quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Lourenço Marques (Moçambique)
© google_maps...(clicar para ampliar)
Lourenço Marques é a antiga designação da actual cidade de Maputo, capital de Moçambique, tendo sido capital da então colónia portuguesa entre 1898 e 1975.
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(sempre tive a curiosidade de saber qual seria o aspecto visual das localidades que deram os nomes às ruas do nosso bairro)
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13 comentários:
estou curioso de ver as vistas aéreas de Maracangalha
eu já tenho preparadas 2 fotografias da "província" para o caso de ser necessário...
acho que era uma boa ajuda :)
Procurei, procurei e descobri que Maracangalha não aparece nos mapas.
Já agora alguém me pode dizer se era na Guiné?
... a não ser que seja um bairro em Belém do Pará no Brasil.
Parece que sim, que Maracangalha é no Brasil, Belém...
Desculpem interromper a indagação maracangalhense. Lourenço Marques não fundou nenhuma cidade. Foi um marinheiro (comandante de navio) que - presumivelmente em mera aguada - reconheceu a baía (de todos os santos), a qual passou a ser conhecida com o seu nome. A povoação foi fundada dois séculos depois e a cidade no final de XIX.
Tem toda a razão, Bolama...Lourenço Marques era marinheiro e comerciante e la´deu com a baía mas não fundou a cidade...devia ser lindíssimo, na altura..a baía, claro.
caro Bolama,
já não se pode confiar numa enciclopédia.
Devo ter tido azar pois encontrei esta informação no volume 13, página 5447, de "A Enciclopédia", uma edição de 2004 da Verbo, vendida com o jornal "Público".
Não terá mesmo fundado a cidade?
Não terá construído um barraco para pernoitar e vender os seus produtos?
Só mesmo o José Hermano Saraiva nos pode esclarecer!
;-)
O Barracão comercial, em material perecível, construído à moda dos próprios indígenas - assim denotando o espírito único e adaptativo que caracterizou a gesta portuguesa - foi efectivamente construído. O local, reconhecido na tradição nativa, e sito na zona elevada sobre o então terreno alagadiço, é ainda objecto de culto pagão, reconhecedor do gigantismo do herói marinheiro.
José Hermano Saraiva, professor
Explorador da costa oriental africana (século XVI). Com vista a comerciar com os indígenas e enriquecer alcançou, em 1544, a baía da actual cidade de Maputo, onde já tinham estado navegadores portugueses há mais de 40 anos, e aí fixou residência, tendo-se dedicado ao resgate de marfim. Dois anos mais tarde, D. João III mandou reconhecer a região e levantar uma feitoria fortificada, para a comercialização do marfim e do cobre, produtos muito importantes para a Índia. À cidade ali construída atribuiu-se o nome de Lourenço Marques, que se manteve até 1975.
(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)
De facto, há uma grande diferença entre fundar uma cidade e fixar residência num local...e nem sequer foi ele a descobri-lo, na verdade, já lá tinham estado outros marinheiros portugueses...mas o senhor era comerciante e aí se estabeleceu para melhor fazer os seus negócios...
não é bem assim - ainda que a história seja tudo menos certa, há ali um pouco de hipérbole. Depois farei uma transcrição - que vale o que vale.
A baia de Todos os Santos (assim nomeada por Lourenço Marques) tornou-se entreposto regular - seja de comércio seja de refúgio na Carreira da Índia (seria o primeiro poiso seguro pós CAbo, que correntes e ventos são terríveis no sul de Africa e a costa nao comporta portos favoráveis; ou o último pre Cabo). Mas isso não implicou nem povoamento constante (como em vários pontos ao longo do Zambeze e, inclusive, em Inhambane e Sofala - ainda que algo posteriores, para além da Ilha) nem construções perenes. Era um entreposto cíclico e um coito - há na Historia Tragico-Maritima um episódio extraordinário - que filme daria!! (editado na aquela pequena colecção de bolso da Expo-98) e sobre o qual o Vasco Graça Moura escreveu um romance (que não li): "O Naufrágio do Sepúlveda".
Aí vê-se bem - o navio vindo da India que naufraga nas costas do Natal (KwaZulu-Natal, hoje), com centenas (ou mil e tal?) pessoas a bordo - e a narrativa dessa comitiva caminhando em terras àspera e hostil em busca da baía, bem a norte, onde costumava passar um barco português, um em cada ano, ou de dois em dois anos. Isto passa-se no inicio de XVIII - e não havia nenhum entreposto fixo, nem residentes.
A história é fabulosa, diga-se. O que o Herzog do "nosso tempo" teria feito - qual Aguirre ...
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