terça-feira, 22 de janeiro de 2008

o fim das hortas...

(1996-97)


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(2007)

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É preciso não esquecer o que as hortas representaram para a economia doméstica de muitas famílias do bairro.
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11 comentários:

Lobita disse...

Olha, olha, uma escola pública que, por acaso, até funciona bem...

Não, não, vamos continuar com as hortas... é bom, assim continuamos no início do sec.XX, sem desenvolvimento nem perspectivas. Vocês fugiram todos dos Olivais, porquê? Porque não havia condições para nos manter a nós que crescíamos e que víamos outros universos. Tão Oliveiras de coração... eu compreendo que tenham saudades do que era e principalmente do que representava - eu também lá estive. Mas ainda bem que aquilo cresceu e teve uma nova oferta para que alguns de nós lá continuássemos com uma qualidade que em tempos escasseava. Os miúdos continuam a ter bons passeios para brincar, a ter jardins para chafurdarem na relva... não consigo entender toda essa revolta no crescimento social e tudo o que isso acarreta (bom ou mau - agradável ou nem tanto) de um bairro que MANTÉM AS SUAS CARACTERISTICAS - e é disso que se faz história e é por isso que temos tantas para contar - porque houve evolução...

maria correia disse...

Vamos lá ver, creio que não foi dito que a estagnação é salutar. Simplesmente, falou-se por metáforas. Não saí dos OLivais por não haver condições de trabalho. Continuei perto e a fazer o mesmo que sempre fiz. Foram de outra ordem as razões que me fizeram sair...e vou muitas vezes lá...mas creio sinceramente que as características do bairro se perderam e conheço olivalenses que arranjaram casa noutros lugares por causa da confusão de Babel que a A Grande Muralha provocou...As hortas não passam da metáfora de uma coisa muito simples: o desejo de espaços verdes, de um urbanismo humanizado em que se possa viver sem estar completamente rodeado por carros e poluição. Os Olivais ERAM um jardim...não se trata de saudosismo caduco o facto de desejar que se urbanizem os espaços com conta peso e medida, pensando nas pessoas e não na mera CONSTRUÇÃO CIVIL. A metáfora das hortas e da saudade delas deveria inspirar qualquer arquitecto que construísse para o HOMEM. Creio que foi disso que se falou por aqui...até se poderia ter construído um centro comercial, um cinema, um supermercado, que vieram dar mais postos de trabalho (a maior parte precário, mas enfim) mas,à escala humana, integrado no urbanismo do bairro. É que a saudade, por vezes, é também uma forma de crítica interventiva.

Lobita disse...

Muito bem, gosto muito de a ler. No entanto, as opiniões divergem e é de salutar que assim seja! Até poderíamos iniciar aqui uma saudável, ou não, discussão sobre o que achamos bem ou achamos mal... não nos iria levar a lado nenhum. Vamos tentar não nos sobrepormos uns aos outros só porque achamos que a nossa opinião é melhor, seja lá ela qual for. Não temos que impingir coisa nenhuma a niguém. Valha-nos a nossa convicção pessoal e sejamos muito felizes com ela.

maria correia disse...

Obrigada. Também gosto de a ler.

Como dise, as hortas são metáforas...e, tendo lido o que escreveu sobre o fogo de artifício do alto de 16º andar, digo-lhe que, do meu segundo andar, com vista para o rio, imenso, também o vejo! E quem cá vem, ao meu segundo andar ( o prédio só tem dois andares) também fica deslumbrado, com a vista, o rio e o fogo de artifício...A discussão é sempre salutar. Dela, nasce a luz!

Lobita disse...

Ainda bem!

Beira disse...

olha eu deixei de ver a igreja e por isso deixei de saber se ela ainda lá está.

Lobita, do teu 16º andar diz-me se a igreja ainda não foi abaixo
(aquele espaço dava para construir um belo edifício com 32 pisos pelo menos!)
(com projecto de arquitecto aprovado pela Câmara)

Lobita disse...

Aquela que é temporária há pelo menos 35 anos? Continua lá sim.
A torre tem 16 andares, mas eu não estou lá... estou mais ou menos a meio!!!
Espero que construam sim, e que aproveitem aquele espaço da melhor maneira. Também espero que não tenha 32 andares... nem metade... mas podemos continuar neste ping-pong!

Beira disse...

Agora a sério.

Claro que foi pena aquele espaço ter ficado tanto tempo entregue aos ratos.
(depois foi entregue aos tubarões)

Se tivesse sido construído o projecto previsto na altura certa hoje seria outra história.

Seria melhor ter prédios de habitação e espaços comerciais numa escala mais humana e não o exagero que lá está e revela o que de mau tem o tão amado capitalismo (selvagem, claro) do Xai-Xai.

O problema é geral do país.
Onde também falta cultura cívica que leve o povo a refilar e a lutar por certos valores.

O que foi (e está a ser) construído vai contra a ideia que presidiu à construção do bairro.

Já notaram que não existe (como no resto do bairro) a possibilidade de atravessar "para o outro lado" por entre os prédios?
É preciso ir dar a volta.
(bem, até é possível quando o CC está aberto)

Quanto à escola, a história, felizmente, é bem diferente.

xai xai disse...

Beira: A propósito da tua inadequada interpretação do meu amor pelo capitalismo, façamos um exercício de inteligência: quando os teus filhos se portam mal deixas de gostar deles?

Beira disse...

Desculpa se interpretei mal o teu "Viva o capitalismo!".

Beira disse...

É preciso não esquecer o que as hortas representaram para a economia doméstica de muitas famílias do bairro.