Uns dizem que foi mau, outros que foi bom e... ainda outros que nem por isso.
Todos concordam no entanto que não houve infância tão marcante quanto a vivida nos Olivais.
Em que outro sitio seriamos obrigados - lembrando o JoãoBelo - desde tenra idade, a aprender a sobreviver aos “ataques” dos indígenas bairros vizinhos.
Diz a Lobita, e bem, que não morremos todos várias vezes, simplesmente porque não e que diariamente fazíamos imensos disparates apenas porque sim.
Os Olivais nasceram de uma experiência, quanto a mim, errada, de misturar todo o tipo de gentes o que veio a provocar um nivelamento por baixo, claro, de todo o gentio que por lá cresceu.
Atenção Oliveiras, não me interpretem erradamente, por baixo, não implica necessariamente mau ou errado, mas simplesmente escusado. Imensos disparates e abusos sucederam e que, obviamente poderiam ou deveriam ter sido evitados.
Em que outro sitio se poderia dar largas á imaginação durante dias (anos) a fio?
Em nenhum outro lugar poderíamos ter a liberdade que tivemos.
Enfim, estava-se mesmo a vêr que bandos de miúdos, a solta durante todo o dia ( bairro dormitório para os pais) não podia acabar bem.
O que realmente penso, é que se criou um ambiente de solidariedade, amizade e camaradagem como em mais nenhum outro. Não tentem desmontar a teia existente entre as Oliveiras.
Quem passou anos naquele activo dolcefarniente sabe que aquela é, e sempre será a sua terra.
Assim se criou o Bairro dos Olivais, grande em tamanho e grandioso nas pessoas que por lá cresceram.
Aspirando ao Templo Místico do Ser
Há 3 dias
11 comentários:
Nem mais, Lobito. Mesmo não tendo vivido lá a minha infância como muitos de vós, e tenha por isso um lugar tão mitico como este para lhe justapôr, sinto que os Olivais enquanto lugar são maiores do que a soma daquilo que cada um de nós lá viveu. E é exactamente como tu dizes: activo dolcefarniente.
lobito & joão belo: uma análise , válida como qualquer outra. E no entanto, parte apenas de uma realidade infinitamente maior, que foi e é aquele bairro. Com mil e uma vidas .... de fare niente ou fare brutalmente muito ! Depende de onde se está sentado !
ou da maneira como te sentas...
(não é a cadeira que é desconfortável!)
O sitio meus amigos o sitio...dassssss estamos a falar do sitio
já agora, alembrei-me dumas escadas com vista para o cheira-mal.
vês ???? és mesmo dos olivais !!
Para mim crescer nos Olivais, até uma certa idade, foi sempre a balançar entre integração e coabitação, nenhuma delas a 100%
Também aprendi a fugir dos raides da "ciganada" das células vizinhas lá da Rua e a evitar outras tantas zonas mas pelo menos estava na Rua e nunca deixei de estar por causa disso, fosse de dia ou fosse de noite (é certo que não havia computadores e a TV não era tão alienante como agora mas o que me fazia estar na rua era o estar com o "pessoal").
Por outro lado fui tendo todo o tipo de coleguinhas de escola e amigos e amigas, com todo o tipo de vidas e ambientes familiares. O prédio em que viviam, a profissão dos pais, a roupa que usavam, as coisas e a a maneira como falavam nunca tiveram a minima importância no fazer e manter de amizades se fosse caso disso.
Em termos urbanísticos agradeço aos planeadores e arquitectos a inspiração de tantas das ideias e as combinações infinitas que nos deram de explorar e viver os espaços. Nada melhor. Ainda hoje me oriento melhor em zonas das cidades de planta não regular que quando é tudo "à esquadria". Em parte, é por essas e por outras que tendo aqui crescido e após uma ausência de 6 anos, para cá voltei. So far so good.
C6
aqui está mais uma grande conclusão.
bela reflexão. está aqui a essência dos olivais, um falhanço do ponto de vista social, um ferro bem quente e muito fundo na alma de cada um de nós.
É certo que o crescimento em bando, limita o desenvolvimento individual. Mas também é certo que não existe melhor modo de saber o que significa "...solidariedade, amizade e camaradagem..." e isto para quase todos nós é o mais importante.
bela reflexao, sem dúvida. E concordo em absoluto: o traco mais marcante da minha infancia nos Olivais foi a liberdade. A liberdade de poder passar os dias fora de casa, a liberdade de poder jogar à bola na rua às duas da manha, a liberdade de conviver e aprender com outras experiencias de vida tao diferentes das nossas, ...
... a liberdade de se ser !!!!
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