segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

A nossa vida era fantástica!


(para quem de direito!)

Relembrando o passado:

Jantar em Vila Pery.

Passagem de Ano no Rio de Janeiro.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Parabéns Benguela




quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

ou quando a noite chegar!



© pampam

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Quando a noite cai...




Olivais Sul, 24 de Dezembro de 2007.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Oliveira de Natal

Algumas luas atrás acordei com uma oliveira plantada na sala. Não acontece todos os dias, ou melhor, nunca me tinha acontecido. Quis sabê-la toda, sem pausas. O diabo da urgência. Olhei-a de frente e pareceu-me conhecida. Cheirei-a e reconheci-lhe o perfume. De sentido em sentido… abracei-a.
Convidou-me a sentar e abriu um velho livro, de cor e odor azeitonados. Era meu e já não me lembrava. Ofereci-lhe incontáveis serões de memória que me transportaram às fundações de mim. E dos outros que comigo dividiram o ferro e o cimento.
Um dia ofereceu-me papel e lápis, perguntei-lhe pela borracha e explicou-me que se deve deixar correr o fio das palavras directamente do coração, sem emendas, sem verniz nem camuflagem. Sábio conselho que nos deixa nus no meio da praça. Expostos, mas totalmente NÓS. Ao desafio disse sim e lá fui contando àquela oliveira de longos ramos pretos, algumas das nossas estórias, outras vezes revivi os muros e as escadas onde até o nada era tudo, falei-lhe das homenagens à flor da pele a velhos amigos com camarote vitalício dentro de nós.
Não é um livro acabado, apenas está escrito até metade, o resto são páginas em branco que escreverei com novas estórias. As páginas em branco dos livros são o futuro, não se devem usar para voltar a escrever o passado.
E os dias na companhia da oliveira continuavam. De costas aninhadas no seu tronco, abrigava-me na sua copa e dividíamos estórias e segredos. Contou-me que um dia se enamorou por uma nuvem. Da transumância das nuvens sobreveio um olhar, uma nuvem parou e olhou-a de um modo diferente do habitual. Tinha a sensação que a olhava debaixo da pele. Nunca nada se fixara nela assim. Estavam neste estado de flutuação quando apareceu o vento. Dominador e zeloso da ordem das coisas, apontou à nuvem o seu caminho. Nesse dia, a oliveira entendeu que, ao contrário das pessoas, nunca poderá escolher o seu caminho.
Um dia, aproximou-me dela e contou-me um segredo. Tinha vindo para o Natal. Amiga do pinheiro que enfeita os natais em minha casa, pediu-lhe para que a deixasse substituí-lo. E assim, neste Natal, é a oliveira de longos ramos pretos que com as suas azeitonas multicor, nos faz companhia e protege as ofertas que a seus pés se abrigam.

A todos um bom Natal! Hoe! Hoe! Hoe!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Atão, coméqué?

Beijos e Abraços e Boas Festas!



Depois deste momento grandioso e pela última vez, volto a este assunto.



Quem quiser alinhar numa cena destas (12 Jan 2008/12h00), só precisa confirmar a sua presença, aqui ou noutro sítio qualquer que eu chegue lá.


Inté, com muita e boa onda!

Celestino


© Marcel Marlier, casterman

Uma outra imagem do Celestino.
( aqui imortalizado nas aventuras da Anita )

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Outono nos Olivais



A escultura do Sam



Imagem: Intrusa

A Quinta Pedagógica (pelo olhar de uma Intrusa)





"ovas ou iscas?"

o burro dos olivais


Era um burro velho e manso, com umas enormes pestanas, que algum de nós se lembrou de baptizar de Celestino. Desde o dia em que o encontrámos passou a fazer parte das nossas tardes, talvez durante umas duas semanas, não mais. Mas duas semanas, naquela altura, naquela idade, naquele verão, era imenso tempo.

Um dia, no balanço que normalmente se fazia ao jantar lá em casa, acabei por referir que “estivemos a passear com um burro”, meio a medo de que disso me viessem a proibir, meio excitado por me atrever a contá-lo. Mas eles sorriram, achando graça a tanta imaginação. Tornou-se assim um lugar comum ao jantar, eles perguntando sobre o “e o burro, hoje”, e eu lá contando os últimos episódios. E depois eles entreolhavam-se, sorrindo. E lá fui desembrulhando a história, todos os dias um pouco. Confiava-lhes que o tínhamos encontrado num baldio, e identificava o lugar com rigor, ali perto de casa, sítio comum num bairro em construção. E todos os dias eles ficavam a saber um pouco mais do burro. Sabiam que se chamava Celestino e normalmente era já assim que me interrogavam no inicio da conversa, “então e o Celestino, está bem?”. E desenrolava-se mais um pouco daquela história, ouvida atentamente quando lhes contava como todos os dias o íamos buscar a uma estaca, num descampado de chelas, (onde anos mais tarde se montou a escola do 12º ano), e como ele já nos tinha ganho confiança, seguindo-nos, já nada renitente como da primeira vez. E perguntavam-me se ninguém achava estranho, andar assim com um burro em plena cidade. Eu não lhes percebia a estranheza mas sempre lhes ia confidenciando que por acaso naquele dia tivéramos de fugir a um polícia que nos chamava ao longe, e de como tínhamos conseguido esconder o Celestino por trás do prédio da drogaria. E lá iam escutando tudo com algum encanto, deliciando-se nos pormenores, no nexo que todas as descrições faziam, naquela história de um burro com um bando de miúdos numa cidade que todos os dias se prolongava um pouco mais. “E que come ele” perguntavam. Aí interrogava-me também, pois que nós pouco lhe dávamos, mas que com certeza o dono, o homem que o tinha preso lá na estaca, no baldio, havia de tratar dele, quando nós por lá o deixávamos ao fim da tarde. Por vezes a minha mãe achava-nos algum exagero já, “que também não é preciso andar com o frasco de mercurocromo atrás, que podem bem brincar sem essas coisas”. E eu lá lhe explicava que era para curar uma chagazinha que o Celestino tinha por baixo da perna esquerda. Acabava por condescender, já sorrindo com avisos de cuidado.

Naquele verão, todas as tardes a seguir à escola lá íamos buscar o Celestino, e com ele passávamos aquelas horas que se estendiam até ao lanche. Ele seguia-nos, já naturalmente, dando as mesmas voltas, quedando-se quando nós nos sentávamos em alguma escada, seguindo-nos as brincadeiras com a cabeça, e por ali ficava no ócio connosco, com aquele olhar meigo, tendo-nos como companheiros. Depois vinha o lanche, outras obrigações, e lá o íamos deixar preso à estaca de novo, já com saudades, inquietos pelo dia seguinte.

Uma noite viram-me tristonho, e já na sobremesa questionaram-me. “Foi o Celestino dizia-lhes, já lá não está. Tenho medo que tenha morrido”. E eles entreolharam-se, inquietos, sabendo-me magoado: “deixa estar, olha porque não passam a brincar com leões, ou veados, hás-de ver que hão-de encontrar outro bicho”. Nunca mais voltámos a ver o Celestino, aquele burro velho e meigo, e as conversas ao serão acabaram por deixar de o trazer e de perguntar por ele.

Ainda hoje me lembro dos seus olhos tristonhos, aquelas pestanas enormes, a mansidão com que matava as horas da tarde connosco. E ouvia os meus pais contaram aos amigos, aos meus tios, da imaginação com que eu durante dias a fio, trouxe o Celestino para as conversas do jantar. Nunca os contradisse, nem mesmo em adulto. Afinal, que importância teria ser fantasia ou realidade.

Hoje, quando por lá passo, já não há baldio nenhum, nem um bando de miúdos e um burro. Há apenas pressa … e o Celestino, quase que piscando o olho.
[este post foi publicado em 14.12.07 pelo Fulacunda e republicado hoje, depois de composto com a fotografia enviada pela Intrusa.]

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

de todos .. e para todos !



E porque o Natal é quando um homem quer, mas apenas nos lembramos a partir de Dezembro e suas luzinhas , porque é quando se esquecem de nós que mais nos lembramos dos outros, porque é dificil de acreditar que há pessoas sem mundo e este mundo sem pessoas, porque é bom saber que pertencemos a algo e que esse algo tem nome de gente, de bairro, de amigos, porque somos dos Olivais e isso vê-se logo, porque tenho saudades de vos ver ....



A todos, um bom dia, uma boa semana, um bom mês e ano, o que passou e o que se lhe deve seguir. E que na noite de 24 caia o casaco ao Velho Barbudo, se estatelem as renas numa fogueira gigante e assim possam alguns esquecidos ter uma consoada com menos frio e fome. E que nos perdoem, aceitando a mão que muitas vezes, em tantos outros meses, esquecemos de estender!!

um bom e santo Natal

©pampam

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O Dia do Senhor Cozinheiro

É por causa deste salmão assado no forno que me encosto ao rememorejar. Eu não sei se esta palavra existe mas se não existe, deveria existir. O memoriar traz sempre um rumor, uma vaga de fundo, um torpor, talvez um eco. Passei uma hora e um pouco a fazer este assado. Cozinho de uma forma muito particular, que aprendi enquanto observava o meu pai. Mesmo não sabendo que o observava. Primeiro, tal como o meu pai fazia, coloco o avental.



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domingo, 16 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007


sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

natal


quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

1 milhão...


...de beijos ( ou mais ) terão sido dados ( ou ficado por dar ) naquelas caves da Catió, ou noutras caves ( ou varandas, ou quintais, ou garagens... ) de outras ruas deste mesmo bairro...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007


parabéns!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Talento que vem da província

existem imagens que disparam sem contemplações sobre a minha sensibilidade.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Lá vai o Barco à Vela






No tempo em que a Fernando Pessoa ainda era entre a Bolama e a Praia, em que o Tosta ainda não existia, em que o Pinto ainda era mesmo um Mete Nojo, os nossos dias centravam-se na periferia da Lobito. Ainda não havia grande interacção cultural com o lado da Bolama, e as hortas eram a maneira mais rápida de descer do 21 e vir para casa, ou para atravessar até às vivendas da Margão.

Muito do nosso tempo era passado nas escadas dos prédios circundantes. Lembro-me quando o (mais tarde) ginásio, perto do Tosta, era um “supermercado” com quatro pisos desnivelados. No piso mais fundo eram as prateleiras dos chocolates, e tantas vezes lá fui fazer recados à minha mãe, que acabei por ser apanhado com uns chocolatitos nos bolsos. Tive de estar à espera, que ela viesse ver porque me demorava tanto, para me deixarem sair. Depois disso não voltei lá mais (feios…).

Mas não era esta história que queria contar. Outra grande parte do nosso tempo era passada a jogar à bola. Os dois para dois, os três para três até aos quatro para quatro eram jogados na relva pequena, atrás do Mete Nojo. Quando o número aumentava tínhamos de mudar de campo e passávamos para o campo ao lado que acabava em bico, junto ao Tó, com a rede do colégio a atazanar tudo o que era mãos, sapatos e até roupa.

Um dos nossos amigos de então era o P*inho, tinha um sentido de humor que não fazia rir muito, não tinha queda para desportos, não me lembro de o ver jogar à bola, mas fazia parte da malta. No entanto, já naquela altura revelava uma atracção por coisas um pouco mórbidas, e tudo indicava que iria ser médico, chegou a carregar a alcunha de “Esculápio” durante uns anos.

Desculpem esta introdução, mas a história que aconteceu, foi dentro do prédio onde ele vivia e estávamos só os dois, e eu não consigo vislumbrar que assunto poderíamos ter em comum para que essa situação ocorresse.

Uma das particularidades desta família era ter um animal de estimação que se chamava Dingo. Era um cão rafeiro e pequeno, mas era tão mau que era comparado, na altura ainda não havia os programas sobre a natureza que há hoje, ao famoso diabo da Tasmânia (afinal é bicho pequeno em vias de extinção que só come carne morta).

Mas este sacana era mesmo mau, mesmo quando arrastava o pai à volta dos canteiros de relva, de cachimbo e a cabeça de lado (tinha um problema numa vista), nunca nos chegávamos a ele. E as vezes que íamos a casa dele ainda era pior, era preciso fechar o animal e mesmo assim ficar em alerta, não fosse ele encontrar outra maneira de chegar até nós.

Como dizia mais atrás, aconteceu um dia, estarmos os dois juntos com a besta (a trela era posta ainda dentro de casa), no patamar do andar onde eles viviam e íamos descer no elevador para passear o cão. Entramos para o elevador e o P*inho lembra-se de qualquer assunto pendente, com outro morador do andar de cima, e carrega no botão para subir. Quase de seguida começa o cão a ganir e as patas a esgaravatar, olhamos para o chão e depois um para o outro (ele com uma das pontas da trela na mão), o cão tinha ficado do lado de fora do elevador.

Entretanto estávamos no andar de cima, carreguei para descer, e vimos do outro lado do vidro, o cão a descer também ao longo da porta, toda molhada, sempre a esgatanhar e a ganir.
Nessa altura a minha vontade de rir era tanta que já me custava a conter, mas quando saímos do elevador e percebemos que com o susto o animal tinha mijado a porta, o chão e pouco faltou para fazer o mesmo ao tecto, não me consegui conter.

O nosso amigo ficou de tal modo aflito que só pensava na sorte que tinha, porque só dentro do elevador é que se tinha lembrado de ir ao piso de cima. Como morava no 4º imaginam como teriam ficado as paredes nesse andar se tivéssemos ido directos ao r/c.

Confesso que, depois deste episódio, nunca mais consegui olhar para o cão sem sentir um misto de pena e de gozo, mas pelo menos grande parte do medo desapareceu.

A moral da história é que, chuvas em Setembro, Natal em Dezembro.




E agora um poema que fiz hoje e que dedico a todos os portugueses, porque quero contribuir para melhorar o meu país, e aproveitar o novo ano que se avizinha para que tentemos todos merecer o sítio onde vivemos.

A dignidade da vizinha é muito pior caminha
Ou
Caminha com Ela

Maior dignidade tem aquele
Por talvez lhe parecer pouca
A usa como um sorriso na pele
E uma amável palavra rouca

Do que aquele outro ali
Por se inchar com pompa
Passe longe ou passe aqui
Em passando, nos afronta

Se hà moral, é em poder
Em dia de infelicidade
Qualquer um perder
Sobranceira dignidade

Se tivesse três pernas
E fosse um pouco tolo
Em dias de diarreia
Cagava um pé todo


De súbito as coisas foram passando a memórias. Alguns andavam ufanos com isso. Ou se calhar em alguns dias andava-se ufano com isso. Tudo estava a ser possível. De quando em vez, por alturas do final do ano, em quase natal juntava-se a quase família, como se manos ou primos afastados, amantes ou cunhadas desavindas que fossem, simpatia ou (até) enfado mútuo. Era quase natal. E comia-se. O sempre anfitrião, gente de vespa verde, era ritualmente massacrado pela falta de qualidade das farófias, dos sonhos, do peru ou do bacalhau. Amuava - não percebia que na quase família se diz mal, sem cerimónia, ritualmente. Ou amuava - porque na quase família se amua, sem rebuço, ritualmente. Porque é direito.

Tenho saudades de uma noite de inverno lisboeta, fria, chuvosa, ventosa. E de nessas noites, dessas que parecem opressivas, ir comer mal à Rua João Pereira Rosa. De ser quase novo, com a quase família, já a trocar recordações.

O primeiro beijo

Sempre que estou num hotel de uma cidade estranha adormeço de forma inabitual. Ligo a televisão, ponho o temporizador num tempo que considero aceitável para conseguir adormecer primeiro que o televisor, viro-me para o lado e começo a deixar-me envolver por uma névoa que me leva, à sorrelfa, para um território de nenhures. Nos últimos dias essa terra inacabada vem-me em forma de posts da Olivesaria. Não me perguntem porquê. Ontem - não sei se foi por causa das confissões do Xai por uma sua preferência ou se foi por de repente terem vindo a lume aqueles casos de love storys que enterneceram a novela do bairro - mal virei costas a um tv shopping (são os programas mais emocionantes para adormecer) comecei a viajar pela minha adolescência tardia. Pelo meu período catió.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

carro com raparigas

PARA UM ENGOMAR PERFEITO



Adicionar por cada litro de goma a ferver, 15 g a 20 g de bórax.
Obtém-se igualmente um bom resultado, substituindo o bórax por 30 g de ácido esteárico.





excerto encontrado em oliveira de natal !

' ... A televisão passa excertos dos filmes padrão do totalitário regime do Natalismo, entre hordas de lembranças e oportunidades de ser magnânime e poupar uns cobres, o Natal Ideal onde se é bom e ainda assim se aforra, f......-se louvada seja a p.... da imaginação do capeta !! Nós corremos ! As mãos estendem-se ! E no mundo onde ninguém se evapora nesta noite, muitos continuam a morrer sós!Para ELES, um bom Natal.Para nós também ! ... '

© pampam

A época. Alguns não gostam... outros adoram!

P’ra uns o Natal é…

presentes, papel de embrulho, fitas e fitinhas, o dourado, o prateado, o encarnado e o verde, a árvore artificial, as grinaldas, as meias na chaminé, as estrelas e as bolas, o frio, o gelo e os bonecos de neve, lareira, a lenha, as mantas, as camisolas, as golas brancas em vestidos… que picam, os sapatos novos, casacos, luvas, o cachecol, as pantufas e as peúgas o stress das compras, as lojas de trezentos, velas, laços e brinquedos, jantares, festas, os amigos secretos, comidas e bebidas, os doces e os amargos, as nozes e as avelãs, os figos, as amêndoas, os pinhões, as pinhas, o musgo, o azevinho, o bolo rei e rainha também, a fava, o brinde, os frutos secos, o açúcar em pó, a gila, o Kompensan e os sais de frutos também, o chá e o café, as filhós e as azevias, fritos, cozidos e assados, o bacalhau, as batatas, as couves, o azeite, o perú, os chocolates, os sonhos, a missa do galo, o padre, o coro, o presépio, os reis magos, a vaca, o burro e as ovelhas, o pastor, o anjo, o Menino Jesus, a Maria e o José, a cabana, a estrela guia, o ouro, o incenso e a mirra, o pai natal, a mãe natal, os duendes, o rudolfo e as outras renas também, o trenó, a lapónia, as barbies e os nenucos, o x-man e o homem-aranha, carros e carrinhas, as pistas, os triciclos e as playstations, computadores, agendas, o final do ano, as fotografias, a televisão, o natal dos hospitais, a “música no coração”, o “assalto ao arranha céus” e o “sozinho em casa” 1…2…3…4 e não dá mais porque não fizeram o 5, as luzes, os sinos, o jantar, o almoço, os biscoitos, as fériase os feriados, os desejos e pedidos, a consoada e a ceia, os postais, as cartas e encomendas, os selos, os atrasos do correio, as saudades, a alegria, felicidade, amor, surpresas, viagem, o ir à terra, passeio, as malas, os aeroportos e os aviões, a ansiedade, a meia-noite, os filhos, o marido, a mulher, a mãe, o pai, os irmãos, os avós, os primos e tios, o sogro e a sogra, cunhados e sobrinhos, os vizinhos, os amigos e as amigas, as decorações, as lembranças e as recordações, os reencontros e desencontros, a cozinha, a loiça e as travessas, tachos e panelas, as receitas da avó, o dia de reis, o dia 25 e o 24 também, roupa nova, chuva, vento e sol, a tia chata, as velhas histórias do avô e da avó, os olhos brilhantes e a alegria dos miúdos, o circo e as pipocas, as ruas iluminadas e a música na baixa…

Para mim, também. Não é confortável?

Lobita e Cia

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Outras visitas à esquadra

Também fui um dia parar à esquadra da polícia dos Olivais como o Benguela, por causa de uma fogueira. Já não me lembro da história toda, mas fomos um grupo grande para a esquadra e pode ser que outros se lembrem melhor. Acho que era também uma noite de Verão e como era habitual nesses anos da adolescência nos Olivais, passávamos horas na rua. Andávamos nessa noite entre a Rua Cidade de Bolama e o maracangalha e às tantas apareceu um grande caixote de cartão de uma máquina de lavar ou coisa do género, material apropriado para uma fogueirita a que o maracangalha tanto se prestava. E entretidos com o nosso lume, não demos pela aproximação de um polícia que nos intimou a acompanhá-lo à esquadra - não sei se é fantasia dos anos que passaram, mas lembro-me de irmos todos em fila indiana com o polícia atrás de G3 (preocupado talvez com a gravidade do delito ou com a perigosidade dos marmanjos e marmanja). Chegados à esquadra, já não me lembro bem do que aconteceu, devem ter passado algum tempo a identificar-nos. Não havia mais raparigas, coisa que constrangeu os polícias, pois as que estavam na rua nessa noite tinham ido ao lado da Bolama fazer já não sei o quê. Passado pouco tempo, uma grande excitação e comoção e trouxeram mais uma data de gente para a sala, fruto de uma rusga ao Gordo. O pessoal do Gordo fartou-se de rir da causa da nossa visita. O meu pai lá me foi buscar e presumo que os outros também. Na semana seguinte, ao passar ao pé do Gordo, ouvi uns gritos lá de cima: "Olha a pirómana! Oh piróoooooooomana!! Ah, Ah, Ah". Claro, estive depois uns meses a evitar passar por aquelas bandas.

Outras visitas mais curtas tiveram lugar durante um período no Dom Dinis. Vinhamos todos à hora de almoço no autocarro 50 que ia para Algés. Autocarro apinhado, tudo na gritaria e havia por vezes alguém que acendia um cigarro ou uma ganza o que irritava de tal forma o condutor (seria sempre o mesmo?) que este fechava as portas e arrancava, só parando à porta da polícia onde desembarcávamos todos a rir. Era uma manobra de diversão jeitosa para o pessoal que morava nos Olivais, pois a esquadra era uma paragem muito mais central que a do 50.

Por vezes a esquadra ainda foi útil. Regressando de saídas à noite já tarde, por duas vezes fomos seguidas por outro carro e, não querendo arriscar parar à porta de casa nessas circunstâncias, lá fomos directas até à esquadra, que como ficava num largo sem saída não dava jeito a quem andava supostamente a perseguir um carro com raparigas.


A casa dos carecas I

Por duas vezes me foi oferecida a oportunidade de visitar a esquadra dos Olivais. Penhoradamente agradeço pois é um local onde muito se aprende.
Na primeira visita descobri que se encontrarem dinheiro na rua, não o devem ir declarar à esquadra pois parece que o tesoureiro da fazenda pública precisa dele. Ao achador está destinada uma pequena percentagem. Pelos menos assim era nos derradeiros dos anos 70.
Perguntas tu ilustre olivalense blogoleitor(a): mas porque razão se chega alguém à casa dos carecas e anuncia que encontrou uma nota de 500 melréis?
É verdade, o amor… o amor e o ciúme claro, que de tanto conviverem, resolveram fazer uma sociedade onde partilham resultados. Sem me desviar, acrescento que esta é uma sociedade tão bem sucedida como inovadora. Criaram recentemente um novo produto com bastante sucesso; o ciúme das máquinas com gente dentro... Sucesso garantido.
De volta à estória, tudo começa com o meu xairmão a encontrar no chão da nossa rua uma linda e maravilhosa nota de 500$00. (Finais do anos 70 para os que quiserem fazer a correcção monetária). Este feliz acontecimento foi partilhado por todos os que estávamos no muro, autóctones e indígenas de outros arruamentos nomeadamente bafatás e porto amélias. Por essa altura uma especialmente bela, joão bela, alcunhada de ave nocturna, arrasava corações (ainda arrasa?) e creio até que partilhava momentos com o bafatá mais velho (aqui confesso que a minha preferida era outra, por acaso irmã de um C6 que por vezes nos visita). Um porto amélia provavelmente com o coração despedaçado (lindo, mas dói comó caraças), resolveu criar um facto complicativo sobre o destino a dar ao dinheiro e desentendeu-se com o bafatão que ameaçava dar-lhe uma bafatada. Não me recordo porquê e a bem da verdade não vou inventar, acabámos todos na esquadra, onde se deu a inesperada revelação de que o dinheiro revertia para o estado e a quem o tinha encontrado cabia uma pequena parte que o xairmão nos seus jovens 13/14 anos, nunca reclamou.

Conselho deste que vos escreve: se encontrarem uma nota de €500, não a entreguem na esquadra.
Se não fosse este aviso entregavam.., não entregavam?
E já agora, uma "Bengalada":
"Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso de uma mulher para se formar um lar."

Com o apoio de:

Pearl Jam “Black”
Neil Young “Cortez the Killer”
Pink Floyd "The Great Gig in The Sky"
. Próximo episódio: O Juiz que gostava de futebol ou o Novo Redondo desbocado...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Kuduro, fogo no museke - Pub -


Documentário de Jorge António, cineasta nado e criado no Olival.

Com Dog Murras, Tony Amado, SeBem, Fofandó, Puto Prata, Noite & DiaPortugal / Angola, 2007 – 52 minutos


“Kuduro, Fogo no Museke” é a 2ª parte de uma trilogia que o autor dedica à musica angolana, iniciada em 2005 com “Angola – Histórias da musica popular”. A partir das questões O que é o Kuduro? Porquê este nome? Porquê tanta polémica?, Jorge António oferece-nos um retrato social e cultural de uma nova geração, através de um género musical que ultrapassou fronteiras e se tornou já um fenómeno internacional.

Sala Dr. Félix Ribeiro da Cinemateca Nacional. Dia 6 de Dezembro, 21h30. Com a presença do autor.

T








Parabéns, ...

domingo, 2 de dezembro de 2007

amiga











c

comer a isca e cagar o anzol