Quem me conhece, sabe bem da minha afeição pelo glorioso Benfica.
Quem não conhece, não vale a pena pesquisar através desta característica… somos 6 milhões.
Nasci numa família pouco atenta a futebóis. Excepção feita ao meu avô paterno que era leão de lugar cativo, não havia o hábito de ver ou conversar sobre futebol, o meu pai, que nunca vi num estádio de futebol, tinha um fraco pela equipa com aquela espécie de gato na camisola, digo fraco porque um clube daqueles não alimenta sentimentos fortes, mas nunca passou do sofá.
Tendo vivido em Angola de 1965 a 72, não cresci por isso com a televisão por companhia, ouvia sim, bastante telefonia, o que aliás, ainda hoje acontece.
E o que nos traziam essas ondas mágicas, para além das notícias oficiais da guerra, dos Beatles, Nelson Ned e Roberto Carlos (de que ainda hoje sou fã!)?
Traziam, as inesquecíveis e gloriosas noites europeias do Benfica.
Assim me fiz benfiquista e passei a conhecer os outros membros da família, Ajax, Manchester, Milão, Inter, etc.
Ainda hoje me custa desperdiçar tempo a falar de futebol com adeptos do Guimarães, Rio Ave, Sporting, União de Leiria, etc. Desde cedo aprendi a reconhecer os outros grandes da Europa, como sendo os nossos verdadeiros adversários.
Com dez anos, chego à metrópole (adoro esta palavra!) e não encontrei quem partilhasse comigo este gosto. O meu grande companheiro desses primeiros anos, o João Belo, que bem conhecem aqui na Olivesaria, nunca se mostrou muito adepto de “clubíces”, creio até que em dado momento assumiu essa sua limitação e tornou-se adepto do tal clube do gato a armar ao pingarelho.
Para ver futebol, tinha de acompanhar o meu avô (um prazer!) e ir ao Estádio José Alvalade. Fui, inclusive sócio do clube. Recordo aqui a mágoa que senti quando foi desmantelado esse local onde vivi tantas glórias benfiquistas.
Conhecia bem Alvalade mas, aquele que era o meu estádio, népia…
Por esta altura, com 14 anos, “parava” no reino de Bafatá, partilhando com aquela “seita”, os muros, a rua, participava nas incursões por outros territórios olivalenses e competia nos seus “autódromos” de caricas.
Certa noite de muro, mais exactamente no dia de 29 de Setembro de 1976 (bela memória a…………..do Google!), alguém lançou:
B’ora ao Benfica???
Sem surpresa, a resposta afirmativa foi unânime. Casaco vestido, tostões no bolso para o 50, e “ala que se faz tarde”. Na Catedral, os mais batidos apontaram a rampa norte como objectivo. Chovia. Aí chegados, a entrada foi fácil, à Olivais, cada um de nós escolheu o seu “pai” ou “avô” adoptivo e com um; “Senhor, posso entrar consigo?”, tornávamo-nos “familiares” de circunstância e passávamos os porteiros.
Consumou-se desta forma, um desejo antigo, sentar-me no 3º anel e ver o Benfica jogar “na Luz”.
Confesso que, para além do inevitável Bafatá e do quase certo TóJó, não me recordo dos nomes dos outros Bafatás que apadrinharam esta “premiére”. Na eventualidade de existir por aí alguém que se recorde deste episódio e me avive a memória, aqui o Xai2 agradece.
Para quem possa interessar, aqui vai o “relatório” do jogo:
Quem não conhece, não vale a pena pesquisar através desta característica… somos 6 milhões.
Nasci numa família pouco atenta a futebóis. Excepção feita ao meu avô paterno que era leão de lugar cativo, não havia o hábito de ver ou conversar sobre futebol, o meu pai, que nunca vi num estádio de futebol, tinha um fraco pela equipa com aquela espécie de gato na camisola, digo fraco porque um clube daqueles não alimenta sentimentos fortes, mas nunca passou do sofá.
Tendo vivido em Angola de 1965 a 72, não cresci por isso com a televisão por companhia, ouvia sim, bastante telefonia, o que aliás, ainda hoje acontece.
E o que nos traziam essas ondas mágicas, para além das notícias oficiais da guerra, dos Beatles, Nelson Ned e Roberto Carlos (de que ainda hoje sou fã!)?
Traziam, as inesquecíveis e gloriosas noites europeias do Benfica.
Assim me fiz benfiquista e passei a conhecer os outros membros da família, Ajax, Manchester, Milão, Inter, etc.
Ainda hoje me custa desperdiçar tempo a falar de futebol com adeptos do Guimarães, Rio Ave, Sporting, União de Leiria, etc. Desde cedo aprendi a reconhecer os outros grandes da Europa, como sendo os nossos verdadeiros adversários.
Com dez anos, chego à metrópole (adoro esta palavra!) e não encontrei quem partilhasse comigo este gosto. O meu grande companheiro desses primeiros anos, o João Belo, que bem conhecem aqui na Olivesaria, nunca se mostrou muito adepto de “clubíces”, creio até que em dado momento assumiu essa sua limitação e tornou-se adepto do tal clube do gato a armar ao pingarelho.
Para ver futebol, tinha de acompanhar o meu avô (um prazer!) e ir ao Estádio José Alvalade. Fui, inclusive sócio do clube. Recordo aqui a mágoa que senti quando foi desmantelado esse local onde vivi tantas glórias benfiquistas.
Conhecia bem Alvalade mas, aquele que era o meu estádio, népia…
Por esta altura, com 14 anos, “parava” no reino de Bafatá, partilhando com aquela “seita”, os muros, a rua, participava nas incursões por outros territórios olivalenses e competia nos seus “autódromos” de caricas.
Certa noite de muro, mais exactamente no dia de 29 de Setembro de 1976 (bela memória a…………..do Google!), alguém lançou:
B’ora ao Benfica???
Sem surpresa, a resposta afirmativa foi unânime. Casaco vestido, tostões no bolso para o 50, e “ala que se faz tarde”. Na Catedral, os mais batidos apontaram a rampa norte como objectivo. Chovia. Aí chegados, a entrada foi fácil, à Olivais, cada um de nós escolheu o seu “pai” ou “avô” adoptivo e com um; “Senhor, posso entrar consigo?”, tornávamo-nos “familiares” de circunstância e passávamos os porteiros.
Consumou-se desta forma, um desejo antigo, sentar-me no 3º anel e ver o Benfica jogar “na Luz”.
Confesso que, para além do inevitável Bafatá e do quase certo TóJó, não me recordo dos nomes dos outros Bafatás que apadrinharam esta “premiére”. Na eventualidade de existir por aí alguém que se recorde deste episódio e me avive a memória, aqui o Xai2 agradece.
Para quem possa interessar, aqui vai o “relatório” do jogo:
29 de Outubro de 1976
21:30
Estádio da Luz
BENFICA 0 – DÍNAMO DRESDEN 0
2ª mão da 1ª eliminatória da Taça dos Campeões Europeus
Resultado da eliminatória: 0-2
Benfica eliminado (devemos ter sido roubados!)
Obrigado Bafatás….
10 comentários:
Sou do Sporting.
(...mas não sou "doente" como alguns "lampiões" que por aqui param)
E isso não me impediu de ir algumas vezes à Luz apoiar o Benfica.
Tiveram azar no jogo que escolheram para ver.
Eu cá fui a um jogo com o Feyenoord para a Taça dos Campeões.
Nesse tempo (22 Março 1972) os jogos começavam às 21:45.
Às 18:30 já estava no 3º anel acompanhado por uma dúzia de porteiros da António Augusto de Aguiar (ainda não vivia nos Olivais), esses sim benfiquistas.
E iam bem "apoiados". Vários garrafões de 5 litros de água-pé, aguardente e vinho tinto, mais umas omeletes de 15 ovos que eram suficientemente fortes para se defenderem sozinhas.
Na 1ª mão, em Roterdão o Benfica tinha perdido por 1-0.
A 15 minutos do fim ganhava por 2-0 e estava apurado, mas aos 76' o Feyenoord marca e o Benfica estava eliminado (em caso de empate o golo fora vale a dobrar).
Muita gente começava a sair achando que a eliminatória estava perdida.
Nos últimos 10' o Benfica marca 3 golos e ganha o jogo por 5-1.
3 golos do Nené e dois do Jordão.
Nunca me esquecerei deste jogo!
Em 1994 tinha um namorado HIPER Benfiquista (ainda hoje é... benfiquista) e que mesmo sabendo que eu não gostava (não empenhou o anel de rubis) levou-me à Luz a ver o Benfica com o Bayer Leverkusen (1 de Março, se não falha a memória... do Google - boa Xai2)... Custou-me 2.000§00... Irra, eu que podia ter ido comprar um modelito novo, não, fui ver a bola... Menos mal o Benfica ganhou e o rapaz ficou satisfeito.
Odiei aquilo. o estádio tremia debaixo dos meus pés - que aflição. Rapei um frio horrível e depois para sair foi um suplício. Escusado será dizer que nunca mais lá voltei e faço alguns esforços para não voltar. Não guardo nada boa memória.
Saudações leoninas doa a quem doer
xaixai: a história da bafatá inclui-te ... and you know that !
beira: nesse histórico 5-1 ao Feyenoord, ouvi espantado na cama o relato. E como eram esses relatos. Fácil de imaginar huh ? Com 9 anos estava apaixonado !!
lobita: volta lá ... hoje não passas frio e ... o Glorioso é aquele MUNDO !!
bengas: não doiem essas saudações ! são é mais pequenitas ...
grande xai-xai, eu sou como o Beira, inclinado mas não caído, eheheheh! A minha inclinação pelo clube do gato na camisola começou quando uma vez fui contigo e com o teu avô - desculpa lá o àparte lamechas mas lembro-me que adorava o teu avô! - ao Sporting. Foi o meu primeiro espectáculo de futebol, para além daqueles grandes derbys na rua, tu sabes. Mas curiosamente o único clube do qual fui sócio - para além do CUAO, formado na Bafatá City - foi o Benfica, porque fiz lá atletismo. Fomos levados pelo João Subtil - herói da turma porque arrebatou a medalha de campeão nacional de triplo salto, talvez o Fula se lembre - e depois passei a ir ao Benfica, com as cotas maradas e falsificadas, nos cortejos que o Facadas e o Afonso Melo ( dois grandes benfiquistas que mais tarde se tornaram jornalistas desportivos, isso também dava uma boa história, ainda os estou a a ver nos Viveiros a decorarem a Bola por inteiro e depois a confirmarem uns com os outros (o Lizé era o maior, no drible e nos feitos apontados na mona) os resultados. Era uma das grandes manchas da claque benfiquista, a dos Olivais. É claro que, não podia faltar a cereja em cima do bolo, parte da nossa motivação eram as manas alemães que abrilhantavam a o colectivo. E ainda me lembro do último jogo que vi na luz. Um Benfica Porto em que choveu desde o primeiro minuto ao último minuto de jogo e em que quase apanhei uma pneumonia. O gosto de ver futebol ficou-me e muitas vezes matava as manhãs e ir lá abaixo à Almada Negreiros ver os jogos de futebol.
Ina pá, falaste no Afonso Melo! Esse é outro que tb desapareceu! Há quanto tempo que não ouvia falar dele! Tens tido notícias dele?
A última vez que o vi foi na tv, traduzia o Mister Scolari no Europeu! Era o assessor de imprensa da Federação. Acho que lançou um livro sobre essa experiência. jb
lobita: o homem já publicou mais que um livro ... e na altura em que estava ligado à FPF era um fartar vilanagem de o vermos no ecranzinho dos futebóis !
ah pois, mas se bem percebeste, futebóis não é comigo... isso começa a dar e eu vou de imediato fazer outra coisa qualquer... tudo é melhor - até estender a roupinha!!!!
Toda a gente tinha cartão de sócio, mas só era preciso pagar a primeira quota. Depois um x-ato resolvia a coisa...
Belos tempos...
João José Subtil...
Que é feito dessa grande figura?!
Barão do Talho
(Brisa do Tejo)
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