tinha chegado à rua, era penoso vir até aos bancos, sentarmo-nos à espera que chegasse alguém, e começarmos a fazer rodar a girândola da troca de palavras. Depois haveria de vir um, outro, e lá ficávamos três a queixarmo-nos da malta que nunca mais vem, da seca que é agora. Não me apetece mesmo nada deixar morrer este espaço. E se ele se basta com tão pouco, um vir aqui de tempos a tempos, somos tantos, hoje hei-de ser eu a empurrar o écran um pouco mais para baixo. E se calhar até ponho foto. É isso, talvez ela me inspire. Já venho.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
saravah, joão belo!
(logo volto)
Vi-te no muro, vim a correr ..
... e que bem ' continuas a falar ' ainda que em tempos de férias e muros meio desertos.
Lá por Teresina..... por certo lhes falta o ' sotaque ' assim escrito e falado de um ' portuga sem bigode, sem ser padeiro, mas Joaquim de jota grande ' !!
Ou os Olivais estão maiores e quem por aqui passa se instalou noutros muros, noutras escadas, noutras esplanadas.
Ou está tudo para o lado do ouvir.
Ou tudo foi dito nos primeiros meses do blog e agora pouco há para dizer.
Novas histórias darão à costa.
Mas será uma nova fase que se abrirá.
E no espaço de um ano este blog já passou por várias.
Enviar um comentário