terça-feira, 22 de janeiro de 2008

lenha para a fogueira
(ou de comment a post)

ó meus caros amigos a quem nunca faltou educação nem sustento
(nem umas viagenzitas pelos trópicos ou pela neve, se calhar, eh, eh)

tudo é MELHOR do que o que lá está neste momento.

a arquitectura é

a densidade urbana TENEBROSA

o nível de impermeabilização do solo é de 100%!

o espaço público AUSENTE

a especulação deu MUITO LUCRO

aquilo NÃO É CIDADE

pelo menos, nas hortas, havia alguma biodiversidade!

e, desculpem lá, permito-me duvidar que os vossos filhos prefiram o shopingue a umas corridas no meio das ervas daninhas e das couves, à falta de um parque ou de um outro lugar decente para brincar.

16 comentários:

Lobita disse...

"tudo é MELHOR do que lá está neste momento."... ligeiramente radical e fundamentalista, ou não??

Lobita disse...

... e já agora, não faltam parques nem sítios decentes para brincar!

Beira disse...

Felizmente não tem tudo as mesmas características do Centro Comercial e arredores.

E era esse o espírito que devia ter prevalecido.

xai xai disse...

...mas eu até considero esta, uma questão bem resolvida. Quem não, gosta não vive lá, quem gosta, vive. Perfeito!
E para além disso, se aquela "dúzia" de metros quadrados é a única urbanopolémica que os Olivais têm, que grande bairro é o nosso!

Beira disse...

A única não será mas a mais polémica é de certeza.

Mais para baixo, no Parque das Nações, a coisa também ficou bonita, sem dúvida.

(sim, sim, claro que é melhor que os contentores, mas não foi aquilo que nos "venderam" na altura)

Lobita disse...

Pronto, pronto... dá para falar do complexo turístico de luxo que a sonae está a desenvolver em Troia????

Timor disse...

Boa, Rapariga. Esta discussão está muito preto e branca: ou eram as hortas (e descobrem-se umas tendências um pouco neo-luddites que às vezes afligem uns quantos de nós) ou então o mamarracho que para ali está. Não tinha de ter sido assim, como bem disse o Beira (acho que foi o Beira; daqui a pouco com os apoios ao apoio do apoio para apoiar o comentário do prezado colega bloguista, a gente perde-se). O espaço vazio era cheio de promessa e eu passei semanas a estudar os planos da Célula G no D. Dinis. Foi essa promessa que se foi e disso tenho pena.

Folgo com as amenidades que tanto aprazem os pais do Bolama, os meus pais e a Lobita - e a mim quando vou de visita. Só gostava que a volumetria fosse menor e que o projecto merecesse a aprovação da Rapariga. Tínhamos uma vista linda que quase se foi. Mais uma razão para visitar a Lobita!

Mas ainda bem que está tudo acordado e eu estou mesmo a precisar de um café.

maria correia disse...

A única questão foi sempre a que o Timor acabou de referir: a volumetria desmesurada para o local e uma promessa-que jazia num terreno baldio-- que não foi cumprida...No entanto, não creio que haja neoludismo algum por aqui...Trata-se, apenas, de coerência e elegância urbanística, nada mais. Se isso é neoludismo, bom, então que o seja...e também não creio que a questão esteja reduzida ao preto e branco. Não li comentário algum que dissesse que o terreno e os carreiros lá deveriam ter ficado, incólumes, à chuva e ao vento e às ratazanas...Do que se tem falado é de um projecto mais humano (com correios e cinemas e táxis e´todas as comodidades), mas que se enquadrasse no espírito dos Olivais. Tout court...

Timor disse...

Maria Correia, falava de mim quando referi o neo-ludismo (por onde descaio um pouco de vez em quando). Nao poderia atribui-lo a quem nao conheco. A polarizacao do debate foi feita pelo outro campo ao dizerem que queriamos as hortas para sempre. Mas e bom saber estes vivazes rapazes tao seguros nas sua visao.

Timor disse...

Xai, pois mas nao foi a tua porta. Voces tiveram a Igreja nova e nos o mamarracho. A cada um...

benguela disse...

(a igreja nova cá pra mim também é um belo mamarracho!)

xai xai disse...

Oh Timor! Por esta não esperava eu... Tu formulaste a tua opinião sobre a intervenção "Shopping" em função da quantidade de metros que distava de casa dos teus pais? Acredito que a tua resposta é negativa. Então por que carga de água pensas tu que a minha opinião se baseia nesse factor?

maria correia disse...

Grata pela gentileza da sua resposta directa, Timor...tem toda a razão. Eu nada tenho contra o neoludismo, acredite, também para lá descaio, por vezes. Apenas não achei que se tratasse disso, tipo ataque aéreo do 11S ao Poço da Morte...por parte de neoludistas...Usei e usaram-se algumas metáforas fortes, é verdade, e a sequência das fotos do pai de Beira impressiona. É real, foi assim, a destruição de um sonho. É caso para dizer: MAIS VALE UMA IMAGEM DO MIL PALAVRAS...mas creio que sempre se falou de projectos menos Muralha e mais Vale do Silêncio, com comodidades integradas...Salut!

Lourenço Marques? disse...

Eu prefiro o shopping às hortas, que os anteriores "donos" cultivavam.
Como o Bolama referiu e bem, dá imenso jeito aos nossos pais que ainda por lá moram e aos filhos que nunca saíram, ou que regressaram, que é o meu caso.
Também confesso, preferia que a parte actualmente em construção tivesse outro destino, mas depois de ver instalado o 1º semáforo, imaginei que, a vida no bairro nunca mais seria a mesma...

Timor disse...

Xai, a minha opinião sobre a intervenção não muda com a distância, mas confesso que a emoção é maior por ter invadido o meu espaço. Mas, claro, não tive intenção de ofender a forma como formulas opiniões! Está retirado o comentário...

xai xai disse...

timor: confesso que sou um pouco "flor de estufa" e também confesso que gosto dessa característica.
emoção "is my business".
mas ofendido nunca, apenas uma simples observação.
cumps. ao nevoeiro!