terça-feira, 9 de outubro de 2007

Homenagem ao Caracol e outros textos



Estávamos em 1980, nos Olivais, tinhamos dezasssete, dezoito anos. Não sei bem por onde começou a ideia de fazermos um jornal. Éramos do curso de Humanísticos, nos Viveiros, e tinhamos tido aulas com o Afonso Praça. Já nem me lembro do nome do jornal. Nem de toda a redacção. Era o nosso grupo de sempre, tinha de ser, inventávamo-nos em projectos para estarmos juntos mais um pouco. Lembro-me bem de duas peças do nosso jornal: uma reportagem sobre a antiga clínica do SAMS, quando ainda era só um prédio em construção, e o tempo que aquilo se arrastou e as pequenas tragédias que por lá ocorreram, e a outra era uma entrevista ao Sam (Samuel Azavey Torres de Carvalho, como encontrei aqui, na memória de um dos seus últimos médicos). Tinha sido eu a propor a entrevista porque na semana anterior o vira na televisão a ser entrevistado, já não sei por quem, e, ao contar uma pequena história alheia com a qual se cruzara, emocionar-se tanto que chorara. Aquilo impressionou-me, tocou-me, comoveu-me. Eu naquela altura tinha a cabeça cheia de fantasias, de devaneios, queria ser artista, escritor, actor, cá dentro esvoaçavam-me imagens de Paris dos anos vinte, o Quartier Latin, os retratos que Somerset Maughan pintara de Gaughin em Um Gosto e Seis Vinténs eram um lugar, um país, a minha pátria, não dormi na véspera , passei toda a noite em claro a matraquear as perguntas no teclado hcesar da Princess, a máquina de escrever do meu pai, eu tinha ficado responsável de de organizar a entrevista.
E no final escrevi um pequeno texto, falava de Gaughin, exorcizava esse artista vagabundo, que anda com a casa às costas, não sei, uma pepineira pretensiosa e lamechas sem garra nem talento mas com muito nervo, era aquilo que eu era essencialmente, um nervo agitado a escorrer-me dos dedos, dos olhos, sei lá de onde nos vem o desejo, o ânimo. Separei essa folha do guião da entrevista e dobrei-a, guardando-a no bolso. As outras distribui-as pelos meus amigos jornalistas.

Ainda me lembro do primeiro embate. A entrevista estava combinada para a parte da manhã. Ele estava no café do Tó. Nós ladeámos a cercania de ferro que protegia a zona dos ateliers, onde havia também uma cooperativa de consumo, e ele saltou por entre a cerca, havia uma falha de dois ou três varões. Abriu-nos a porta do atelier e entrámos no seu mundo mágico. Um expositor com bosta de boi, um relógio que andava ao contrário, uma mesa de criança, gigantesca, com cadeiras muito altas, que invertia o efeito com que vemos as nossas crianças, uma cadeira desnivelada que era uma alegoria ao Poder. E principalmente um lugar sensível, um lugar de desconstrução.

Recordo-me que ele estava à volta com um livro para o qual ainda não tinha título, só textos dispersos. Era o seu primeiro livro de textos, uma experiência inédita para ele. Leu-nos aliás alguns, ocorre-me um sobre um sapato. Eram textos irónicos, falando de coisas como se fossem gente. Era o mundo de uma criança. Naquele dia o Sam estava muito agitado. Tinha começado a fazer acupunctura para se libertar do vício do tabaco e aquilo tudo estava a custar-lhe muito. Mas recebeu-nos horas, na parte traseiro do atelier, com umas vidraças que davam para algo que se pareceria um jardim, já não me recordo bem. No final da entrevista eu ainda não tinha conseguido tirar o texto que tinha escrito para lhe dar. Tinha medo que os meus amigos me achassem rídiculo, pretensioso. Quando ía a sair verifiquei que ele tinha um daqueles quadros de cortiça para anotar e pregar coisas. Coloquei lá o texto, preso com um pionez. Chamava-se Homenagem ao Caracol. Nunca mais lhe falei nisso e conversámos bastantes vezes, eu começara a escrever para o DN Jovem e muitas vezes, à terça-feira, partilhava o seu jornal. Por vezes na mesa sentava-se o Listopad, que também lá escrevia e ele separava o DN Jovem, e perguntava-me se eu já tinha lido. O Listopad levantava os olhos do seu jornal e ele dizia-lhe, ele escreve aí. E claro, eu sentia-me inchado, artista, as terças feiras em que saíam textos meus eram os primeiros dias do resto da minha vida. Ou, noutra altura, levou-me até à sua escultura, que ficava ao lado do salão da Igreja velha e falou-me dela. Do modo como pretendia que ela fosse mais um ponto de onde se via o bairro do que algo para se ver. Que tinha cuidado de cada uma das perspectivas. É claro que nessa altura o mamaracho do Centro Comercial ainda não engolia tudo.
Uns anos mais tarde, já ele tinha morrido, ao passar ao pé daqueles alfarrabistas que há ao pé do Martinho da Arcada, encontro numa banca de livros um título do Sam. Chamava-se Homenagem ao Caracol e outros textos. Estremeci por dentro, por fora. Encontrei lá os outros textos, história de um sapato e os outros que ele agrupava, ainda sem título.

58 comentários:

Anónimo disse...

Estremeceste por dentro ? Eu ... teria morrido e vivido por dentro dez vezes ! Não ... Cem vezes !
É por estas e por outras que ser dos Olivais é ... ter qualquer coisa no sangue !!

xai xai disse...

Curioso que quando me lembrei do Sam, pensei em fazer um texto com base na semelhança óbvia da grafia destas duas instituições dos Olivais, o SAM e o SAMS. Cheguei até a estruturar uma ideia à volta da vida e da morte. Quando morreu o SAM, nasceu o SAMS. Antes de ser hospital foi símbolo de morte e por aí fora, blá, blá, blá. Falta-me no entanto, talento para coisas sérias. Foi certamente para ti um privilégio, privar com ele.

joão belo disse...

Não privei. Cruzei-me com ele. É diferente. Mas sim, foi um privilégio. :)

Fulacunda disse...

João Belo, espero que continues a 'respirar o nosso ar daqui', assim como sabes, pelo que contas, e como o contas. É verdade que a miúda com olhos de amêndoa eleva a condição deste blog, é também verdade que a prosa do Xaixai, de tão próxima, me leva por caminhos recônditos da memória, é verdade que tudo juntando acabo encontrando por aqui a (re)construção que julgo todos usufruímos da memória dos olivais e que tão pretendida era neste espaço. Tudo isso me deixa ferrenho visitante desta casa de memórias onde encontro em carne viva os amigos d'antanho, e a sua visão dos tempos que por lá vivi. Mas textos assim ... tu não te vás daqui pá. Nem tu nem mais ninguém!

(... porque sinto que as palavras que aqui vão contando memórias, meras ocorrências e curiosidades, aos poucos vão agregando o território da ilusão, a ilusão de então, e essa, porque - no mesmo contexto e idade - também a partilhávamos, e porque provavelmente olhava ao longe para onde hoje estamos, desperta-me ainda mais interesse e curiosidade)

Abraços olivalenses

Anónimo disse...

citando RedBafata:
"É por estas e por outras que ser dos Olivais é ... ter qualquer coisa no sangue !!"

Pelos olivais, e não só, há muita gente com as coisas mais bizarras no sangue!

xai xai disse...

João Belo: Quando disse que privaste, não quis dizer que engravidaste dele! Acredito é que existem pessoas de tal dimensão interior que breves momentos de contacto são suficientes para nos despertar novas emoções e novas acções.

xai xai disse...

Foi com júbilo que olhei para a palavra FULACUNDA, foi a sensação que senti quando o Benfica foi campeão o ano passado...ou foi há dois anos? ou foi há mais, não interessa. Apenas te digo:
Olivesaria sobrevive sem ti....... não é, é, tão bom!!!!

benguela disse...

Foi naquela estrutura devoluta do SAMS que um trigémeo descobriu que o alpinismo era a sua vida…

Fulacunda disse...

por falar em sobreviver, oh gorongosa, ouvi dizer que te queimaram 80% da pele ou isso são as bojardas do costume do jornalismo luso?

Anónimo disse...

80%?

A vida é dura!!

O melhor é ter sempre...
... qualquer coisa no sangue!

benguela disse...

A Olivesaria vive com ele, connosco e com os outros... e mais os que se queiram abeirar e os que não, mas que estão à coca e a par de tudo…
Uma vez na Olivesaria, oliveseiro indissociável…


Uma vez se engana o prudente, e duas o inocente.

Anónimo disse...

Pois, mas eu continuo sem saber onde é o Tosta, o largo das mamas e agora também não sei onde é o Tó e o Mete Nojo... bom mas não se livram de mim assim tão facilmente, cá continuarei a deliciar-me com as prosas.
Mas bem podiam explicar para os não nativos, adoptados dos Olivais...

Anónimo disse...

Não saber onde é o Tosta ( brilhante e gigantesco espaço de 30 metros aquadradados que começou com uma Holding de 5 ( sim, cinco ) sócios , o Largo das Mamas, o Tó e o Mete Nojo e ainda assim ´introduzir-se ´e viver o espaço olivalense, merece consideração ! Faça-se um ultimato ao Turismo ou à CML e inclua-se o itinerário no roteiro daqueles autocarros de fast-tourism que também já circulam em Lisboa.... Caso redunde em nega .... sugiro voluntariado para apresentar os locais de culto à nobre moça !!

benguela disse...

O Tosta é um café, o Tó é um café, o Mete-Nojo é um café... todos eles fixados a mais ou menos 5o metros uns dos outros. É possível traçar um triângulo e contabilizar os desaparecidos.

O Largo das Mamas (Praça de S. Salvador) é um largo ao largo destes cafés com um lago de forma esquisita, assim tipo um trevo de quatro folhas ou uma cruz de Cristo mal amanhada ornamentado com oito montinhos à volta, as tais mamas. O lago já foi com os porcos, foi tapado, restam os montinhos qual Loba Romana com as oito tetas…

benguela disse...

Ah! Importante, os cafés existem ainda mas com “taberneiros” e obras diferentes… mudaram os donos. Ainda vou ao Tó, de mês a mês, talvez… e ainda o outro dia a propósito do último benfica-Sporting vi o jogo no Mete-nojo mais o Fula, o Nampula e o Catió.

Anónimo disse...

Sapo - mapas e itinerários
procura: praça S. salvador Lisboa

resposta: praça cidade do salvador - Porto

Brigadinha...

xai xai disse...

Estimado administrador Benguela, quanto ao cartão amarelo, que me foi apresentado, está aceite com uma ressalva. Aqui o XaiXai está um pouco out quanto aos rostos que se movem atrás das máscaras, é pois natural uma pequena afeição, por aqueles que reconheço, especialmente por esse "cara de lau" parceiro de muitas e boas jornadas.

xai xai disse...

Excelente Intrusa:
Sem malícia, já tentáste colocar mamas no google? Pode ser que resulte. A sério, apanha o 21 (o nosso 21). Ficas automaticamente habilitada a Intrusa Honorária. Alguém sabe explicar qual é a paragem?

Fulacunda disse...

Intrusa, não tem nada que enganar. são três paragens para quem sobe da piscina no 21, a saltar mesmo em frente à igreja. O trincas só costuma chegar aos bancos detrás cá em cima da av. cidade de luanda, pelo que aconselho a ir junto à saída de trás, pois com um bocado de sorte ainda dá para saltar na curva mesmo antes da paragem e evitar pagar 1$50 que isso dá para muitos pirolito-bilas, (comigo pelo menos resultava quando vinha da piscina). mas atenção que isto só dá para os autocarros de dois andares e porta aberta atrás, que agora andam para aí a meter uns laranjas que são um desatino.
Muito cuidado com a curva ao cimo. Não se esqueça que é preciso saltar na travagem ao pé da garagem (que não m'alembra o nome) que depois ele acelera e é o diabo dos joelhos esfolados.
Ora bem, agora em chegada a terra firme, e deixando a igreja pela esquerda, é só seguir a cerca da casa da Eduarda, a dos maias, coisa por entre erva daninha crescida e onde se pode ... olhe, por trás dela fica justamente o atelier do Sam, aqui recordado.
Finda a cerca há-de encontrar-se diante do "cheira-mal", ou "mete-nojo" conforme os gostos de tratamento, um dos vértices desse tal triângulo das bermudas. Neste ponto já não estará longe. É natural que veja passar estridentes motorizadas de escape aberto a darem voltas sucessivas ao quarteirão aparentemente sem finalidade nenhuma, não ligue. É também provavel que encontre vários grupos de rapaziada em semi-circulos pelas esquinas menos conspicuas de algum prédio, não ligue também. Isso deve querer dizer que está próxima do destino final. Importa agora é virar-se para o "cheira mal" justamente do sítio onde está. Procure ignorar as bocas brejeiras que irá ouvir do pessoal que por aí se abanca a "fazer esquina", caso contrário não conseguirá nortear-se e essa é aqui uma questão importante. Há direita se se recorda tem a cerca da propriedade da eduarda e ao fundo por cima dela poderá até distinguir o topo das chaminés da Sacor. Pela frente tem o tal do café, ... ignore-os, que eles até são bons rapazes. Dirija-se então pela direita atravessando justamente aquela que é a cidade de lobito, depois mais uma outra rua que julgo ser a moçâmedes e terá diante de si um prédio que formará vários tunéis por baixo de si. Esses pilares que sustentam o prédio e que permitem transpô-lo para o outro lado darão passagem para um espaço extenso, quadrado, que é circundado em cada um dos seus quatro limites por uma fiada de prédios. Mais perto de onde se encontra estará um pequeno recinto de patinagem. daí lance a vista!, por detrás dele facilmente encontrará uns belos seios empedrados.

Qual google!!! 21 a partir da piscina e mai nada!

Fulacunda disse...

"Dirija-se então pela direita"

enganei-a. assim vai dar aos viveiros da CML. deve sim seguir pela esquerda. as minhas desculpas

benguela disse...

xai, mas tu és maluco! Cartão amarelo o caraças, pá! Árbitro eu? Fónix! Vou ali já venho, esses abrunhos são responsáveis, digo responsáveis, por fazer cumprir regras. Ora eu quero é que as regras (desculpem-me as gajas giras) vão dar uma granda volta ao bilhar grande... tu tás bem xai, muito bem mesmo, (não fora o nome xai, xai! Ca raio da nome foste arrajar!!!

xai xai disse...

Benguela (que ainda hei-de descobrir quem és, sem fazer jogo sujo), como muito de direita que sou, propus-me atento e venerando perante as hierarquias e assim me coloquei, qual Egas Moniz com a baraça ao pescoço. Agora, surpreendido fico com a pergunta do nome. Recordar-te-às que 3 décadas atrás entregámos belos territórios aos legítimos(?)proprietários que, de xofre, mudaram o nome das belas urbes por nós construídas. Sendo eu da R.Cidade João Belo e estando mui nobremente ocupado neste blogue tal designação, toca de descobrir como se chama actualmente em Moçambique a ex Cidade João Belo. Ceeeeeeeeeeeerto: XAI XAI !!!!

benguela disse...

... por falar em árbitros

SPOOOOOOOORTING!

benguela disse...

Esclarecido, não fazia ideia que era esse o nome antes, assim sendo... (lembra-me o filho do Tó, café tó... esse é que era o xai ou se calhar era o chai!?)

xai xai disse...

Provavelmente Schai(ão) daqui que me incomodam.
Quanto ao comentário SPOOOO qualquer coisa, tornou-se o momento mais deprimente deste blogue. Fosse eu administrador, árbitro, juíz, régulo ou quejando deste caldeirão e seria banido todo aquele que teclasse tal conjunto de letras.

Fulacunda disse...

olhem lá os dois, oh bengas e xai:

quereis um bilhar esta noite que logo me prestarei para vos apresentar?
o meu adversário de há 25 anos contra o de agora. assim como eu em dois tempos a medir(vos) a evolução nesta nobre arte desportiva.

um momento que vou lá aos meus confins de palavras buscar definição apaixonda da coisa e já venho ...

... enquanto vcs decidem

Lobita disse...

Intrusa:
vai ao site da CML www.cm-lisboa.pt e vai ao mapa interactivo da cidade - no endereço, coloca Praça Cidade de São Salvador faz a persquisa e BINGO!!!! é o único... e de repente começas a ver as ruas à volta... estamos lá todos!

Se não encontrares, diz qualquer coisa. De qualquer maneira, fica perto do shopping... e devo alertar-te que estes meninos já não vêem as mamas do Sr. Largo há algum tempo - o Lago já não existe desde que tinhamos pelo menos uns 20 anos... (eu com 20, claro... eles teriam cerca de 35...).

Dúvidas?

Lobita disse...

Outro esclarecimento, o outro Chai, tinha esse nome vindo daqueles carros de combate - Chaimite - ele sempre foi pequenote e franzino!

Fulacunda disse...

bolas, é nestas alturas que um tipo se apercebe da chafurdice que já fez... da quantidade de coisas que já escrevu neste éter. Tive de ir a março de 2005 para encontrar a tal da coisa. Então é assim:

"Oh José Flávio,

Um taco agarra-se à frente, por entre 3 dedos argolados, e deixa-se deslizar, sem atrito, dando-lhe o curso que ele quer. Atrás sustém-se firme, prende-se-lhe a vontade, controla-se-lhe a força, e a massa dispara. Depois mais nada, concluída a carambola, divide-se em dois e guarda-se no saco. Ganha ou perdida a partida, nada trazemos dele. Há mal nisto, há aqui o que nos divida? Há algo disto que se traz para além do jogo? Há aqui coisa que nos faz ser menos quando retornamos?

Mas na escrita ..."
(o resto é pouco científico e pouco interessa)

Então, vamos lá logo ou nem por isso?

xai xai disse...

Mailame o teu tlm. Em principio sim.

Fulacunda disse...

melhor, faço chegá-lo de viva voz

Lobita disse...

vocês cortam o entusiasmo todo a esta cena que estávamos a deslindar.. FEIOSOS!!!

benguela disse...

Também acho xai, não devia ter dito aquilo do spor... mas olha, agora tá dito tá dito.

Anónimo disse...

Depois de meia-hora à volta com os mapas lá cheguei, entre a cidade de Moçamedes e a de Novo Redondo, lá está. Obrigada Lobita, se não fosse a solidariedade feminina... com a explicação do Benguela havia de ser lindo... já nem deve existir esse 21 que agora sabe-se lá porquê são todos 700 e qualquer coisa. e a Igreja que eu saiba é ao pé da esquadra da polícia lá pra cima e os viveiros da Câmara são ao pé da Encarnação, que bela complicação.
Mas ainda hei-de ir tomar um café ao tal Tó (ao Mete Nojo, vá-se lá a saber porquê, estou um bocadinho reticente...) só para vos provar que chego lá. E hei-de ver as tais mamas e confirmar se são 7 ou 8.
Este Sábado de manhã ia conhecer a Quinta Pedagógica mas faço antes uma excursão à cata dos cafés. Depois vos direi o resultado da expedição.

cláudia santos silva disse...

um belo post, joão belo.

Anónimo disse...

joao belo, ganda post ... Mas falta o arrojo, vai lá escrever a cena do velho Sam a encontrar ("isto veio de onde"?) o título para o livro espetado na parede ... fabuloso Grande abraço daqui de ao pé do xai xai para ti, ó joão belo, que lhes estás a dar

a discussão sobre a localização dos velhos eventos foi vergonhosamente resolvida pelo beira - mania das imagens ... - onde está a casa dos maias, ruína charravél, pá? rendemo-nos à BD museológica?

o chai franzino? este é o comentário mais arqueológico deste blog - o tipo é o primeiro barril da geração

fulacunda, esta intrusa será vintage? cheira-me que TemTudo

joão belo disse...

fulacunda, embora com a tua descrição a intrusa fosse e talvez não chegasse, está lá tudo. eu fui. aquele timing do pica-bilhetes a chegar lá atrás estava na mouche. os teus comentários-posts são o que de melhor por aqui há. espero que te tenhas saído com tanta arte nas três tabelas.

Anónimo disse...

Perdão ao Fulacunda a quem chamei Benguela, sei lá desculpem-me sou mesmo só uma intrusa...até vocês se perdem com os nicks e não sabem quem são, imaginem eu...

Beira disse...

Nanza Bo, querias que eu também assinalasse o local onde costumavamos ir chamar o gregório e o transformasse em local de peregrinação?

E uma imagem vale mil palavras.
E se forem palavras do Fulacunda acho que quando algum forasteiro encontrasse (se encontrasse ;-) os locais descobria que estava na década de 70.

Será que aconselhas, a partir de agora, que em vez de se colocar uma fotografia se peça ao Fulacunda e ao Benguela para a descrever por palavras?

xai xai disse...

Sugiro que se houver alguém com queda para o desenho, o faça desse modo. Já agora, um desenho quantas palavras vale?

joão belo disse...

Xai-Xai, essa do muito de direita que sou fez-me lembrar uma história muito gira da nossa "a revolução é uma ludoteca" de quando entrámos e saímos - e da nossa breve passagem - de uma organização de jovens patinhos. Especialmente a saída, eheheheh. Lembras-te?

Beira disse...

Há várias histórias interessantes de saídas da organização de patinhos.

Mas nem todas podem ser contadas aqui!!

benguela disse...

Uma vez roubei a urna com os votos para a Associação de Estudantes da Fernando Pessoa...




(dói-me a cabeça!)

xai xai disse...

Benguela: alguma pedra de gelo estraga, certamente! Quanto aos votos, pelo menos devolve-me o meu que bem falta me faz.
João Belo: Dessa já me tinha lembrado. 2 imberbes jovens de 12 anos a dirigirem-se ao Campo Pequeno para se tornarem patinhos e eles a correrem connosco por falta de dimensão etária. Foi assim, não foi? Conta tu.

benguela disse...

Mas vocês organizavam-se em patadas?

xai xai disse...

O meu amigo ironiza, porque não lhe aconteceu a si. É um assunto muito sério que exigiu cura prolongada por pedopsiquiatra especializado e para castigo, faço votos que tenha um filho como nós!

benguela disse...

O amigo então que esclareça?

Porque assim de repente vejo dois imberbes jovens no Campo Pequeno para se tornarem patinhos!!!!!!!

Anónimo disse...

ok, eu contarei XX. no fim de semana voltarei a ter tempo para estas aventuras. e até lá é como disse o Bafatá, isto está-se a tornar os nossos muros de antanho. :) JB

Anónimo disse...

beira, nada contra imagens, bem pelo contrário - ja sobre o gregório (de que rua é?) não o recomendo em imagem. mas aquelas escadas meio derrubadas são épicas [aliás o JB fala do espaço entre as grades - não era só o Sam que o usava]

Anónimo disse...

dasssss. só para perfazer 50 comments ! E o post MERECE !!!!

benguela disse...

51

Fulacunda disse...

olhe psstt oh desculpe, é aqui a bicha para o 52?

benguela disse...

52! baixa as calcinhas que és a seguir...





(esta devia estar no “vê-se logo que é dos Olivais”)

Fulacunda disse...

belinha !!!!!


(apranta-lhe esta também)

Fulacunda disse...

com estas regressões à infância este post arrisca perder toda a sua dignidade.
desculpa joão belo, é o bengas pá, o gajo não tem decoro nenhum


belinha !!!!

benguela disse...

Pimba, calduço... quarto d'hora.

benguela disse...

A dignidade está em todo o lado, até num tubo de ensaio...


(este sacana tocou uma sarapitola para dentro dum e obrou para dentro de outro, e colou etiquetas a dizer "esperma do artista" e "caca do artista"... o primeiro abria a exposição e o segundo fechava-a... ahahahha!)

Paulo disse...

joão, gostei da tua história, pois ela fez-me lembrar, de novo, essa figura singular que foi o SAM. Só quem o conheceu pode dar o real valor ao que ele foi. Obrigado pelo link. Um abraço